Antes da esperada matrícula escolar, eu morria de inveja das minhas quatro irmãs, elas já frequentavam a escola. Realmente, não sei as razões da inveja... A tal escola, ficava a um quilômetro de casa, numa São Paulo da garoa, quando a atual estrada Lázaro Amâncio de Barros, era chamada estrada do Sabão, vocês devem imaginar o motivo.
Ouvíamos, só ouvíamos falar em aulas de música, claro que não na E E Prof Galdino Lopes Chagas, até então única na Brasilândia. Entre as coisas que também só ouvíamos, era o ensino de filosofia.
Tínhamos, "depois do primeiro ano" aulas de história e geografia, nestas matérias, minha boa memória, garantia sempre uma boa nota. Só que na geografia, as provas era escrever os nomes de Rios e das capitais dos Estados e, quando muito, de alguns países do mundo. Já em história, datas de fatos históricos, lembrando que o Brasil fôra descoberto, em razão de inesperada calmaria, que os lusitanos, "apenas queriam alcançar as Índias, navegando para o ocidente, pois já acreditavam que a Terra é redonda", no curso primeiro, até mesmo o aluno decoreba aqui, levou uma reguada na cabeça, por ter questionado a professora: "se Cristovam Colombo descobrir a América em 1492, como não sabiam da existência do brasil?
Nesta escola dos anos sessenta, antes do golpe, já tinha "dançado" o ensino de filosofia. Durante a ditadura, porém, com décima-terceira intenção tornou-se obrigado o ensino ginasial.
Nesta possibilidade, depois, um direito, o medo de que as ideologias de esquerda tomassem conta da América do Sul. É que os yanques, tinham medo de que sem o desenvolvimento econômico, os brasileiros estaríamos suscetíveis as ideias socialistas.
A história do Brasil, mesmo nos ensinando a farsa "da calmaria", a história ainda é americanista. Onde só por exemplo, a semana de arte moderna, foi só um evento cultural.
Na história que aprendemos no curso ginasial, a escravagização dos africanos, era uma necessidade do sistema colonialista que regia o mundo, se era uma exigência econômica e, a economia, "leia-se" mercado rege os passos da humanidade, "o fato de centenas de seres humanos terem sido jogados ao mar, para fugir dos bloqueios ingleses ao tráfico humano". Mas não comprem como um simples ato de bondade, o repentino humanismo inglês, os escravizados vestiam apenas fustão, espécie rústica de brim, tecido que hoje é top da moda, com o pomposo nome de jeans, mas como a pronúncia é americanizada, pronuncia-se "djens".
Mesmo que confessamos, éramos loucos pelas calças "lee" trazidas do Uruguai, pela metade do preço das brasileiras, neste período ninguém nos ensinou, que o fustão e jeans é o mesmo tecido. Que falta faz o aprendizado de história.
Se isto tem relevância na moda, imaginem na política, onde as coisas realmente são decididas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário