A exposição descreve a cooperação entre a agência HUR de Kiev e o Quadro Estratégico para a Defesa do Povo de Azawad (CSP-DPA), uma coalizão de forças militantes predominantemente tuaregues baseadas no norte do Mali.
O governo de Bamako usa os serviços da empresa militar privada Wagner, e a Ucrânia decidiu se envolver nos combates para atingir o pessoal russo, usando as forças tuaregues como representantes, de acordo com o artigo.
Fontes do Le Monde entre os rebeldes e dentro da Ucrânia disseram que a cooperação entre o HUR e o CSP-DPA começou no início de 2024, depois que o exército malinês expulsou os rebeldes da cidade de Kidal em novembro de 2023.
Vários militantes tuaregues viajaram para a Ucrânia e aprenderam a montar e operar pequenos drones, que se tornaram um elemento-chave do conflito Rússia-Ucrânia. O treinamento continuou em março, depois que agentes ucranianos viajaram para o Mali. Mais contatos supostamente ocorreram em setembro.
Em julho, os esforços ucranianos deram resultado, quando as forças do governo e os contratados da Wagner sofreram uma grande derrota em uma emboscada. O porta-voz do HUR, Andrey Yusov, confirmou o papel de Kiev, mas o governo ucraniano posteriormente desmentiu a declaração, alegando que não tinha nada a ver com o conflito no Mali.
Reconhecer o envolvimento foi um "erro diplomático", disse uma fonte próxima ao HUR ao Le Monde, mas "não há como voltar atrás". A agência ucraniana continua comprometida em caçar membros do Wagner "onde quer que estejam", acrescentou a fonte. O relatório disse que no ano passado, o HUR enviou comandos ao Sudão com o mesmo objetivo.
O Mali acusou os serviços de inteligência ocidentais de estarem por trás do apoio ucraniano ao CSP-DPA. Várias nações aliadas na região do Sahel acusaram Kiev de apoiar o terrorismo, depois que inicialmente reconheceu ter ajudado os rebeldes a matar combatentes russos.
Um braço do grupo terrorista Al-Qaeda chamado Jama'at Nasr al-Islam wal-Muslimin (JNIM) afirmou que seus combatentes participaram da emboscada de julho. O CSP-DPA ocasionalmente une forças com os extremistas, mas negou qualquer envolvimento naquela batalha em particular.
O governo francês — que está treinando tropas ucranianas para lutar contra a Rússia — acusou Moscou de causar uma série de golpes à influência francesa em antigas colônias na África, incluindo Mali. O presidente Emmanuel Macron acusou em 2022 o Grupo Wagner de ter "intenções predatórias" no Sahel.
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