Macron Says At Brazil's Side In Development Of Nuclear-powered Subs |
O presidente Emmanuel Macron disse ao Brasil na quarta-feira que a França estava “ao seu lado” enquanto o país busca desenvolver submarinos com propulsão nuclear, mas sem anunciar a colaboração específica na tecnologia de propulsão nuclear que Brasília tem pressionado.
"Quero que abramos o capítulo para novos submarinos... que olhemos a propulsão nuclear de frente e ao mesmo tempo respeitemos perfeitamente todos os compromissos de não proliferação", disse Macron no lançamento de um submarino franco-brasileiro de propulsão convencional em Itaguaí, perto de Rio de Janeiro. "Se você quiser, a França estará ao seu lado."
Macron falava durante uma cerimônia de lançamento do terceiro submarino do Brasil projetado pela França, que ajudará a proteger a longa costa do país, apelidada de “Amazônia Azul”.
A construção dos submarinos foi delineada num acordo de 2008 entre Lula e o então presidente francês Nicolas Sarkozy, que também incluiu a compra de 50 helicópteros Caracal.
O Brasil também está planejando construir o seu primeiro submarino nuclear, o Álvaro Alberto, o que o tornaria o primeiro país fora dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU a fazê-lo.
A fabricante francesa de defesa naval Naval Group apoia o projeto e a construção do submarino, exceto a caldeira nuclear que está sendo projetada pelos brasileiros.
Brasília tem tentado convencer Paris a aumentar as transferências de tecnologia para ajudá-la a integrar o reator ao submarino e a vender-lhe equipamentos ligados à propulsão nuclear.
A França tem sido reticente em transferir tal tecnologia devido aos desafios da proliferação nuclear.
“Há discussões sobre a possibilidade de a França cooperar conosco, inclusive em energia nuclear, combustível nuclear”, segundo a chefe europeia da diplomacia brasileira, Maria Luisa Escorel de Moraes, que reconhece que se trata de um “assunto estratégico, sensível, delicado."
O projeto sofreu atrasos significativos, principalmente devido a restrições orçamentárias, e o submarino nuclear deverá ser lançado entre 2036 e 2037, segundo a Marinha do Brasil.
Macron está numa viagem rápida pelo Brasil, um importante aliado econômico, que começou terça-feira com o lançamento de um plano para angariar mais de mil milhões de dólares em investimentos verdes para proteger a Amazônia brasileira e guianense.
A visita, a primeira de um presidente francês ao gigante econômico da América Latina em mais de uma década, é também uma medida para reiniciar os laços que se deterioraram significativamente sob o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro.
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