Se há algo que aprendemos desde muito cedo, é que a justiça tem lado, mas, não só lado, tem também gênero e cor.
A recente elucidação, ainda que parcial dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, revelou, trouxe à tona uma faceta, ainda que esta também não seja novidade, que é o envolvimento de agentes do estado com a criminalidade.
A própria demora para a solução, já trazia tais desconfianças, a revelação, via confissão da execução por um policial militar e, por delação premiada, o envolvimento de mais dois agentes das forças militares estaduais carioca. Ainda em delação premiada, depois de seis anos, o mesmo policial militar apontou dois acusados da contratação por dois irmãos, da estrutura do poder do Estado. Um ex-deputado estadual e conselheiro do tribunal de contas, outro deputado federal. Além destes, foram presos também, o chefe da polícia civil carioca.
Se a justiça tem lado, gênero e cor, há, "de forma quase natural" a proteção aos já privilegiados e, por consequência, uma criminalização generalizada contra quem ousa desafiar tal lógica.
Somos, infelizmente, lembrar dos ritos da farsa-jato, que para condenar, o ex- e atual presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, fabricou provas, retirando-o da disputa eleitoral, abrindo as portas para a eleição de alguém, que segundo denuncias ajudou a acobertar, no mínimo, dificultar as investigações, lembramos, o interventor que nomeou o delegado da polícia civil carioca, foi candidato a vice-despresidente na chapa, felizmente perdedora, nas últimas eleições presidenciais.
Não é só a justiça que é a conta gotas, pois, antes da justiça, há as estruturas policiais. Mas por uma questão ideológica, toda esta estrutura que mantém a justiça tendenciosa, há o nada velado apoio do quarto poder da República, ainda que não constitucional, a mídia corporativa, que criminaliza "sem provas" os movimentos sociais, mas cultua, apesar das evidências, quem ajuda o processo explorativo.
Se já não bastasse a inoperância da estrutura policial, que por fazer seu papel investigativo, ajuda a justiça não agir e o tal quarto poder, ops, há muitos profissionais éticos na mídia, porém, os entusiastas do farsa-jatismo, continuam no processo de passação de panos para a amplitude das investigações.
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