domingo, 16 de março de 2025

A POESIA QUE SE REFAZ ENTRE OTAVINHO, SANTO E ANESINO


LA SIERRA MAESTRA, 
Ontem, não ontem dia de ontem, PROLONGAMENTO DOS MEUS BRAÇOS, EU, DE MIM, EU PARA EU, CONTESTAR PARA ALÉM DO TEMPO, DE RESPIRAÇÃO EM RESPIRAÇÃO, AS VEZES,  VERDADES E MENTIRAS, FOCO DESFOCADO, SUJEIRAS, EFEMÉRIDES, TIEMPOS, A NEUTRALIDADE DO ÓDIO, A RIQUEZA E O TRABALHO, Meu coração calado

LA SIERRA MAESTRA

Quando, aos seus anos,

Desceram da Sierra Maestra,

Meus seis anos, 

Consumia apenas notícias radiofônicas,

Notícias, viciadas de uma mídia,

"Supostamente" cristã,

Um cristianismo, seletivista,

Onde, a posse da terra,

Uma criminosa posse, fábrica, de privilégios.


Já, no início da próxima década,

"Anos sessenta" comecei a refletir,

Sobre este "cristianismo seletivista",

Busquei, de pronto, uma compreensão,

De um outro significado,

"Da descida da Sierra Maestra".


Sessenta e seis anos se passaram,

A descida da Sierra Maestra,

Ainda me permite sonhos,

De uma terra sem posse de uns poucos,

Sabendo que esta posse de uns poucos,

Garante e, é garantida, pela seletividade.


Pasmem, esta seletividade,

É garantida, por um Cristo alienígena,

Alienígena, da bíblia, mas não,

Da não leitura desta bíblia,

Feita pelos passeadores da bíblia,

Claro, incentivos, pelos cobradores de dízimo.


Para combater o comunismo,

"Impedir, até mesmo",

O completar da revolução,

Os passeadores da bíblia,

Financiam os luxos dos cobradores de dízimo.


Os sugadores dos privilégios da posse da terra,

Festejam, eu clamo, que dia,

A revolução desça,

"Da Chapada dos Veadeiros",

Para revolucionar nossa eterna Pindorama.


Anesino Sandice


Ontem, não ontem dia de ontem

Um ontem na humanidade, quando esta estava no paraíso, 

Lembro que o paraíso era o tempo sem consciência, 

Lembro que o paraíso era um tempo em que o sexo era reprodutivo,

Conhecidendicias, o expulsar do paraíso conhecide com,

O roubo da lanterna de Eufesios, 

Deste ontem os registros não havia, 

Deste ontem só história oral, vinda ao mundo,

Genises.


A história roda e a roda história trouxe o hoje,

Só que que hoje, ainda respira o ontem,

O ontem ainda sem a luz,

Leia o mito da caverna de Platão.


O problema do mundo é que escuridão do ontem,

Ainda se sobressai as possíveis luzes de hoje,

É que nós humanos nos recusamos a sair da CAVERNA. 


Anesino Sandice


PROLONGAMENTO DOS MEUS BRAÇOS


Mesmo presos ao tronco,

E fisicamente limitados,

Virtualmente e intencionalmente,

Meus braços saem por ai,

Espalhando afetuosidades,

Mas, não só, além de afetuosidades,

Meus braços, alongam também,

Nossa busca por certezas,

Se as certezas só advém das ciências,

Não precisaria, mas lembro,

Entre as ciências, está a sociologia,

Donde, por sinal sou bacharel.


A Sociologia estuda as ações da sociedade e,

Dentre as coisas que fazem a sociedade,

Certamente, está a religião.


Para não tem medo de perguntar,

A Sociologia estuda também as religiões.


Produzimos ciência, (conhecimentos),

A partir dos posicionamentos religiosos.


Então como científica,

Não diferencio crença alguma.


Assim meus braços longos,

Abraçam a todos.


Ainda que se afaste das idiotices,

Mas não dos idiotas,

Já que minha alma freireana,

Crê na educação.


Anesino Sandice


PROBABILIDADES


É provável que meu sangue fosse branco,

Que eu tivesse a carne branca,

E, talvez com a carne branca,

Eu que acreditasse na naturalidade desta cor.


Só que meu sangue é vermelho,

Meu cabelo, que já foi preto, 

"Hoje branco", só os parcos fios restantes,

A pele parda.


Já perceberam a salada de cores que me faz.


Se eu sou uma salada de cores,

Como posso ser racista?


Se eu nasci do outro lado do rio do dinheiro,

Como posso defender as elites que me exploram?


Talvez, se eu pegasse o viés das probabilidades,

E por este viés, me acomodasse,

Estaria hoje, aqui, falando do destino,

Não, não estaria,

Já que o rito por um deus escrito,

Não seria por ninguém discutido,

E como gado, caminharíamos,

Inertes para o matadouro,

Só que não, se as probabilidades são raras,

Raras, mas não inexistentes,

Porém, imploro, não mude a sina para si,

Muito menos, ao mudar sua sina,

Não as faça, impedindo mudanças,

De outros, iguais a nós,

Igualmente excluídos.


Faça de seus desafios de alterar as probabilidades,

Algo viável para os demais,

Iguais a nós, igualmente excluídos.


Anesino Sandice



EU, DE MIM, EU PARA EU

O meu eu,

Nasce e morre a cada instante,

Sou, um pouco,

Como as águas de um Rio,

Que são águas novas,

A cada gota de chuva,

Ou queda de folha de uma árvore,

Mas, assim como as águas de um Rio,

Que mudam mesmo, quando,

A mata ciliar é destruída,

Possibilitando, o assoreamento do Rio,

Reduzindo a vazão,

Fazendo com que as águas deste Rio,

Alague, ruas, praças e cidades.


Então, o crime da destruição da mata ciliar,

É esquecido, o criminoso, sou eu,

O Rio.


Quando, meu leito, leito do Rio,

Vira local acolhedor para dejetos humanos,

Então, minha inodora água,

Vira fédica, mas, o crime, 

O crime então, é o fedor de minhas águas.


O crime, da utilização de minhas águas,

Num passe de mágica, desaparece.


Exatamente, como as águas do Rio,

Reajo, as agressões de uma sociedade,

Sociedade? 


A cultura, desta sociedade,

Está muito para uma quadrilha de mal-versões.


Primeiro, mal-versa-se meu nome,

Viro, o primeiro homem do mundo,

Mentira, só insinua que isto é bíblico,

Quem nunca leu a bíblia,

Depois, vendem-me o Cristo de direita!


Ainda me querem, pacífico e religioso.


Não, não e não,

Sou um permanente revolucionário.


Santo Sem fé


CONTESTAR PARA ALÉM DO TEMPO


Meu tempo de contestar,

Foi contestado.


Ao acordar,

Percebi um novo horizonte,

Minhas inexistentes sapiências,

Percebeu, a nulidade dos meus saberes.


Percebi, ao acordar,

Que o pão,

Que fornece as energias necessárias,

Para o funcionamento da máquina física,

Qual chamo de vida,

É ao mesmo tempo vida e prisão.


Quando penso na vida,

Me transporto, usando máquinas,

Que diminuem as distâncias,

Porém, quando estas máquinas funcionam,

Poluem, reduzindo, minha qualidade de vida,

Achastes pouco, não, é só o início.


Para que eu vivo, consumindo o pão,

Para produzir este pão,

Destruo o meio, destruindo matas,

Ops, matas, ao matar a mata,

Mato também o meio,

Elimino espécies, dreno Rios,

Aí, para buscar águas, construo máquinas,

Que precisam e energia,

Faço represas, que fazem desaparecer espécies.


Talvez, num dia, sintetize o pão,

Talvez, num dia, eu flutue, talvez,

Talvez, num dia, o eu "espécie" perceba,

Que meus saberes, na verdade?


Hoje, elimino talitas, "abelhas",

Que polinizam os campos,

Campos, que me dão açúcares,

Campos, que me dão o linho, "roupas"

Campos, que me dão a seda, "roupas",

Mas, o eu "espécie" na urbe,

Nem tenta saber,

Que a sede, sintetizada nos casulos,

Casulos, que antecedem as "borboletas",

Que caço, para enfeitar quadros.


Acordei, para contestar meus saberes,

Acordei, não para pleitear meus direitos,

Direitos de espécie,

Ainda, que pleiteie a efetivação destes direitos,

A todos os indivíduos da minha espécie,

Mas, os direitos que pleiteio aqui,

São os direitos de saber quem sou.


Anesino Sandice



DE RESPIRAÇÃO EM RESPIRAÇÃO


Tem vezes, que nem abro a boca,

E o som expelido, "letra",

Se transforma em sílaba,

Antes mesmo que eu pense,

Meus nem mesmo fechar da boca,

Já virou um verbo.


Aquele simples abrir da boca,

Quem sabe, uma conjunção adverbial,

Uma preposição aditiva.


Mas, fico, um pouco no verbo,

Neste verbo, como um deus,

De modelei às tuas vontades,

Te dei o livre arbítrio de ser livre,

E, uma vez livre, me transmutei em mortal,

E como mero mortal,

Reconhecendo sua celestial beleza,

Imaginei versos, com muito mais.


Mais por mais que eu me esmeirasse,

Meus versos, nunca se puseram aos pés,


De sua celestial beleza.


Então cansado da minha existência,

Deixei ao sabor dos ventos meus versos,

Para que um dia, num mundo qualquer,

Meus reles versos, possam,

Um dia quem sabe,

Chamar atenção,

Desta celestial beleza.


Otavinho da Proprietária



AS VEZES

Muitas vezes,

Pretendia eu,

Poeta ser,

Ser capaz de traduzir em palavras,

A leveza do ar, 

As cores das asas de uma borboleta,

A magia de uma abelha,

Que colhe das perfumadas e adocicadas flores,

Delas, sintetiza o mais puro mel.


Aqui, nesta exata hora,

Acordo dos sonhos,

Lembro das bilhares de toneladas,

Pasmem, de agrotóxicos,

Exatamente "os póps agrotóxicos"

Que ceifam vidas dos agros,

Ceifando também a flora,

Dentre estas, "baterflair e talitas",

Deixando o mundo,

Sem as cores das asas das borboletas,

Deixando o mundo,

Sem adocicada magia das abelhas.


Particularmente, creio,

Que não seja só a inexistência de meus talentos.


É o mundo que mata,

As possibilidades de eu vir a ser poeta.


Anesino Sandice


VERDADES E MENTIRAS


Verdade: o planeta Terra, é geóide,

Qualquer outra versão,

É mentira, inclusive, o ser "redonda".


Verdade, não havia provas contra o Lula,

Tudo que você ouviu a respeito,

Que não leve em conta,

"O fato de não haver provas",

É mentira. Mas, de onde vem estas mentiras.


Não se espante, estas mentiras,

São partes da luta de classe.


A burguesia, atravéz, das mentiras,

Fazem o impossível, para estar no poder.


O poder das elites, em tempos contemporâneos,

A classe no poder é a burguesia,

A burguesia, é dona dos meios de produção,

A pequena loja, na porta da escola,

Não é meio de produção,

A casa, não é prioridade privada,

Isto, a casa, é um bem pessoal,

Bens pessoais, não são socializados,

Todo que vive ouvir diferente disto,

É só mais uma mentira, tipo, 

O bozo é honesto.


A casa, moradia das pessoas,

É um bem pessoal,

Bens pessoais, não são socializados,

Se ouvir algo diferente, 

É do tipo, existe cristão de direita.


Isto é igual, ops, não há nada igual a isto.


Anesino Sandice



VERDADES E MENTIRAS


Cresce-se ao sonhar com quedas,

Verdade inexistente,

Uma crendice, quase eterna,

Uma inverdade, que ouço e ouço.


Ah, isto só valeria,

Durante os primeiros anos de vida.


Ah, também, este suposto crescimento,

É só da parte física, "tamanho".

Mas, as quedas, são exatamente as quedas,

São elas que nos ensinam.


Talvez, honestamente, as quedas,

Não nos ensina a prevenir quedas,

Mas, nos ensina a se levantar.


Há, quedas das quais, nos levantamos,

Que ajudam, a olhar o mundo,

Com olhos humanos,

É justamente, este aprendizado,

Que falta à humanidade,

Não por falta de quedas,

Mas, por falta daquela voz de mãe,

"Ou de uma música do Raul",

O Raul cantou,

"Se eu for prefeito" alguém pode querer,

Ah, este risco só corre,

Quem fica do lado certo da história.


Já, os outros, bem os outros,

Imploram por anistia,

Mesmo esbanjando inocência.


Quem fica do lado certo da história,

Fica preso mais de quinhentos dias,

Vai e sai da prisão,

Pedindo justiça,

Que fica do lado errado,

Desvia jóias, "teria arrecadado Pix",

Tenta dar golpe de Estado,

Se diz inocente,

Mas, não clama por justiça,

Pede anistia.


Se tivesse realmente crescido?


Anesino Sandice




FOCO DESFOCADO


Enquanto, se olha, o horizonte,

O Sol tira o horizonte, do foco,

O horizonte, que a vista vê,

Passa pela distorção da Luz.


Uma fragmentação.


São assim, os fragmentos de verdades,

Que moldam a realidade perceptível.


Há, mesmo que não queira,

Diversas realidades, cujo a soma,

Constitui, no fundo à realidade.


O que desfoca o foco da realidade,

É sobreposição, não da realidade, 

Mas, das visões, que formam a realidade.


O pão que falta numa mesa, 

Falta, também, noutras mesas,

Se a falta do pão,

Chega a ser universal,

A razão para a falta do pão,

Realmente, é universal.


O universo faltante, que faz faltar o pão.


É o universo da cultura,

Putz, cultura há,

Há entre os excluídos,

A cultura da classe dominante.


Há entre as populações em situação de rua,

A cultura dos habitantes de mansões,

Aqueles que são donos de cem mansões.


Se cultura há,

Há também um desfoco,

Ficando uma irreal realidade.


Anesino Sandice




SUJEIRAS


Na lei da ficha limpa,

Querem deixar sem efeito,

Ops, a lei da ficha limpa,

Não seria uma espécie:

De lei do colarinho branco,

Pobre, quando é pego?

Na lei do colarinho branco,

Ele comete este "crime",

Defendendo o mundo dos ricos.


A lei da ficha limpa,

É uma verdadeira lei do colarinho branco.


Aí, justamente aí, vem um bozolóide,

Queremos desfigurar a única lei,...?

Que pega "corrupto", hipocrisia.


No mais hipócritas dos"des"argumentos,

Querendo fazer com que a lei,

Não cubra nem um mandato.


Ah, até diria do primitivismo dos bozolóides,

Para os pobres, cadeia por "0,03 gramas"

Para os beneficiários da nova lei da ficha limpa,

450 quilos, no senatorial helicóptero,

39 quilos, no presidencial avião,

Mero detalhe, já, na única lei,...?

Que poderia alcançá-lo,

Saí de oito para dois anos,

Justamente para não mais alcançá-los.


Depois as únicas sujeiras que incomodam,

São das folhas das árvores.


Anesino Sandice




PONTO DE CONVERGÊNCIA 


Para convergir, até qualquer quarteirão,

Há, muito provavelmente, uma Cruz,

Sinalizando, a existência de uma igreja,

Na nave de uma igreja,

Uma conversão de fé.


Para convergir para a fé,

Precisa haver as certezas das incertezas.


Pode até haver, "crentes" cobertos de razão,

Porém, as razões dos crentes,

Não "razoabiliza", a fé.


A existência da fé,

Pressupõe a cegueira.


A existência da fé,

Pressupõe o medo,

Medo da escuridão,

Razão motivadora das cegueiras.


Um paradoxo temporal,

Um paradoxo "físico"

Ou um paradoxo "parapsicológico",

Certo apenas, as incertezas para a prosperidade,

Da humanidade, não, as incertezas,

Fazem prosperar a fé.


Prosperando a fé, "permite-se"

A predominância de ideias nazi-fascistas.


Prosperando a fé, "permite-se"

A predominância de todas as discriminações.


E predominância da fé,

Que faz necessária até mesmo a fé,

Sem adocicada esta necessária fé,

A humanidade, bem, a humanidade,

Estaria muito mais propensa ao humanismo.


Santo Semfé



EFEMÉRIDES

Onze de fevereiro,

Aniversário do PT,

Dez de fevereiro, "25",

O PT de São Vicente,

Chora a morte de Brito Coelho.


Em dez de outubro de 73,

Foi "sequestrado" pela ditadura militar,

O estudante Ernestino Guimarães.


Não sabemos a data da execução,

Sabemos dos cinquenta e um anos,

"Sumiço, sumiço, sumiço".


Festejarmos, nossa parcial vitória,

Lamentemos, nossa parcial vitória.


Nossos crucial inimigo,

A ditadura, que impõe normas.


As normas impostas pela ditadura,

Impede o livre pensar.


Para que pensemos livres,

Precisamos saber,

Qual é o leito do Rio da história,

Fez nossa história.


Nas datas conhecidentes,

Que chamamos de aniversário,

De eventos públicos,

São efemérides.


Nas efemérides, boas lembranças,

"VIVA, VIVA, VIVA O PT",

Estas lembranças, 

Verdadeiros "timão", do barco da vida.


Foi e, é, PT, o Rio, que conduz nossas lutas.


O vereador "Brito Coelho" foi barco,

Para a condução de nossas lutas.



TIEMPOS


Em tempos de ditadura,

Se alguém perguntasse o endereço,

De um quartel,

Corria sério risco, de nunca mais ser visto.


Em tempos de democracia,

Amantes de uma ditadura,

Qual, eles se sentem imunes,

Passam, dois meses nas portas dos quartéis,

Pedindo um golpe, que instale uma ditadura,


Claro, eles são, "ou estão", idiotas demais,

Para sequer imaginar,

Que eles são massas de manobra,

Neste caso, os bolzominins.


Nos tempos, que o pleito pelo golpe,

Foi, "um peido n'água",

Os bozolóides, clamam por anistia,

Putz, até seria justo,

Se fosse para os já condenados,

Mas, clamam por anistia mesmo,

Não para os bolzominins,

Aqueles que foram massas de manobra,

A verdadeira anistia clamada,

É para os bozolóides,

Para as câmeras dos celulares,

Não tenham registrado conversas,

Conversas entre a massa de bolzominins,

E a elite dos bozolóides,

Isentando por tabela também,

O grande beneficiário do golpe,

Aquele que seria o articulador-mor.


Em tempos de democracia,

Alguém, com todos os indicativos,

Para estar entre, os bolzominins e os bozolóides,

Bate o carro no alambrado de uma residência oficial,

Não só, não foi presa, nem desapareceu,

Como ainda apareceu alguém.


Com R$15.000,00

Durante a madrugada, em espécie,

Para pagar a fiança.


São tempos estranhos, muito estranho,

Estes tiempos de democracia.


Anesino Sandice


A NEUTRALIDADE DO ÓDIO

Sou neutro, sou como um shampoo infantil,

Não aroma, de olor,

Passo indiferente, "imperceptível tanto,

Ao fétrico líquido,

Que corre num Rio poluído,

"Rio poluído" pela ganância do ódio,

Passo igualmente intocável,

Pelos aromas das rosas num jardim.


Tal neutralidade, simplesmente, não existe.


Neutralidade, só num shampoo infantil,

Por criança, pode não ter noção de fechar os olhos.


É, infelizmente, ou até, felizmente,

A vontade de ser neutro,

A grande mola motriz do ódio,

É a neutralidade.


É exatamente a neutralidade, que fomenta o ódio.


Anesino Sandice


A RIQUEZA E O TRABALHO


A vida, não é só respirar,

Mas, sem respirar,

Não se vive.


A vida se faz pelo trabalho.


A vida, se faz de sonhos,

Não sonhe, porém, em ser milionário,

O milionário não se faz do seu trabalho,

Quem faz o milionário, é o trabalho alheio.


São os calos nas mãos, dos agricultores,

Que enriquece o fazendeiro,

(Que nem na fazenda mora).


É o suor do trabalhador no moinho,

Que mói o trigo,

Que enriquece o industrial,

Que não anda de ônibus lotado.


É o suor do padeiro na padaria,

Que permite, um viver melhor,

Do dono da padaria,

Que vive melhor que o padeiro,

Que faz o pão.


Quem faz o mundo ser o mundo,

Qual conhecemos, é o trabalho,

É a apropriação dos lucros do trabalho,

Que faz o rico,

Que só é rico,

Por não ter de trabalhar.


Anesino Sandice



Meu coração calado,

Aquele que nunca se cala, 

Entre os tuns, do bumbo, 

Um bumbo mudo, protesto.


O mudo protesto do bumbo,

Os músculos silenciosos, bombeia,

Um líquido vermelho que corre,

Ainda que líquido circule,

O som já não ecoa, mudo,

O ausente som cardíaco, 

Faz eco, as lágrimas das casas,

Onde vidas se foram.


Dói a dor da incapacidade, 

Dói a dor da ausência,

Dói a dor da inação.


O que mais dói na verdade,

É saber da criminosa inação. 


Anesino Sandice

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