A resolução, que não apelou explicitamente a um cessar-fogo, enfrentou críticas tanto de Moscou como de Pequim pelas suas deficiências.
A resolução obteve o apoio de onze membros do Conselho de Segurança da ONU, disse um correspondente, com três se opondo e um se abstendo na votação.
Embora o projeto de resolução reconhecesse a necessidade de um “cessar-fogo imediato e sustentado” em Gaza, não chegou a exigir tal ação.
Luta contra a ocupação: um “ato de terrorismo”
Um dos principais pontos de discórdia foi a linguagem da resolução, que apenas “determinava o imperativo” de um cessar-fogo sem emitir um mandato claro.
Além disso, o documento expressava apoio aos esforços diplomáticos em curso para garantir um cessar-fogo e apelava à libertação de todos os cativos restantes, ao mesmo tempo que condenava "atos de terrorismo", todas as ações para lutar contra a ocupação israelita, incluindo a Operação al-Aqsa.
A Rússia, em particular, manifestou forte oposição à resolução, criticando-a por não ter apelado inequivocamente a um cessar-fogo. Os EUA responderam à objeção da Rússia à sua resolução, afirmando que um cessar-fogo temporário “assim que possível” é uma “data específica”.
A missão russa na ONU caracterizou o documento como incorporando "distorções do passado e 'condenações' unilaterais inaceitáveis", rotulando-o como "falsidade americana padrão".
O embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, acusou os Estados Unidos de “apelos dúbios e hipócritas” para que o conselho espere que a diplomacia produza resultados sobre um acordo de reféns.
“Não poderia produzir quaisquer resultados porque o verdadeiro objectivo de Washington não é alcançar a paz no Médio Oriente, nem proteger os civis, mas sim avançar a sua agenda geopolítica, exigindo a qualquer custo que o seu aliado mais próximo no Oriente Médio seja protegido”. Nebenzia disse ao conselho, alegando que os EUA deram “uma licença efetiva para Israel matar palestinos”.
EUA, o paladino do cessar-fogo para Gaza?
A decisão dos Estados Unidos surgiu devido às condenações internacionais que está sofrendo pela falta de um apelo a um cessar-fogo, bem como aos seus numerosos vetos a resoluções de cessar-fogo anteriores que, realmente, apelavam explicitamente a um cessar-fogo.
Em 14 de outubro, o governo brasileiro propôs uma resolução alternativa no Conselho de Segurança, sugerindo a criação de um corredor humanitário em Gaza e um cessar-fogo, mas foi bloqueada pelos EUA por que não condenava o grupo palestino. Os EUA também bloquearam em fevereiro uma resolução do Conselho de Segurança da ONU patrocinada pela Argélia que apelava a um cessar-fogo humanitário de emergência em Gaza.
Os EUA vetaram três resoluções da ONU apoiadas por uma grande maioria do Conselho de Segurança que exigiam um cessar-fogo imediato em Gaza.
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