A revelação angustiante soma-se a vários relatórios confirmados publicados por organizações palestinas que lidam com os assuntos dos palestinos detidos nas prisões israelenses, que lançaram luz sobre os maus-tratos e a brutalização dos palestinos.
O jornal israelense Haaretz disse que os 27 palestinos foram mortos sob tortura enquanto eram interrogados pelas forças de ocupação israelenses nos campos de concentração "Sde Teiman" e "Anatot", que também servem como instalações militares para as forças de ocupação.
Numa publicação anterior, em Janeiro, o Haaretz tinha relatado que 661 palestinos estão detidos no campo de concentração "Sde Teiman", que fica a cerca de 30 km a leste da Faixa de Gaza. Prevê-se que o número real de palestinianos detidos nestas instalações tenha aumentado significativamente desde o último relatório, uma vez que as autoridades israelitas mantêm um sigilo quase total sobre o assunto.
De acordo com o Haaretz, a Unidade 504 da IOF assumiu a responsabilidade de interrogar “prisioneiros terroristas de guerra” detidos em “Sde Teiman”. A infame unidade é especializada em inteligência humana e lança operações secretas dentro e fora da Palestina. Em "Anatot", as forças de ocupação israelitas apropriaram-se do local militar para deter trabalhadores palestinianos, que possuíam licenças emitidas por Israel, em 7 de Outubro.
O jornal também disse que pelo menos um dos detidos nos dois campos foi morto depois que as forças de ocupação se recusaram a dar-lhe acesso a medicamentos para diabetes que salvam vidas.
Reclamações caem em ouvidos surdos
Por seu lado, a Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos (PPS) comentou a denúncia publicada pelo Haaretz, dizendo que o artigo é uma prova de mais atrocidades cometidas em tais campos.
“Todos os detidos de Gaza estão expostos a execuções sistemáticas e a assassinatos intencionais em campos de ocupação [de concentração], como alertamos desde o início da agressão de 7 de Outubro”, afirmou o PPS num comunicado.
“Os apelos e exigências que [entregámos] a todas as instituições internacionais, a vários níveis, para impedir [estes crimes] caíram em ouvidos surdos”, explicou a organização.
A Sociedade de Prisioneiros Palestinos enfatizou que a situação atual nas prisões israelenses é “o maior desafio enfrentado pelas instituições de direitos humanos especializadas em assuntos de prisioneiros”.
Esclareceu que as imagens e vídeos divulgados pelas forças de ocupação durante a invasão da Faixa de Gaza incluem “cenas horríveis”, algumas das quais retratam detenções em massa de centenas de cidadãos, despidos e detidos “sob condições que violam a dignidade humana”.
O comunicado do PPS também abordou depoimentos obtidos de detidos libertados, revelando que a ocupação comete crimes horríveis de tortura contra detidos de Gaza nas prisões.
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