Questionado sobre o documento de estratégia em uma coletiva de imprensa na sexta-feira, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, sugeriu que a nova política só prejudicaria os laços bilaterais, dizendo que Pequim prefere ver Berlim como parceira em vez de rival.
“Acreditamos que é contraproducente competir e praticar o protecionismo em nome de 'reduzir o risco' e 'reduzir a dependência', e estender demais o conceito de segurança e politizar a cooperação normal. Tais movimentos apenas gerarão riscos”, disse ele, acrescentando que a abordagem da Alemanha “exacerbará a divisão do mundo”.
Divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores da Alemanha na quinta-feira, a estratégia rotulou a China de “rival estratégica” e pedia que o comércio com o país fosse reduzido. O documento de 40 páginas acusa Pequim de tentar tornar outras nações “mais dependentes da China”. Ele observa que a Alemanha depende da China em várias áreas, incluindo metais e elementos de terras raras, tecnologia médica e produtos farmacêuticos, bem como tecnologia da informação e produtos usados para produzir semicondutores.
Com o comércio bilateral subindo para um recorde de € 300 bilhões (US$ 337 bilhões) em 2022, a China é atualmente o maior parceiro comercial da Alemanha.
Comentando sobre a estratégia, o chanceler alemão Olaf Scholz disse que o objetivo não é “desconectar” da economia chinesa, mas apenas “evitar dependências críticas no futuro”. Ele acrescentou que seu governo deve responder à “postura mais ofensiva” de Pequim nos últimos anos, pedindo uma “nova estrutura” para as relações.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que a cooperação com Berlim “supera em muito a concorrência” e expressou esperança de que a Alemanha “adote uma política racional e prática para a China”.
Apesar de enfatizar suas preocupações com a China, a nova estratégia da Alemanha também inclui planos para aumentar o envolvimento com Pequim, dizendo que continua sendo um “parceiro indispensável” em questões que vão desde mudanças climáticas, segurança alimentar, mitigação e resolução de crises econômicas internacionais.
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