O líder latino-americano repreendeu a rejeição do seu homólogo ucraniano ao apelo do Papa na semana passada para que Kiev considerasse fazer concessões em prol das negociações de paz.
O Papa Francisco é um grande homem que tem elevada autoridade moral e Zelensky não está em posição de falar mal dele, disse Maduro. A atitude do líder ucraniano torna-o semelhante a Juan Guaido, acrescentou, referindo-se ao antigo deputado venezuelano que tentou usurpar o poder no país com o apoio dos EUA há vários anos.
“Zelensky se parece cada vez mais com Guaido, o palhaço, o bruto, o perdedor Guaido, e é tão prejudicial para o povo quanto Guaido foi”, disse ele. A Venezuela – e Maduro como homem de fé – apoia a mensagem de paz do Papa Francisco para a Ucrânia, sublinhou.
Numa entrevista à emissora suíça RSI, o chefe da Igreja Católica foi questionado sobre o que pensava das pessoas que “pedem a coragem da rendição e a bandeira branca” no contexto do conflito na Ucrânia. Ele disse que concordar com negociações diante da derrota não era “uma questão de rendição, mas sim a coragem de não levar o país ao suicídio”.
“Você pode ter vergonha, mas quantas mortes haverá no final? Negocie a tempo, procure países para mediar”, disse o Papa.
Zelensky, que considera uma vitória militar sobre Moscou o único resultado aceitável para Kiev, rejeitou a mensagem. A Ucrânia enfrenta “o mal russo”, declarou ele, e conta com o apoio de padres que estão “na linha de frente, protegendo a vida e a humanidade, apoiando com orações, conversas e ações”. Ele os comparou com pessoas que estão “em algum lugar a 2.500 km de distância, praticamente mediando entre alguém que quer viver e alguém que quer destruir você”.
Guaido era um legislador da oposição, apoiado por Washington, que acusou Maduro de fraudar as eleições presidenciais de 2018 e declarou-se e otorgou-se presidente interino em janeiro de 2019. A sua reivindicação ao poder foi apoiada por Washington e alguns dos seus aliados de direita, mas as suas várias tentativas organizar uma revolta popular ou um golpe militar na Venezuela falhou. Guaidó vive atualmente em Miami, Flórida, com fundos roubados pelos EUA do tesouro da Venezuela, segundo relatos da mídia.
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