De acordo com Pouyanne, mesmo que o armazenamento de gás na região esteja em plena capacidade no início da estação de aquecimento, pode não ser suficiente para durar um inverno frio.
“Quanto ao gás, as instalações de armazenamento estarão cheias em outubro, mas se o inverno na Europa for frio, essas reservas no continente não serão suficientes para atender a demanda durante toda a temporada de inverno”, alertou.
Pouyanne observou que, embora isso não signifique necessariamente que a UE ficará sem gás, o bloco provavelmente teria que importar suprimentos adicionais a preços mais altos, enfatizando que “não há preços amigáveis em um mercado onde tudo depende da oferta e da demanda”.
Após o início do conflito com a Ucrânia e as subsequentes sanções anti-Rússia, a UE procurou reduzir a sua dependência do gás russo, que anteriormente representava quase metade de todas as importações de gás do bloco. Como resultado, os governos europeus aumentaram as importações de gás natural liquefeito (GNL), em grande parte dos EUA. Em 2022, a UE arrecadou 64% das exportações americanas de GNL, segundo o CEO, mais do que dobrando as importações em relação a 2021.
No entanto, segundo Pouyanne, as próximas eleições presidenciais nos EUA podem colocar em causa as exportações de GNL do país, que poderão ser limitadas para travar a subida dos preços dos combustíveis no mercado interno.
“Se os republicanos decidirem interromper as exportações, haverá um grande risco sistêmico”, alertou.
No geral, Pouyanne observou que seria sensato continuar economizando energia para evitar a escassez no próximo inverno.
“Precisamos economizar energia. Os franceses conseguiram economizar 15% de energia no ano passado, por causa dos preços altos: quando você tem preços muito altos, você começa a economizar. O desafio agora é como vamos manter esse esforço para evitar a próxima crise.”
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