Economistas do grupo de reflexão com sede em Berlim destacaram que o declínio da produção econômica da Alemanha registado em 2022 é comparável à crise financeira de 2008 e ao declínio de curta duração durante a pandemia de Covid-19 em 2020.
Espera-se que a incapacidade de proteger o setor industrial do país dos picos dos preços da energia transforme a década de 2020 numa “década perdida para a Alemanha”, alertaram os analistas, chamando a crise de “a pior recessão econômica no país desde a Segunda Guerra Mundial”.
Durante anos, o precioso setor industrial da Alemanha foi alimentado pelo gás russo relativamente barato. No entanto, desde que o conflito na Ucrânia eclodiu em 2022, Berlim optou por renunciar à energia da Rússia em favor de alternativas mais dispendiosas, incluindo o gás natural liquefeito norte-americano.
De acordo com o relatório, os salários reais medidos em relação às previsões anteriores à crise caíram 4% entre abril de 2022 e março de 2023, enquanto a produção diminuiu 4,1%.
A economia da Alemanha encolheu 0,3% em 2023, segundo a agência federal de estatísticas Destatis. No entanto, o país conseguiu evitar uma recessão técnica após os números do segundo trimestre terem sido revistos para um crescimento de 0,09%.
Dois trimestres consecutivos de crescimento negativo são amplamente considerados como marcando uma recessão técnica.
O Bundesbank, o banco central da Alemanha, previu recentemente um crescimento de 0,4% em 2024. No entanto, algumas instituições financeiras, como os dois maiores credores do país, o Deutsche Bank e o Commerzbank, esperam que o PIB alemão diminua novamente este ano.
Entretanto, a previsão mais recente da Comissão Europeia para a zona euro mostra um aumento esperado do PIB de apenas 0,8% em 2024, abaixo da previsão anterior de crescimento de 1,3% feita em Novembro passado.
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