segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Alemanha: Um vira-latas que deseja ser o Pitbull dos EUA


A ministra alemã da Defesa, Annegret Kramp-Karrenbauer fez um discurso a 23 de Outubro com o que chamou uma «oferta»: a Alemanha renova uma parceria subordinada aos EUA – a Westbindung – para combater a Rússia e a China.


Diz Kramp-Karrenbauer: «a Westbindung é e permanece uma clara rejeição da tentação histórica da equidistância [...] amarra-nos firmemente à NATO e à UE e [...] posiciona-nos contra uma fixação romântica com a Rússia». E para que ninguem tenha quaisquer dúvidas: «o Ocidente como um sistema de valores está todo ele em risco. Tornou-se de novo essencial que a Alemanha confirme o seu compromisso com o Ocidente. […] Só a América e a Europa juntas podem manter o Ocidente forte, defendendo-o contra a inequívoca sede russa de poder e as ambições chinesas de supremacia global». Tradução: a inequívoca sede de poder e ambição de supremacia global euro-americana não deixa espaço a terceiros. Como Hitler sempre desejou.


Para Kramp-Karrenbauer, a Westbindung não é uma aliança entre iguais e assenta sobre a força militar. Diz que «temos de saber viver com um paradoxo: por um lado a Alemanha continua a depender da proteção estratégica da América. Por outro lado, deve ao mesmo tempo tornar-se um defensor ativo da ordem Ocidental. Permanecendo um receptor em termos estratégicos, a Alemanha tem de simultaneamente tornar-se um dador estratégico muito mais assertivo. […] Ser um receptor é ser-se dependente, não ter total autonomia estratégica». Mas se para ir à guerra é preciso ser capataz, que assim seja: «A Westbindung e a emancipação alemã em termos de política de segurança estão intimamente associadas. Sermos parte do Ocidente mede-se também pela nossa disposição em defendê-lo. Não apenas por meios militares, mas também». 
Annegret Kramp-Karrenbauer quer reforçar a presença militar da Alemanha «na região do Báltico, no Mar do Norte, nos Balcãs e no Mediterrâneo». Faz lembrar o Lebensraum (espaço vital) hitleriano, embora ainda não tenha chegado o tempo de falar no Volga. Não há COVID que os trave: «temos de provar que levamos a sério a nossa defesa [...]. Demos um bom exemplo com o Orçamento para 2021: as despesas com a defesa não serão cortadas apesar da COVID-19. Pelo contrário, terão até um ligeiro aumento». Deixando a posse de armas nucleares para os EUA, Kramp-Karrenbauer acha que «a Alemanha tem de se comprometer muito firmemente com a prossecução da partilha nuclear no seio da NATO e atribuir-lhe os recursos necessários». Mesmo que o povo alemão não queira: «às vezes nem pode ser verbalizado […] não é algo popular, mas tem de ser feito».


Kramp-Karrenbauer discursou antes das eleições nos EUA. Fez questão de salientar que «fazemos esta oferta independentemente de quem ganhe». As quezílias com Trump são secundárias. Annegret Kramp-Karrenbauer (AKK) quer ir à guerra, nem que seja de mãos dadas com o KKK (Ku Klux Klan) e o nazismo. Para recordar, quando nos falarem dos nossos parceiros e obrigações no seio da UE.

O discurso de AKK faz luz sobre a fabula do envenenamento de Navalny. A remilitarização da Alemanha, que por duas vezes no século XX levou o país e a Humanidade à tragédia, é inseparável das mentiras de guerra. Merkel e AKK como Bush e Colin Powell. São os valores ocidentais. Na Westbindung, os serial killers (assassinos em série) são invariavelmente serial liars (mentirosos em série).



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Vale a pena aproveitar esse Super Batepapo

SBP em pauta

DESTAQUE

COMO A MÍDIA MUNDIAL ESTÁ DIVULGANDO HISTÓRIAS FALSAS SOBRE A PALESTINA

PROPAGANDA BLITZ: HOW MAINSTREAM MEDIA IS PUSHING FAKE PALESTINE STORIES Depois que o Hamas lançou um ataque surpresa contra Israel, as forç...

Super Bate Papo ao Vivo

Streams Anteriores

SEMPRE NA RODA DO SBP

Arquivo do blog