Somente no ano passado, 19 países africanos se candidataram à adesão ao BRICS porque queriam relações econômicas completamente novas, revelou Morozov à margem da cúpula Rússia-África.
Depois que os EUA e a UE se apoderaram das reservas cambiais da Rússia, o mundo percebeu que não é apenas uma “arma política”, mas um instrumento de pressão financeira sobre a política externa e interna de qualquer país e continente, segundo Morozov. O dólar americano foi transformado em arma, e é por isso que as nações gradualmente deixarão de usá-lo no comércio e o sistema de pagamento do BRICS substituirá a rede de mensagens financeiras SWIFT em um “novo mundo não ocidental”.
“Os líderes africanos também estão preocupados com o uso do dólar e do euro. Nesse sentido, o número de países que desejam ingressar no BRICS está crescendo rapidamente, porque esse é um sistema de pagamento alternativo que deve surgir dentro de meio ano”, afirmou.
O BRICS está impulsionando o comércio em moedas nacionais e iniciou esforços para estabelecer uma rede de pagamentos conjunta para cortar a dependência do sistema financeiro ocidental, particularmente do dólar. Os laços comerciais da Rússia com os países africanos têm se fortalecido nos últimos anos e há mais espaço para crescimento, inclusive por meio de zonas de livre comércio que estão se desenvolvendo ativamente nos países africanos, observou Morozov.
“Estamos prontos e vamos fornecer anualmente através de ajuda humanitária tudo o que temos no complexo agroindustrial. Nossos tratores, agregados, fertilizantes minerais e tecnologias. Alcançamos resultados surpreendentes em dez anos e queremos compartilhar essa experiência com nossos parceiros africanos”, afirmou.
Ele acrescentou que sabe que a China, India, Brasil e Rússia “farão de tudo” para garantir que a economia africana tenha um futuro com acesso a tecnologias inovadoras.
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