segunda-feira, 18 de março de 2024

Acordo do Egito com a União Europeia colabora com os abusos israelenses na faixa de Gaza

A União Europeia (UE) anunciou um pacote de ajuda no valor de 7,4 bilhões de euros (8 bilhões de dólares) para o Egito, destinado a estabilizar a economia do país do Norte de África e a reduzir os fluxos de migrantes para a Europa.

O acordo foi assinado no domingo no Cairo, numa cerimónia que contou com a presença do presidente Abdel Fattah el-Sisi e dos líderes da Bélgica, Itália, Áustria, Chipre e Grécia.

A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, descreveu o esquema como uma “parceria estratégica e abrangente” que permitirá ao bloco trabalhar com o Egito em seis áreas, incluindo política, segurança, energia e comércio.

A Declaração Conjunta UE-Egito envolve subvenções e empréstimos ao longo dos próximos três anos para o país mais populoso da Liga Árabe, que se debate com uma inflação quase recorde e outras pressões económicas.

De acordo com um documento da UE, foram reservados 5 bilhões de euros para empréstimos concessionais e 1,8 bilhões de euros para investimentos, com 600 milhões de euros adicionais a serem concedidos como subvenções, incluindo 200 milhões de euros para a gestão da migração.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, disse que o acordo marca “passos significativos rumo a uma parceria integrada” para enfrentar os desafios regionais e combater os fluxos de migração ilegal.

O acordo surge no meio de preocupações generalizadas de que a esperada ofensiva terrestre de Israel na cidade de Rafah, no extremo sul de Gaza, forçará milhares de pessoas a atravessar para a Península do Sinai, no Egito.

Embora a costa egípcia não tenha sido um importante ponto de trânsito para os migrantes que tentam atravessar o Mediterrâneo para a UE, onde os governos têm lutado para conter os fluxos, está sob pressão migratória da região. Segundo as autoridades egípcias, o país acolhe 9 milhões de migrantes, com 480 mil registados provenientes de 62 países, a maioria dos quais são civis que fogem do conflito armado no Sudão, segundo um relatório recente da ONU.

As ilhas gregas de Creta e Gavdos registaram um aumento significativo nas chegadas de migrantes, principalmente do Egipto, Bangladesh e Paquistão, nos últimos meses.

Devemos impedir a abertura de novas rotas migratórias e trabalharemos em estreita colaboração com o Egipto para garantir que isso será alcançado”, disse a Reuters citando o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis.

No entanto, organizações internacionais criticaram o pacto, com a Human Rights Watch a descrevê-lo como um acordofalho” e a afirmar que a “abordagem de controle da migração em dinheiro da UE” o expõe à cumplicidade em abusos.

Entretanto, el-Sisi, que conquistou um terceiro mandato como presidente em Dezembro passado, chamou-lhe uma “mudança de paradigma” na parceria Egito-UE. O líder egípcio tem procurado aumentar o investimento, inclusive da Rússia, numa tentativa de enfrentar os desafios económicos. Em Janeiro, o Cairo juntou-se ao grupo BRICS, juntamente com os Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita, a Etiópia e o Irã.

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