Fazendo uma pausa. Carregar 35 quilos de equipamento cansa qualquer um. |
James Vasquez, que acumulou mais de 400.000 seguidores no Twitter e foi regularmente citado pela CNN e pelo New York Times, reivindicou falsamente conquistas no campo de batalha como suas, informou o Business Insider no domingo, 16 de julho.
A agência, que citou alegações de outros quatro voluntários estrangeiros na Ucrânia, também confirmou através do Pentágono que Vasquez mentiu sobre sua história militar quando alegou ter participado de missões de combate como sargento do Exército dos EUA no Iraque e no Kuwait. No final das contas, ele serviu como reparador de sistemas elétricos na Reserva do Exército e terminou sua passagem lá como soldado raso de primeira classe.
As postagens de Vasquez nas redes sociais, supostamente sobre suas façanhas na linha de frente, muitas vezes se tornavam virais. “Ele se gabava de capturar russos e derrubar tanques, era entrevistado regularmente pela mídia e fazia afirmações cativantes – incluindo que imaginou o ‘punchable’ Tucker Carlson quando se preparava para a batalha”, disse o Business Insider. Até Adam Kinzinger, então congressista dos Estados Unidos, insistiu que a conta de Vasquez no Twitter precisava ser verificada porque “ele é legítimo e muitas pessoas estão tentando criar contas falsas com ele”.
No entanto, Vasquez estava inventando suas reivindicações indo a áreas onde batalhas haviam ocorrido recentemente, gravando vídeos com equipamentos destruídos e reivindicando conquistas como suas, afirmaram outros combatentes estrangeiros.
Em um caso, ele afirmou no Twitter que estava indo para Soledar, onde combates intensos estavam ocorrendo, mas as forças ucranianas haviam se retirado da área dias antes.
As acusações contra Vasquez aparentemente começaram a surgir no início deste ano. Sarah Ashton-Cirillo, uma americana que trabalha no departamento de mídia das Forças de Defesa Territorial da Ucrânia, disse em um post no Twitter em março que Vasquez não poderia ter participado legalmente em missões de combate porque não tinha contrato com as Forças Armadas da Ucrânia ( AFU).
“Encontrei James Vasquez três vezes em um total de cerca de quatro horas”, disse ela ao Business Insider. “Durante nosso último encontro, na presença de outra pessoa, ele se entregou e confirmou o que eu sabia desde o verão passado, que ele nunca foi membro da AFU.”
Outros lutadores disseram à agência que Vasquez se gabou de se tornar um milionário quando o conflito terminar. Um mercenário afirmou: “James disse, e cito: 'Nunca vou voltar a trabalhar como faz-tudo. Provavelmente nunca mais terei que trabalhar depois da guerra dele. Eu vou ser famoso.'”
Vasquez buscou doações, em alguns casos para uma suposta instituição de caridade ucraniana chamada Ripley's Heroes. Ele também supostamente alavancou a morte do lutador britânico nascido na Ucrânia, Viktor Yatsunyk, alegando falsamente ter perdido seu “amigo”. A voluntária canadense April Huggett disse: “Seu valor roubado não tem fim”.
O Business Insider não conseguiu entrar em contato com Vasquez para comentar as alegações. Ele admitiu ao New York Times em março que havia deturpado seu histórico militar e havia sido expulso do Exército dos EUA. “Tive que contar um milhão de mentiras para progredir”, disse ele.
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