segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Alemanha: Um vira-latas que deseja ser o Pitbull dos EUA


A ministra alemã da Defesa, Annegret Kramp-Karrenbauer fez um discurso a 23 de Outubro com o que chamou uma «oferta»: a Alemanha renova uma parceria subordinada aos EUA – a Westbindung – para combater a Rússia e a China.

Os 200 anos de Friedrich Engels

gigante da teoria e da ação revolucionárias


Nascido há 200 anos, no dia 28 de novembro, Friedrich Engels foi um brilhante filósofo e um revolucionário apaixonado, participante ativo nos combates políticos e sociais do seu tempo. Juntamente com o seu camarada e amigo Karl Marx, fundou o socialismo científico, cujos ensinamentos mantêm hoje toda a atualidade revelando-se indispensáveis para a luta que continua pela transformação revolucionária da sociedade, pelo socialismo.


Profundamente abalado pela morte de Marx, Engels afirmou sempre que o seu contributo para a teoria do socialismo científico era a de um mero «segundo violino»: para ele, era Marx o «génio», o que «estava mais acima» e «via mais longe». Se a caracterização que fez da importância histórica de Karl Marx não merece contestação, a modéstia de Engels (e a profunda estima e admiração que sentia pelo amigo) levou-o a minimizar o alcance da sua própria contribuição.

Já Lenin não teve dúvidas em afirmar, anos mais tarde, ser «com toda a justiça que os nomes de Marx e Engels figuram lado a lado como os nomes dos fundadores do socialismo contemporâneo». Para o revolucionário russo, «não se pode compreender o marxismo e não se pode expô-lo integralmente sem ter em conta todas as obras de Engels».

De fato, as obras de Marx e de Engels constituem um todo coerente, independentemente do papel particular assumido por cada um. Os seus caminhos cruzaram-se pela primeira vez em 1842, na redação da Gazeta Renana (para a qual ambos escreviam), mas foi sobretudo a partir de 1844 que se iniciou a sua colaboração regular, que se tornou cada vez mais intensa e profícua: neste mesmo ano começaram a escrever a sua primeira obra comum, A Sagrada Família. Seguir-se-iam muitas mais, nos anos e décadas ulteriores, entre as quais se destaca o Manifesto do Partido Comunista, de 1848.

Parceiro, camarada e amigo


A própria obra magna de Marx, O Capital, não teria chegado até nós na sua versão completa sem a colaboração de Engels, que trabalhou sobre os (praticamente indecifráveis) manuscritos de Marx, selecionando-os, ordenando-os e completando-os, sempre em rigoroso respeito «pelo espírito do autor», garantia. Seria uma vez mais Lenin a atribuir a Engels a importância que o próprio menorizava: «Estes dois volumes de O Capital [os livros II e III] são, com efeito, obra de ambos, de Marx e de Engels.»

Ao trabalhar sobre O Capital, Engels sentia que estava novamente com o seu «velho camarada». Na verdade, a relação entre ambos rapidamente evoluíra para uma amizade profunda e, voltando a Lenin, «comovente»: para além da colaboração intelectual e da militância revolucionária partilhada, Engels nunca regateou o apoio material a Marx e à sua família, sempre que estes se viram confrontados com o sufoco financeiro.

Contribuição decisiva


Engels deu à formulação dos princípios do socialismo científico uma importante contribuição. Nascido a 28 de Novembro de 1820 na Renânia prussiana, era filho de um industrial têxtil, o que levou a que – antes até do que Marx – tomasse contacto de perto com a classe operária e as suas condições de vida, particularmente na fábrica do pai em Manchester, para onde foi em 1842.

No seu livro A Situação da Classe Laboriosa na Inglaterra, escreveu: «quis ver-vos em vossas casas, observar-vos na vossa vida quotidiana, conversar convosco sobre as vossas condições de vida e as vossas queixas, ser testemunha das vossas lutas contra o poder político e social dos vossos opressores». Esta experiência revelar-se-ia decisiva para a elaboração de uma concepção materialista da história, primeiro levada a cabo, juntamente com Marx em A Ideologia Alemã, e que depois aprofundou em obras como A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado.

Para além da inegável contribuição teórica que deu para o marxismo, Friedrich Engels – tal como Marx – foi um empenhado revolucionário. Depois de, na sua estada em Inglaterra, ter contactado com os círculos socialistas locais, entre 1845 e 1847 viveu em Bruxelas e Paris, onde não poupou esforços no contacto com os operários alemães aí exilados. É a partir de então que Marx e Engels, no âmbito da acção da Liga dos Justos a que aderiram, são levados a expor os princípios fundamentais do comunismo por eles elaborado – o que será feito no Manifesto do Partido Comunista, redigido por Marx mas que contou com a contribuição fundamental do documento elaborado por Engels, Princípios Básicos do Comunismo.

A influência que ambos acabaram por assumir na Liga dos Justos fica evidente na alteração da sua designação para Liga dos Comunistas e na adopção da palavra de ordem «Proletários de todos os países, uni-vos!» no congresso da Liga de Junho de 1847. Mas será no seu segundo congresso, realizado de 29 de Novembro a 8 de Dezembro de 1847, que a nova orientação da Liga, por acção de Marx e Engels, fica claramente definida como o revela o artigo 1.º dos Estatutos então aprovados:«O objectivo da Liga é o derrubamento da burguesia, a dominação do proletariado, a superação da velha sociedade burguesa que repousa sobre oposições de classes, e a fundação de uma nova sociedade sem classes e sem propriedade privada.»

A teoria e a prática da Revolução


No decurso da revolução de 1848-1849, Marx e Engels regressaram ao seu país, assumindo a direção da Nova Gazeta Renana, jornal democrático que se publicava em Colonia e que acabaria por ser proibido. Aquela experiência revolucionária seria analisada por Engels em Revolução e Contra-Revolução na Alemanha (Marx faria o mesmo para França em A Luta de Classes em França). Derrotada a revolução, exilados em Inglaterra, não cessam a sua produção teórica e a sua actividade prática: em 1864, foi formada a Associação Internacional dos Trabalhadores, essencial para a expansão do movimento operário e socialista, até ser dissolvida na década de 70. São deste período os mais frutuosos estudos de Engels relativos à utilização da dialéctica materialista no conhecimento da Natureza, que plasmaria em obras como o Anti-Düring e Dialéctica da Natureza, esta última publicada postumamente.

Após a morte de Marx, Engels continuou ativo no movimento revolucionário, constituindo-se como a figura preponderante da fundação da Segunda Internacional, em 1889. Até ao último dia da sua vida – morreu a 5 de Agosto de 1895 – foi um incansável lutador pelos princípios do socialismo científico, elaborado por Marx e por si próprio, quer no Partido Operário Social-Democrata alemão quer na Internacional.


«Que chama do espírito se apagou! Que coração deixou de bater!»

(Elogio fúnebre de Engels, 1895)

 

«Não se pode compreender o marxismo e não se pode expô-lo integralmente sem ter em conta todas as obras de Engels.»

«O proletariado da Europa pode dizer que a sua ciência foi criada por dois sábios, dois lutadores [Marx e Engels], cuja amizade ultrapassa tudo o que de mais comovente oferecem as lendas dos antigos.»

«Engels foi o primeiro a declarar que o proletariado não é só uma classe que sofre, mas que a miserável situação económica em que se encontra empurra-o irresistivelmente para a frente e obriga-o a lutar pela sua emancipação definitiva. E o proletariado em luta ajudar-se-á a si mesmo



domingo, 29 de novembro de 2020

O POVO PRETO: AVANÇOS E RECUOS

Reflexão sobre os resultados eleitorais
por Benedito Carlos dos Santos


Não tenho dúvidas de que a derrota de Boulos é também uma derrota para o povo preto de São Paulo. Afinal, não é a toa que aquilo que havia de mais avançado, dinâmico e mobilizado do povo preto apoiou e votou em Boulos.

Agora, quando as últimas urnas são apuradas e o mês da consciência negra se encerra, a realidade do país é o da dureza de sempre para pretos e pobres: educação precária, saúde doente, transporte público ruim e uma prefeitura conivente com a insegurança pública do estado, que insiste em perseguir e matar aqueles que constroem hoje e construíram ontem a riqueza do país com o seu trabalho. E descaso com as vítimas da Covid, é claro. Que são em sua maioria pobres, pretos e periféricos.

Não sou um otimista delirante, tampouco um pessimista melancólico. Perdemos, mas estamos na luta. Elegemos nos legislativos companheiros valorosos. Pretos e brancos. Afinal, são os racistas e não os pretos conscientes os que querem dividir os pobres em linhas étnicas e efetivamente os dividem. 
As periferias, rurais ou urbanas no Brasil, ou grande parte delas, ainda estão nas mãos do inimigo. Eles possuem igrejas, ONGS e, principalmente, dinheiro para comprar os miseráveis e os mortos de fome. Ou ameaça-los com milícias formadas por bandidos armados. Às vezes uniformizados. Ninguém disse que seria fácil!

Não adianta, como já li em algumas postagens nas redes sociais, demonizar o povo, acusando-o de alienado e despolitizado. E também é uma perda de tempo santificá-lo. O “povo”, seja lá o que isso queira dizer, já elegeu Lula e Dilma duas vezes. Mas se todo o tal “povo” tivesse uma consciência política automática, se já nascesse com ela, não haveria necessidade dos partidos e dos movimentos sociais.

Muitos dirigentes de esquerda julgaram que a luta era apenas pelo poder político e esqueceram velhos ensinamentos da esquerda como os conceitos de hegemonia e, principalmente, a boa e velha luta de classes. Não há vingança mais terrível do que a vingança da História, diria o velho bolchevique!

E antes que apareçam alguns dinossauros esquerdistas reclamando das tais “pautas identitárias”, lembremos que os pretos, as mulheres pretas e brancas periféricas e o povo LGBTQI+ foi quem não deixou a peteca cair nesses dois anos bozoníticos, sempre na luta contra a barbárie bozoasnática reinante. Não tenho dúvida de que a resistência virá daí, mas não só.

Eu poderia dizer que tenho um sonho. É um sonho difícil, mas não impossível. Em alguns lugares do país começou a virar realidade. De que num futuro bem próximo, pretos, mulheres, gays e lésbicas, trabalhadores pobres em geral, enfim, juntamente com os partidos verdadeiramente progressistas, ganhem as periferias, as cidades e o país. Que os racistas, os machistas, os homofóbicos e seus lacaios milicianos sejam varridos para o esgoto de onde nunca deveriam ter saído. Que eles, e não nós vivam consumidos pelo medo e pela angústia, às voltas com seus delírios, seus ódios e suas frustrações sexuais.

Não estamos ainda todos juntos. Mas sonho com o dia em que estaremos.

VIVA O MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA! Viva o povo preto! 

Fascistas, racistas, não passarão!


Zumbi Vive!

Marighella Vive!

Marielle Vive!

#justiçaparabetofreitas

#forazbozofascista





BENEDITO CARLOS DOS SANTOS
Professor de historia e militante das boas causas que interessam a civilização


OUÇA A HISTÓRIA DO MOVIMENTO NEGRO
Palestra ministra pelo Prof. Bene para os alunos da faculdade do Hospital Albert Eistein

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Vacinas contra COVID - Conheça as candidatas mais promissoras


Atualização em 25 de novembro

Manter-se atualizado com as últimas notícias sobre o coronavírus pode ser um desafio. Para ajudar a mantê-los informados, nós do Super Bate-Papo, com a orientação indispensável e essencial do professor Ricardo Santoro aqui mostramos as vacinas candidatas a coronavírus mais promissoras que existem.  


Usando materiais que vão desde vírus do resfriado enfraquecidos até fragmentos de código genético, cientistas em todo o mundo estão criando dezenas de vacinas candidatas exclusivas para combater o novo coronavírus - e estão fazendo isso em velocidades sem precedentes.
Não se sabe exatamente quando o vírus passou dos animais para os humanos e quando começou a se espalhar pelas fronteiras. Mas em menos de um ano desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou o mundo sobre um misterioso agrupamento de casos de pneumonia em Wuhan, China, pesquisadores em todo o mundo já desenvolveram mais de 200 vacinas candidatas diferentes para combater o coronavírus.
Segundo o Prof. Santoro, a maioria está em estágios pré-clínicos, o que significa que ainda estão sendo testadas em animais ou no laboratório, mas 48 delas estão sendo testadas em humanos. Um punhado dessas 48 chegaram a ensaios clínicos em estágio final e três já revelaram resultados promissores em ensaios em estágio final e se inscreveram para uso de emergência em populações de alto risco. As primeiras doses de uma vacina COVID-19 poderiam ser administradas a pessoas a partir do fim de dezembro no Brasil.
Os ensaios clínicos são divididos em três a quatro estágios, com os primeiros (fase 1 / fase 2) examinando a segurança, dosagem e possíveis efeitos colaterais e eficácia (como funciona bem no combate ao patógeno) da vacina candidata em um pequeno grupo de pessoas, segundo o Prof. Santoro. Ele disse que a chave para obter a aprovação de uma vacina candidata, no entanto, é mostrar resultados promissores no ensaio de fase 3 mais avançado. Nos testes de fase 3, os pesquisadores testam a eficácia da vacina, enquanto também monitoram as reações adversas em milhares de voluntários.


Santoro apontou a mais promissora dessas vacinas candidatas

ChAdOx1 nCoV-19

A vacina ChAdOx1 nCoV-19, popularmente conhecida como vacina Oxford, foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Oxford e da AstraZeneca. A vacina candidata é 70% eficaz na prevenção de COVID-19 e pode ser 90% eficaz quando administrada na dose certa, anunciou a Universidade de Oxford em 23 de novembro. A vacina é administrada em duas doses, com 28 dias de intervalo e ainda está sendo testado em ensaios clínicos de fase 3 em todo o mundo, incluindo os EUA, Reino Unido e Brasil. A primeira análise desses ensaios em estágio final foi baseada em 131 participantes que desenvolveram COVID-19 após receberem a vacina ou o placebo. Naqueles que receberam duas doses completas, a vacina foi cerca de 62% eficaz na prevenção de COVID-19, mas naqueles que receberam primeiro meia dose e depois uma dose completa (esta dosagem não foi deliberada, mas o resultado de um erro de dosagem em testes iniciais), a vacina foi 90% eficaz, relatou a Live Science. No entanto, os dados ainda não foram divulgados ou revisados ​​por pares e, portanto, não está claro quantas pessoas receberam o placebo e quantas receberam a vacina. 

Nenhuma preocupação séria de segurança foi encontrada, e nenhum dos participantes que desenvolveu uma infecção após receber a vacina estiveram internados ou apresentavam doença grave, segundo o comunicado. Os testes foram pausados ​​duas vezes antes (isso é comum em testes clínicos) depois que dois participantes diferentes desenvolveram sintomas neurológicos, mas foram reiniciados quando os investigadores não encontraram uma ligação entre a vacina e os sintomas, de acordo com Vox


Outro participante do estudo, um médico de 28 anos no Brasil, morreu de complicações do COVID-19, mas a Universidade de Oxford não citou nenhuma preocupação de segurança nem o estudo foi interrompido, então é provável que ele tenha recebido um placebo e não a vacina em si, de acordo com a BBC.

A vacina é feita a partir de uma versão enfraquecida de um vírus do resfriado comum, chamado adenovírus, que infecta chimpanzés. Os pesquisadores alteraram geneticamente o vírus para que não pudesse se replicar em humanos e adicionaram genes para codificar as chamadas proteínas de pico que o coronavírus usa para infectar células humanas. Em tese, a vacina vai ensinar o corpo a reconhecer esses picos, para que, quando uma pessoa for exposta, o sistema imunológico consiga destruí-la, segundo o prof. Santoro.


Os pesquisadores testaram anteriormente esta vacina em macacos rhesus e descobriram que ela não evitou que os macacos se infectassem quando deliberadamente expostos ao coronavírus, mas os impediu de desenvolver pneumonia, sugerindo que era parcialmente protetora, de acordo com um estudo publicado em 13 de maio para o banco de dados de pré-impressão BioRxiv.

Em abril, os pesquisadores começaram a testar a vacina em pessoas e publicaram os primeiros resultados de seus estudos de fase 1 e fase 2 ainda em andamento em 20 de julho na revista The Lancet. A vacina não causou efeitos adversos graves nos participantes, mas provocou alguns efeitos colaterais leves, como dores musculares e calafrios. O Prof. Santoro explicou que o relatório apontou que "a vacina estimulou o sistema imunológico a produzir células T específicas para SARS-CoV-2 - [um grupo de glóbulos brancos importantes na luta contra patógenos] - e anticorpos neutralizantes, ou moléculas que pode se prender ao vírus e impedi-lo de infectar as células ".

A vacina Oxford mostrou respostas imunológicas semelhantes em pessoas com mais de 56 anos e entre 18 e 55 anos, e foi "melhor tolerada" em adultos mais velhos do que em adultos mais jovens, de acordo com os resultados da fase 2 publicados em 18 de novembro no jornal The Lancet. Esta análise baseou-se em 560 participantes, 240 deles com 70 anos ou mais.

mRNA-1273

Esta vacina candidata (mRNA-1273), desenvolvida pela empresa americana de biotecnologia Moderna e o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID), foi a primeira a ser testada em humanos nos EUA. É também uma das primeiras a divulgar os primeiros resultados de seu teste de fase 3.

Uma análise dos primeiros dados, a empresa anunciou em 16 de novembro, sugeriu que a vacina da Moderna é 94,5% eficaz na proteção contra COVID-19. A análise foi baseada em 95 participantes do ensaio de fase 3 da Moderna que desenvolveram COVID-19; 90 deles receberam um placebo e cinco receberam a vacina. Além disso, 15 dos que desenvolveram COVID-19 eram pessoas com pelo menos 65 anos de idade e 20 eram de comunidades diversas. Entre os participantes, 11 tiveram casos graves de COVID-19, mas nenhum desses casos graves estava entre aqueles que receberam a vacina real.

A vacina da Moderna conta com uma tecnologia que não foi usada em nenhuma vacina aprovada até agora: um pedaço de material genético chamado RNA mensageiro (mRNA). O professor Santoro disse que as vacinas tradicionais são constituídas por vírus enfraquecidos ou inativos, ou proteínas desses vírus, para desencadear uma resposta imunológica; além disso, ele aponta que as vacinas de mRNA, por outro lado, são compostas de material genético que ensina as células a construir essas proteínas virais (no caso, a proteína spike do coronavírus). As vacinas tradicionais e de mRNA desencadeiam uma resposta imunológica no corpo de forma que, se uma pessoa for exposta naturalmente ao vírus, o corpo pode rapidamente reconhecê-lo e combatê-lo.


Essas vacinas de mRNA têm várias vantagens, incluindo serem mais rápidas e fáceis de fabricar do que as vacinas tradicionais, que podem levar tempo para se desenvolver porque os cientistas precisam cultivar e inativar patógenos inteiros ou suas proteínas, de acordo com a National Geographic. As vacinas de mRNA também podem ser mais duráveis contra patógenos que tendem a sofrer mutação, como coronavírus e vírus da gripe. No entanto, aponta Prof. Santoro, as vacinas de mRNA podem causar reações adversas no corpo; esses tipos de vacinas também têm problemas de estabilidade, quebrando muito rapidamente, o que pode limitar a força da imunidade.

As vacinas de mRNA demonstraram ser "uma alternativa promissora" às vacinas tradicionais, mas "sua aplicação tem sido até recentemente restringida pela instabilidade e ineficiência" na entrega ao corpo, um grupo de pesquisadores relatou em uma revisão de 2018 publicada na revista Nature Reviews Drug Discovery. "Os recentes avanços tecnológicos superaram amplamente esses problemas, e várias plataformas de vacinas de mRNA contra doenças infecciosas e vários tipos de câncer demonstraram resultados encorajadores em modelos animais e humanos."

Em 14 de julho, a Moderna publicou resultados iniciais promissores de um ensaio clínico de fase 1 com 45 participantes no The New England Journal of Medicine. Os participantes foram divididos em três grupos e receberam uma dose baixa, média ou alta da vacina. Depois de receber duas doses da vacina, todos os participantes desenvolveram anticorpos neutralizantes em níveis acima da média daqueles encontrados em pacientes recuperados de COVID-19.

A vacina parecia segura e geralmente bem tolerada, de acordo com o Prof. Santoro, mas observa que mais da metade dos participantes teve alguns efeitos colaterais (semelhantes aos efeitos colaterais que podem acontecer com a vacina anual contra gripe), incluindo fadiga, calafrios, dor de cabeça dores musculares e no local da injeção. Alguns participantes nos grupos de dose média e alta tiveram febre após a segunda injeção. Uma pessoa que recebeu a dose mais alta teve febre "severa", náusea, tontura e um episódio de desmaio, de acordo com o relatório. Mas este participante se sentiu melhor depois de um dia e meio. Essas altas doses não serão administradas aos participantes dos próximos ensaios.

A Operação Warp Speed do governo deu à Moderna US $ 955 milhões para pesquisa e desenvolvimento de sua vacina. O teste de fase 3 da Moderna ainda está em andamento e a empresa espera produzir de 500 milhões a 1 bilhão de doses globalmente em 2021.


Ricardo Santoro, Biólogo e pesquisador envolvido com questões epidemiológicas foi entrevistado pelo programa SBP na rádio Cantareira sobre o assunto e deu respostas adicionais e dicas de como combater o vírus em áreas pobres do Brasil.
Clique no link abaixo para ouvir sua entrevista.


quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Chico Bicudo misturando Politica e futebol no Super Batepapo

Chico Bicudo - Jornalista e escritor, professor de jonalismo e apaixonado pelo Santos F. C.. Blogueiro dos bons ele é autor do livro Crônicas Boleiras e colunista no site Chuteira Futebol Clube... Ou seja, ninguém melhor para um Super Batepapo sobre política e futebol tudo junto e misturado.

Chico Bicudo
De professor e cronista à tese de mestrado
"De que adianta entrar em campo com jogadores trajando camisas que denunciam racismo e exclusão d@s negr@s na sociedade brasileira se, no mesmo jogo, o camarote da presidência do Santos abriga e acolhe um racista assumido?", questiona o jornalista Chico Bicudo. Esse homem que se indigna com a falta de humanidade e mesmo com a perversidade de dirigentes de futebol e politicos canalhas é o mesmo Chico capaz de tiradas hilariantes quando fala de seu assunto preferido - o que acontece dentro e fora das quatro linhas brancas que delimitam o tapete verde. Ele é biólogo, jornalista e um grande fã de futebol.

Torcedor do Santos. Professor e historiador do velho esporte bretão, esporte que conhece tão bem quanto a Biologia, trata do assunto com maestria por ser também dono de um texto. delicioso. Por tudo isso, não é a toa que o Chico virou Tese de mestrado na qual se encontra na ilustre companhia de ninguém menos que Nelson Rodrigues, um baluarte da crônica esportiva a quem Bicudo reverencia em cada artigo com qualidade nas observações de detalhes, no fantástico, nas ironias e até mesmo na acidez angustiante que imprime em determinados momentos de suas incursões pelos meandros da direção corrompida do futebol.




Aliás, porque não aproveitar o momento e trazer uma das crônicas que fazem parte do trabalho do mestrando para esse nosso corolário sobre Chico Bicudo. Todos nós bem o merecemos.


A Alemanha de novo no caminho do Brasil.

Na cidade de Temuco, no sul do Chile, onde estreia amanhã na Copa América contra o Peru, a Seleção Brasileira está hospedada no Hotel Dreams, que fica na Avenida... Alemanha. Sonhos e Alemanha. Não combina. Talvez devesse o estabelecimento se chamar Nightmare.
Corre à boca pequena que foi uma escolha pessoal do técnico Dunga. No melhor estilo militar “chega de bobagens infantis, aquilo já passou, é o melhor recomeço que poderíamos desejar, dez vitórias seguidas, somos homens feitos, profissionais, não tememos demônios passados”, o atual comandante da Canarinho disse ter certeza que a experiência fará bem aos boleiros nacionais. “Olhar para a placa com o nome da rua vai fortalecer nossos brios de guerreiros. Somos machos, chê”, disse aos dirigentes da Confederação Brasileira de Falcatruas, na hora de escolher a concentração. Parece não ter dado muito certo. Tentaram abafar, esconder, proibiram os atletas de dar declarações a respeito, mas o DataChico apurou que, já no desembarque, ao bater os olhos na palavrinha fatídica (A-LE-MA-NHA), Thiago Silva teve uma síncope. Desabou a chorar, inconsolável. Fernandinho começou a ouvir vozes. “Cuidado, olha o Kroos! Solta a bola, olha o Özil!”. David Luiz fez beicinho e começou a pedir desculpas, chacoalhando a vasta cabeleira e acenando para a galera que aguardava o esquadrão nacional. Entraram rapidinho no hotel, esquecendo malas esparramadas por todos os cantos. Sem perceber, deixaram um buracão no meio do saguão. Daniel Alves, tenso, olhava sem parar para a esquerda, para a direita, para a esquerda de novo, como se temesse ser surpreendido por algum alemão com camisa vermelha e preta. Deixou escapar, bem baixinho. “Minhas pernas estão tremendo. Sem alegria. Alguém viu o Bernard?”. Na recepção, momento do check-in, o funcionário sorridente tentou ser simpático e avisou: “o sétimo andar está todinho reservado para vocês. Ninguém vai importuná-los. Prometemos”. Como? O quê? O número reverberou como uma bomba. Neymar tentou argumentar, encostou no rapaz do hotel e sussurrou algo, colocando a mão na boca para evitar leitura labial. Robinho até achou legal. “Me lembro das sete pedaladas que mandei no Rogério na final do Brasileirão de 2002”. A balbúrdia foi geral. “Sete? Sétimo?”. Gritaria. Braveza. “No sétimo não dá. Não vou subir sete andares. Não vou apertar botão sete no elevador. Só pode ser sacanagem, armação”, berrou Thiago Silva, aos prantos. Quando soube que o apartamento em que ficaria seria o 71, só conseguiu dar sete passos e sentar numa bola que estava encostada num canto e lá ficou, parado, inerte, a mirar o infinito. Dunga enfureceu-se. “Deixe disso, che. Seja homem. Nem mais capitão você é. E já sei que não posso contar contigo em cobrança de 161 pênaltis. Levanta e anda”. O chefe da delegação, João Dória Junior, escolhido para o cargo por evidentes e relevantes contribuições oferecidas ao futebol e nada por critérios políticos, parecia uma barata tonta. Só conseguia repetir, abestalhadamente “é tudo culpa da Dilma, é tudo culpa do PT”. Ficou falando sozinho. Argumenta daqui, contesta dali, acerta acolá (Gilmar Rinaldi gesticulava freneticamente, pedindo respeito ao futebol pentacampeão do mundo), o impasse foi finalmente resolvido. Todos transferidos para o décimo andar. Enquanto se preparavam para subir, aliviados, os boleiros da Seleção foram surpreendidos por uma carta que tinha chegado dois dias antes ao hotel e que desejava sorte ao Brasil no torneio. Assinado: dona Lúcia. Ela só lamentava, no final do texto, que Felipão não fosse mais o técnico. Foi quando um torcedor chileno conseguiu furar o bloqueio de seguranças. Aproximou-se de Willian já berrando. “Vocês tiveram sorte, muita sorte. Deveriam ter saído antes da Copa. E aquela bomba no travessão do Julio Cesar nas oitavas, hein, aos quinze do segundo tempo da prorrogação, no Mineirão?”. Neymar largou as malas no chão. Fez menção de partir para cima do hermano, que precisou ser escoltado até a rua. O nome da arena ecoou forte pelo saguão. MI-NEI-RÃO. MI-NEI-RA-ÇO. Thiago Silva soluçava, amparado pelo ombro de Jeferson, que tentava sossegar o zagueiro. “Tudo bem, tudo bem. Já passou. Você nem estava em campo. Calma”. A muito custo, a algazarra só seria controlada uma hora depois. Todos finalmente recolhidos, acomodados em seus quartos. Quando foi fechar a cortina, Fernandinho bateu sem querer o olho na placa da rua. Iluminadíssima. AVENIDA ALEMANHA. O médico foi chamado. O volante só conseguiu dormir sob doses cavalares de calmante. Às três da madrugada, o silêncio foi bruscamente interrompido pelos toques dos telefones nos quartos, um a um, em sequência. 1010, 1011, 1012... O funcionário da recepção avisava aos que atendiam sonados. “Senhores, tivemos repentina queda de energia. Pedimos desculpas. Acabou a luz”. David Luiz saiu correndo, tresloucado. “Apagão! Apagão! Apagão!”. Tropeções, empurrões, quedas nas escadas, portas de incêndio chutadas, urros guturais. “De novo não! Apagão de novo não!”. Reuniram-se todos no térreo, decididos a exigir a mudança de hotel. “Aqui não vamos ficar!. Foi quando notaram a ausência de Thiago Silva. Foi encontrado no final do corredor do sétimo andar, pálido, sentado numa bola. Catatônico. Olhando para o número do quarto. 71. [Crônicas boleiras, 13/6/2015] 


Assista agora Chico Bicudo no Superbatepapo:

domingo, 22 de novembro de 2020

Eleições Municipais - Primeiro turno no Super Batepapo

 

Eleições no Super Batepapo
No dia 15 de Novembro, poucas horas após o fechamento das urnas no primeiro turno do processo que decide quem ocupará o cargo máximo nas prefeituras do Brasil, a galera se encontrou para um Super Batepapo sobre o assunto.

Nada passou desapercebido nas analises sobre o desempenho dos candidatos e os resultados das pesquisa de boca de urna e da apuração rolaram na tela em tempo real colaborando para os experientes comentaristas delinearem os cenários de diversas cidades com a eleição já concluída em primeiro turno ou à mercê de uma segunda rodada.
Confira esse SUPER BATEPAPO!

sábado, 21 de novembro de 2020

Socialismo: fundamentos e conceitos-chave

Dependendo de quem você pergunta, o socialismo pode ser descrito como historicamente inevitável, o mal do demonio encarnado, uma fantasia utópica ou um método científico. Mais fundamentalmente, o socialismo é um sistema político, filosófico e econômico em que os meios de produção - isto é, tudo o que é usado para fazer bens para uso - são controlados coletivamente, em vez de propriedade de corporações privadas como estão sob o capitalismo, ou por aristocratas sob o feudalismo.

Na tentativa de defender o socialismo - e compreender os obstáculos a um mundo governado pelas necessidades das pessoas em vez dos lucros corporativos - os pensadores da tradição socialista lutaram com tópicos tão variados como colonialismo, gênero, raça, arte, sexo, psicologia, economia , medicina, ecologia e inúmeras outras questões. Como tal, esta Lista de Leitura não pretende ser exaustiva; em vez disso, busca atingir dois objetivos modestos: familiarizar os leitores com um punhado de preocupações socialistas fundamentais e demonstrar como os conceitos centrais do pensamento socialista foram articulados em diferentes momentos históricos e adotados por mulheres e negros.

Cedric Robinson

Contando a história de C.L.R. James, um dos intelectuais socialistas mais importantes do século XX, Cedric Robinson (um gigante intelectual) traça a história do socialismo enquanto ele atravessa continentes e oceanos. Centrando os radicais negros, não como um grupo homogêneo, mas como membros de uma tradição multifacetada que escreve perfeitamente sobre críquete, lutas anticoloniais e formação de classe, Robinson leva o leitor através de questões no cerne do socialismo.

  C. L. R. James and the Black Radical Tradition ”


Eugene W. Schulkind

A Comuna de Paris, a última vez que a cidade foi governada pela esquerda, foi proclamada no Hotel de Ville em 26 de março de 1871. Durou nove semanas, até que as tropas do governo lideradas por Adolphe Thiers em 28 de maio de 1871, os soldados franceses esmagaram a Comuna de Paris. Entre 10.000 e 30.000 deles morreram durante a luta ou foram sumariamente executados depois.

Tanto o Palácio das Tulherias quanto o Hotel de Ville foram destruídos pelos membros da Comuna, que também mataram o arcebispo de Paris. "Paris será nossa ou Paris não existirá mais", disse a líder revolucionária Louise Michels, professora.

Durante seu breve tempo governando Paris, os comunardos eliminaram o exército, secularizaram a educação, igualaram os salários e implementaram várias iniciativas feministas, incluindo o estabelecimento de creches e a abolição da distinção entre filhos “legítimos” e “ilegítimos”.

"The Activity of Popular Organizations during the Paris Commune of 1871"

Michael Lowy e Penelope Duggan

Uma introdução atraente para Mariategui, o filósofo socialista peruano que mesclou história pré-colonial, romantismo e uma análise incisiva do capitalismo. Em contraste com o mundo austero que muitos anti-socialistas imaginam, “[s] ocialismo de acordo com Mariategui está no cerne de uma tentativa de reencantamento do mundo por meio da ação revolucionária.”

"Marxismo e Romantismo na Obra de Jose Carlos Mariategui"

Rosa Luxemburgo


Os socialistas acreditam uniformemente que diferentes arranjos sociais são necessários para resolver os problemas sociais, mas como essas transformações podem vir a se concretizar de maneira mais eficaz? 

Uma das principais questões que animaram os debates socialistas ao longo dos séculos é se é possível alcançar o socialismo por meio de reformas progressivas ou se as reformas serviriam apenas para fortalecer o capitalismo. Aqui a revolucionária apresenta seus pensamentos.

Reform or Revolution

Clara Zetkin

Karl Marx se opôs, notoriamente, a definir rigidamente como deveriam ser as futuras sociedades socialistas, alegando que isso seria como escrever "receitas para as cozinhas do futuro". Apesar de sua reticência, muitos artistas, frustrados pelas restrições do capitalismo e cativados pelas promessas de futuros socialistas, contribuíram para imaginar mundos alternativos. O romance de ficção científica de Edward Bellamy, Looking Backward, apresenta uma tentativa de imaginar uma sociedade socialista do futuro - livre de guerra, pobreza, anúncios e outras coisas desagradáveis. Aqui, Clara Zetkin, uma proeminente ativista socialista e feminista dos séculos XIX e XX (mais conhecida por seus esforços para estabelecer o Dia Internacional da Mulher), apresenta o romance.

1914 Preface to Edward Bellamy’s Looking Backward

Eric Foner

Um dos melhores historiadores vivos da América examina questões que têm preocupado gerações: como o excepcionalismo político e econômico dos Estados Unidos molda sua relação histórica com o socialismo? Por que a classe trabalhadora dos EUA parece menos inclinada à consciência de classe socialista do que em outros países capitalistas “avançados”?

 “Why Is There No Socialism in the United States?

Combahee River Collective

A “política de identidade” tornou-se um tópico controverso e frequentemente ridicularizado nos últimos anos. Neste texto inovador, o Combahee River Collective - um grupo de socialistas feministas negras cujo nome deriva do local de onde Harriet Tubman lançou uma de suas principais missões militares - ressalta a necessidade de enraizar projetos anticapitalistas nas experiências vividas pelas pessoas: “Acreditamos que as políticas mais profundas e potencialmente mais radicais vêm diretamente de nossa própria identidade ”.

"A Black Feminist Statement


quinta-feira, 19 de novembro de 2020

BANCADA PRETA NO SUPER BATEPAPO

Um coletivo da sociedade civil com a missão de formar uma geração de cidadãos conscientes e comprometidos com a radicalização da democracia
Clique para conhecer Bancada Preta

Instituição: 197 - Stone Pagamentos

Agência: 0001  -   Conta: 623127-8

ML Brandão Serviços Administrativos ME

Cnpj: 13.041.949/0001-81


A Plataforma política “Bancada Preta”, tem como objetivo eleger candidaturas pretas para legislatura 2021 / 2024, na Câmara Municipal de São Paulo e em outras cidades sendo construída a partir de um projeto estratégico político construído e organizado a partir de plenárias abertas e a toda população da cidade sendo uma iniciativa puxada pela Nova Frente Negra Brasileira, Rede Quilombação e Frente Favela Brasil.”
Clique para acompanhar o canal da Bancada Preta: Tv Pangeia

A iniciativa da “Bancada Preta” surgiu da união das instituições  Nova Frente Negra Brasileira, Rede Quilombação, Frente Favela Brasil , Educafro e diversos ativistas da sociedade civil com objetivo de formular ações e propostas para construção de  uma agenda propositiva de disputa das periferias pela cidade.

Suerda Deboa
 ativista e moradora do Jaraguá (SP)
Outras organizações tem se somado para construção de caminhos, como: REAFRO, MNU , IPAD, CEN , Mídia 4P , Black Space, Diálogos Afrurbanos, Saber Ensinar dentre outras.


Você pode fazer sua contribuição para desenvolver uma tecnologia social que coloque em protagonismo a maioria da população brasileira, entendendo que a prosperidade do país depende do futuro que for dado as famílias negras, que hoje representam 56% da nação, através de crédito em conta corrente.



Recebemos no Superbatepapo as companheiras e companheiros da "Bancada Preta", que discutiram os problemas da Cidade de São Paulo e eleger candidaturas pretas para legislatura 2021/2024.

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

MARCHA DA CONSCIÊNCIA NEGRA. PARTICIPE!

 

MANIFESTO DA XVII MARCHA DA CONSCIÊNCIA NEGRA DE SÃO PAULO
A pandemia de COVID-19 desnudou o que os movimentos sociais, em especial o movimento negro, vem denunciando há décadas: a desigualdade social, racismo e machismo matam todos os dias em nosso país. É por isto que voltamos em mais esse 20 de novembro para as ruas por que durante todo esse ano nós não tivemos direito a quarentena e continuamos a avolumar os números de morte por COVID-19 e de morte violenta em nossas cidades segundos dados recentes. Bolsonaro, Dória e Covas apenas seguem seu projeto genocida de sociedade e nós resistimos!
Mesmo com tantas adversidades, tivemos conquistas importantes na cidade de São Paulo. O “Memorial dos Aflitos” no bairro da Liberdade é símbolo destas conquistas e da defesa por décadas que o conjunto do movimento negro tem feito sobre o resgate e divulgação da nossa história, memória e símbolos.
VIDAS NEGRAS IMPORTAM
2020 presenciamos grandes atos antirracistas no mundo inteiro. Os atos deflagrados nos Estados Unidos a partir dos assassinatos de George Floyd e Breonna Taylor demonstraram a crueza da violência racial e policial em diversos países, no Brasil a nossa juventude foi as ruas em meio a pandemia pra denunciar que o Estado continuava a adentrar nossas casas para executar a juventude negra. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, houve aumento de vítimas de intervenções policiais e 8 de 10 destas vítimas são negros.
Em levantamento realizado pelo site G1 verificamos o que já sabíamos: o aumento dos casos de violência e feminicídio no período da pandemia. 75% das mulheres assassinadas no 1º semestre de 2020 no Brasil foram mulheres negras. Mesmo assim, os equipamentos públicos e programas de combate a violência contra mulher seguem sendo sucateados colocando as nossas vidas ainda mais em risco.
SALVAR VIDAS E GARANTIR DIREITOS
Os números, estudos e análises produzidos recentemente comprovam que no Brasil os principais afetados pela pandemia e suas consequências políticas e econômicas será a população negra, 54% da população brasileira. As mulheres negras chegam a receber 63% do salário de homens brancos e o retrocesso, a destruição e retirada de direitos, de ataques as liberdades e a democracia apenas nos jogam cada vez mais à margem da sociedade e não nos garantindo a possibilidade de ter uma vida digna, com direitos garantidos.
Nessa marcha vamos continuar lutando e protegendo nossas vidas e exigindo nossos direitos. Estamos na luta cotidiana na defesa do Sistema único de Saúde (SUS) de qualidade, público e gratuito, pois quem mais depende da saúde pública nesse país é a população negra. Não dá para ser antirracista e não defender o SUS. Também queremos a revogação do Sampaprev e defendemos a política de cotas raciais nos concursos públicos municipais, exigimos uma política de trabalho e emprego da população negra para poder tirar o povo negro da marginalização social, com direitos trabalhistas e sociais garantidos, além da defesa de criação de uma Renda Básica de Cidadania regular.
FORA BOLSONARO, DÓRIA E COVAS
Para nós do movimento negro é cada vez nítido que não é possível construir um Brasil que pense a maioria da nossa população enquanto Bolsonaro governar. O descaso diante da morte de mais de 150 mil pessoas, causada pelo Coronavírus e da implementação de um projeto ultraneoliberal e racista responsável pelo aumento do desemprego, da fome e da violência contra as nossas vidas demonstram isso cotidianamente.
Em São Paulo, a dobrada BolsoDória, além da defesa conjunta do Estado mínimo, tem reflexos com o aumento de assassinatos de jovens negros por parte do aparato policial nas periferias, a não existência de uma política estadual de auxílio emergencial durante a pandemia e um descaso cotidiano com a educação e saúde da nossa população. O PL 529 foi um brutal ataque promovido por Dória no estado de São Paulo contra os servidores públicos, mas contra a população negra. Com a aprovação desse projeto de lei se extinguiu a Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo "José Gomes da Silva" (Itesp), responsável por executar as políticas agrárias e fundiárias do estado. Mais de 1,4 mil famílias quilombolas eram atendidas pelo órgão. Também foram extintas a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo (CDHU) e a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo S. A. (EMTU/SP) que atendiam diretamente a política de moradia e transporte que atinge mais diretamente a nossa população negra e periférica.

VIDAS NEGRAS IMPORTAM! SALVAR VIDAS IMPORTAM!
FORA BOLSONARO, DÓRIA E COVAS!
Coordenação da XVII Marcha da Consciência Negra de São Paulo

Compareça! Compartilhe!

Vale a pena aproveitar esse Super Batepapo

SBP em pauta

DESTAQUE

COMO A MÍDIA MUNDIAL ESTÁ DIVULGANDO HISTÓRIAS FALSAS SOBRE A PALESTINA

PROPAGANDA BLITZ: HOW MAINSTREAM MEDIA IS PUSHING FAKE PALESTINE STORIES Depois que o Hamas lançou um ataque surpresa contra Israel, as forç...

Super Bate Papo ao Vivo

Streams Anteriores

SEMPRE NA RODA DO SBP

Arquivo do blog