sábado, 29 de março de 2025

TOMO MDCCXCIX - BATALHAS


Da primeira vez que ouvi a palavra batalha, foi muito antes do início da guerra do Vietnã, quando um candidato qualquer, capacho estadunidense, exaltava a dedicação deste povo para defender os princípios da liberdade.
Ele falava dos horrores da segunda guerra, das maldosas maldades dos alemães e, "da divisão da Alemanha", entre os bondosos e valorosos estadunidenses e os perniciosos russos, que provocaram a divisão da Coreia e duas, "do Sul e do Norte" culpava os russos por estas divisões: "da Alemanha e da Coreia" sem explicar qualquer porque.


Claro, eu tinha uns três anos, ainda que saiba exatamente quem era o visitante do meu pai, "assim como o puxa-saquismo janista" de ambos, o termo "batalha", passou também pela revolução cubana, aqui, Fidel, ainda não era visto como um comunista, mas, um nacionalista, assim, como o Jânio Quadros, razão da idolatria dos falantes.

Quando Fidel declara que além de sua Ilha deixar de ser um "pureiro americano", o povo da Ilha optava por uma democracia popular, o mesmo Fidel deixou de ser um nacionalista. A grande batalha que vivemos, é de informação.

Saímos de heróis a vilões, num simples piscar de olhos. Obviamente, nossos olhares são para o cotidiano brasileiro. Há exatos nove anos, Xandão, era um vilão do golpe contra a Dilma, ex-secretário do tucanato paulista, nomeado para ministro da justiça do Temer, no tucanato, ele foi colega de secretariado "do passar a boiada", isto, apenas um ítem, para lembrar as rejeições ao atual cultuado Xandão.

Assim, o Xandão, herói nacional, pela intransigente defesa da democracia, votou, já no supremo, para que o Brasil chegasse ao ponto de precisar de um Xandão, "herói", para enfrentar a serpente que ele ajudou a criar. Esta serpente, passa, infelizmente, por aquela conversa de quase setenta atrás, entre meu pai e seu visitante.

Quando, o desconhecimento de toda a extensão das tramas em cena, constrói opiniões finais sobre a visão que o público terá sobre o enredo.

Não estamos questionando a importância do Xandão, na defesa da democracia, muito menos o acusando pelo fato do Brasil estar vivenciando tal batalha. Apenas expondo que nossas paixões, e paixões são sempre desprovidas da razão. Foi exatamente esta feita de "razão" que nos trouxe até aqui.

Poderíamos nos fixar nas guerras do séc passado, mas, apenas lembrarmos que heróis ou vilões, é algo muito mais relacionado às paixões que as razões.




O mundo só enfrenta estas batalhas no coletivo, pois os indivíduos fogem delas no mesmo cotidiano.

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