segunda-feira, 10 de julho de 2023

Lima declara emergência por doença rara


O Peru declarou estado de emergência em meio ao aumento de casos da rara doença autoimune, síndrome de Guillain-Barré (SGB). Quase 200 casos foram relatados nos últimos meses, com as autoridades alocando mais de US$ 3 milhões para adquirir medicamentos para tratamento.

A medida, que terá duração de 90 dias, foi anunciada pelo ministro da Saúde peruano, Cesar Vasquez, durante visita ao Instituto Nacional de Ciências Neurológicas no sábado.

Houve um aumento significativo nas últimas semanas que nos obriga a agir como Estado para proteger a saúde e a vida das pessoas”, explicou o funcionário.

Segundo o ministro, o estado de emergência vai permitir ao Centro Nacional de Abastecimento de Recursos Estratégicos de Saúde a aquisição de imunoglobulina para o tratamento de doentes com SGB durante os próximos dois anos.


Mais de 12 milhões de sol peruano (US$ 3,3 milhões) foram destinados para esse fim, revelou Vasquez. A maioria das regiões já dispõe de medicamentos suficientes, embora tenha sido criado um esquema de redistribuição para ajudar os mais necessitados, acrescentou o ministro.

Segundo dados oficiais, 182 casos de GBS foram registrados no Peru até o momento. Destes, 31 permanecem no hospital e 147 receberam alta. Quatro pessoas sucumbiram à doença desde janeiro.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) descreve a síndrome de Guillain-Barré como uma condição rara na qual o sistema imunológico de uma pessoa ataca os nervos periféricos. Isso leva à perda temporária do controle muscular, bem como à ausência da capacidade de sentir dor, temperatura ou toque.

Diz-se que a maioria dos pacientes se recupera totalmente sem complicações.


No entanto, GBS pode ser fatal, especialmente quando os músculos do peito são afetados, dificultando a respiração. A condição também pode tornar o paciente incapaz de falar ou engolir. Nesses casos extremos, os pacientes são colocados em unidades de terapia intensiva para monitoramento constante.

Em média, 3% a 5% dos portadores de GBS acabam morrendo de complicações.

A doença é muitas vezes precedida por infecção bacteriana ou viral, ou por administração de vacina ou cirurgia. GBS ocorre com particular frequência em pacientes com vírus Zika, e acredita-se que o patógeno seja um gatilho.

Atualmente não há cura para GBS, e os médicos simplesmente aliviam os sintomas e tentam encurtar a duração da condição.

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