Os BRICS são uma marca reconhecível e uma “marca registrada”, de acordo com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Ryabkov, que também é o sherpa da Rússia no grupo.
“Uma coisa tem de ficar clara: os líderes em Joanesburgo concordaram que, apesar da expansão que ocorreu em 1 de Janeiro, o novo grupo maior manterá o seu nome, BRICS. Ponto final. Não 'BRICS-plus', mas sim, BRICS. É uma marca. É uma marca registrada bem conhecida. E vai continuar assim”, respondeu Ryabkov quando questionado por um jornalista em Moscou se “BRICS-plus” poderia tornar-se o nome do bloco expandido.
Ryabkov referia-se à cúpula dos BRICS de 2023 em Joanesburgo, África do Sul, onde novos membros foram formalmente convidados a juntar-se ao grupo.
“BRIC”, a expressão original, foi cunhada em 2001 pelo economista Jim O’Neill, então no Goldman Sachs Group Inc., para chamar a atenção para as fortes taxas de crescimento no Brasil, Rússia, Índia e China.
Tornou-se ainda mais cativante com o “S” adicionado, que o tornou plural quando a África do Sul foi convidada a aderir no final de 2010.
Mas as coisas ficaram mais complicadas quando o bloco das principais potências dos mercados emergentes decidiu, em Joanesburgo, incluir mais seis países na mistura. Mais cinco países – Etiópia, Arábia Saudita, Irã, Egito e Emirados Árabes Unidos – juntaram-se ao grupo no início deste ano como parte de uma grande expansão. A porta foi deixada aberta para novas adições. Isso criou uma potencial sopa de letras.
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, na cúpula em 2023 interveio rapidamente e pronunciou sua decisão. “O nome continuará a ser BRICS”, disse Lula. Sorridentemente acrescetou: “A criança já está registrada. A criança virou adulta, ela não quer mudar de nome”.
“BRICS é lindo demais para mudar, parece até que eu estou falando inglês. Então vai ficar Brics”, disse ele na reunião anual de líderes do bloco.
Os BRICS expandidos representam cerca de 30% da economia global e têm uma população combinada de cerca de 3,5 bilhões, ou 45% dos habitantes do mundo.
A influência política e económica do bloco aumentou significativamente desde que duras sanções foram impostas à Rússia pelos EUA e seus aliados após o início do conflito na Ucrânia em 2022. Os membros do BRICS não aderiram à campanha ocidental e continuaram ou impulsionaram o comércio com a Rússia.
Numerosas outras nações manifestaram interesse em tornarem-se membros do BRICS, e algumas já apresentaram candidaturas formalmente, incluindo Venezuela, Tailândia, Senegal, Cuba, Cazaquistão, Bielorrússia, Bahrein e Paquistão.
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