domingo, 30 de março de 2025

TOMO MD300 - DE DÉBORA À ANA LÍDIA (OU DA VITIMIZAÇÃO DA VILÃ À VILANIZAÇÃO DE UMA VÍTIMA)

Ainda que no caso da Ana Lídia haja apenas suspeitas, mas, certamente, a censura imposta pela ditadura é crucial para que o caso não tenha sido elucidado, também é certo que muito provavelmente, a Débora pura e simplesmente, desconheça, que foi justamente a censura imposta à imprensa que impediu que o caso de uma menina de oito anos fosse investigado.

A Débora, foi a mulher que deixou os filhos em casa, para viajar mais de mil quilômetros, numa aventura "orar em Brasília, numa tarde de domingo, "segundo as versões de muitos condenados, na hora do julgamento", 

Claro, que também, não esperamos que nenhum dos milhares de patriotários, que atravessaram até a metade deste país continental, sequer desconfiem, que entre as razões para a censura, estão a suspeitas que o filho de um ministro da ditadura, possa ter cometido este bárbaro crime. Mas, aí tudo bem, a Ana Lídia teria sido vítima de um regime que "estes supostos religiosos defendem" e, há apenas suspeitas do envolvimento de um filho de um ministro. Falamos então do caso do Carlos Azevedo.


O jornalista Dermi Azevedo. A história começa, após a volta do exílio do ex-estudante e membro da "UNE: União Nacional dos Estudantes" o jornalista Dermi Azevedo, foi preso juntamente com sua família, incluindo seu filho Carlos, então, com um ano e oito meses de vida, pela equipe do delegado do "DOI-CODI", órgão da repressão política, muito similar ao ser abjeto exaltado pela família do bozo, a quem ele dedicou seu voto no golpe contra a Dilma e, seu filho fugitivo de um processo inexistente, circulou com uma camiseta com a imagem deste, impressa pelos corredores da Câmara Federal, deste caso, nenhum dos "terrorista do 08/01/23, tem o direito de alegar ignorância. Voltemos ao caso do Carlos Azevedo.


Enquanto Débora, uma cabeleireira de Paulínia, cidade da região de Campinas, interior paulista, "apenas durante o julgamento e, apenas parcialmente" se diz arrependida.


Seus não estavam abandonados pela mãe, durante os três dias da infame jornada, "dois dias de viagem, ida e volta do DF, mais um de estadia" neste texto ignoro a permanência dela nos acampamentos golpistas. Mas citando o filme "AINDA ESTOU AQUI" para lembrar que uma filha menor do engenheiro Rubens Paiva, foi levada às dependências de um quartel e torturada, é justamente este estado de coisas que defende quem esteve acampado nas frentes dos quartéis, é provável, que durante os julgamentos, as pessoas digam que não compactuam com tais práticas, nas havia muitas faixas pedindo intervenção militar, ou seja, que esteve lá, mesmo indiretamente, concorda com estas faixas, lembrando, havia ainda faixas clamando que volta do AI-5.


Peço desculpas por não comprar a tese de inocência de alguém que vai a uma manifestação onde alguém, sequer menciona a volta de tal medida de exceção. Quem vai, quando enfrenta um processo criminal, "principalmente, quando tem neste processo todas as garantias individuais, quando não passou por nenhum dos de sabor, como os enfrentados pelo Rubens Paiva, que inclusive, veio a óbito, durante as sessões de tortura, ou do caso do menino Carlos Azevedo, vinte meses de vida, que foi torturado, na frente do pai, para que este confessasse". Insisto, peço desculpas, a tese de vítima, nem da Débora, nem das quase inexistentes velhinhas com a bíblia nas mãos, não me convencem.


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