terça-feira, 4 de março de 2025

Washington suspende ajuda militar a Kyiv

O presidente Donald Trump ordenou na sexta-feira uma "pausa" na ajuda dos EUA à Ucrânia após uma reunião desastrosa com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky no Salão Oval na sexta-feira, em uma tentativa do magnata de pressioná-lo a entrar em negociações de paz com a Rússia, relataram a Bloomberg, a Fox News e a AP, entre outros meios de comunicação dos EUA, citando uma autoridade da Casa Branca.

O presidente republicano também pediu aos departamentos de Estado e do Tesouro que elaborassem uma lista de sanções contra a Rússia “que poderiam ser aliviadas”.

Um funcionário da Casa Branca disse que Trump está focado em chegar a um acordo de paz para acabar com mais de três anos de guerra desencadeada pela invasão da Ucrânia pela Rússia e quer que Zelensky se "comprometa" com esse objetivo. Ele acrescentou que Washington está “pausando e revendo” sua ajuda para “garantir que está contribuindo para uma solução”. A autoridade falou sob condição de anonimato.

Tudo isso aconteceu cinco anos depois de Trump ter retido ajuda autorizada pelo Congresso à Ucrânia em 2019, enquanto tentava pressionar Zelensky a iniciar investigações sobre o então candidato presidencial democrata Joe Biden. Isso levou ao primeiro impeachment de Trump.

Antes de sua vitória eleitoral de 2024, o republicano prometeu acabar rapidamente com a guerra na Ucrânia. O magnata expressou crescente frustração com Zelensky, ao mesmo tempo em que expressou otimismo de que o presidente russo, Vladimir Putin, pode ser confiável para manter a paz caso uma trégua seja alcançada no conflito.

Esse cara (Zelensky)”, disse Trump, “não quer paz enquanto tiver o apoio dos Estados Unidos”, acrescentando: “A Europa, na reunião que teve no domingo em Londres, declarou que não pode fazer o trabalho sem os Estados Unidos. Provavelmente não foi uma grande declaração em termos de demonstração de força contra a Rússia. O que eles estão pensando?

Trump afirmou que “a Europa gastou muito mais dinheiro comprando petróleo e gás da Rússia do que defendendo a Ucrânia!

Apesar de uma série de sanções contra a Rússia, a União Europeia gastou US$ 23 bilhões em petróleo e gás russos em 2024, e apenas US$ 19,6 bilhões em ajuda à Ucrânia no mesmo período, de acordo com uma reportagem vista pela Fox News.
Enquanto isso, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer apelou ao fortalecimento das relações com os Estados Unidos “para a nossa segurança”.

Ele enfatizou que seria "pouco sério" tomar partido entre Washington e a Europa para alcançar a paz na antiga república soviética, acrescentando que ninguém "deveria duvidar por um segundo" do comprometimento de Trump com a paz.

Ele enfatizou que a Europa “continuará a fortalecer a capacidade de defesa da Ucrânia” mesmo “no caso de um acordo”, porque “a paz na Europa depende do poder militar e da dissuasão”.

O primeiro-ministro francês François Bayrou, por sua vez, atacou Trump: “No Salão Oval da Casa Branca, diante dos olhos do mundo inteiro, uma cena surpreendente se desenrolou, marcada pela brutalidade, um desejo de humilhar, com o objetivo de fazer o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky ceder por meio de ameaças, para que ele cedesse às exigências de seus agressores.”

Enquanto isso, o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, agradeceu a Londres por encorajar a Europa a assumir o controle de sua própria defesa e lutar pela paz na Ucrânia.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentará na terça-feira um plano para “rearmar a Europa” porque “a paz duradoura só pode ser construída com força”.

A Alemanha também negou que esteja negociando com os Estados Unidos para relançar o gasoduto Nord Stream 2 – que vai da Rússia à Alemanha – conforme relatado pelo jornal Bild.
O suposto acordo veria os Estados Unidos atuarem como intermediários no fornecimento de gás russo através do Nord Stream 2, danificado por sabotagem em 2022.

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