O presidente francês Emmanuel Macron disse na quarta-feira que consultaria aliados europeus sobre a ideia de usar a dissuasão nuclear da França para proteger o continente de ameaças da Rússia, à medida que aumentam as preocupações sobre uma possível retirada dos EUA.
A França é a única potência nuclear na União Europeia.
Em um discurso televisionado à nação, Macron descreveu a Rússia como uma “ameaça à França e à Europa” e disse que havia decidido “abrir o debate estratégico sobre a proteção de nossos aliados no continente europeu por meio de nossa dissuasão (nuclear)”.
Ele disse que a decisão final sobre se a França deveria usar suas armas nucleares caberia exclusivamente ao presidente francês.
A ação de Macron ocorre em resposta ao esforço do vencedor das eleições alemãs, Friedrich Merz, que recentemente pediu o compartilhamento da dissuasão nuclear com a França.
Espera-se que os líderes da UE discutam a dissuasão nuclear, entre outras questões, durante uma cúpula especial em Bruxelas na quinta-feira, com o objetivo de apoiar a Ucrânia e a defesa europeia. Os aliados europeus da OTAN contam com a poderosa dissuasão dos EUA há décadas.
“O futuro da Europa não tem de ser decidido em Washington ou Moscou”, disse Macron, insistindo que “a inocência dos últimos 30 anos” que se seguiram à queda do Muro de Berlim em 1989 “chegou ao fim”.
Macron disse que a Rússia está gastando 40% de seu orçamento estatal em gastos militares e tem planos de expandir seu exército até 2030 com 300.000 soldados adicionais, 3.000 tanques e 300 caças. “Quem pode acreditar hoje que a Rússia vai parar na Ucrânia?”, perguntou Macron.
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