Os seres humanos continuarão a desempenhar um papel vital na proteção contra estados estrangeiros hostis e grupos terroristas na era da inteligência artificial, de acordo com o principal espião do Reino Unido, Richard Moore.
Falando na embaixada britânica em Praga na quarta-feira, 19 de julho, o chefe do MI6 afirmou que, embora a IA tenha tornado a informação “infinitamente mais acessível”, essa tecnologia nunca tirará os espiões humanos do negócio.
“Na verdade, é provável que o oposto seja verdadeiro”, disse Moore. “À medida que a IA navega no oceano do código aberto, haverá um valor ainda maior em desembarcar, com uma mosca bem lançada, os segredos que estão além do alcance de suas redes”, disse ele, acrescentando que “as características únicas dos agentes humanos nos lugares certos se tornarão ainda mais significativas”.
O chefe da espionagem explicou que os agentes humanos nunca são “apenas coletores passivos de informações”, mas podem ser encarregados e direcionados e podem “identificar novas perguntas que não sabíamos fazer” e às vezes podem influenciar decisões dentro de um governo ou grupo terrorista.
“A inteligência humana na era da inteligência artificial será cada vez mais definida como aquelas coisas que as máquinas não podem fazer, embora devamos esperar que a fronteira da capacidade da máquina avance com uma velocidade surpreendente”, previu.
Os comentários de Moore vêm depois que o Ministério do Interior do Reino Unido emitiu um relatório na terça-feira em que afirmava que as agências de inteligência britânicas devem “priorizar impiedosamente recursos finitos para responder ao terrorismo”, citando uma ameaça persistente de extremistas que estão se tornando “cada vez mais imprevisíveis” e mais difíceis de detectar e investigar.
Revelando a nova estratégia de contraterrorismo do governo em um evento em Westminster, a secretária do Interior, Suella Braverman, disse que as ameaças se tornaram “mais diversificadas, dinâmicas e complexas” e “o risco do terrorismo está aumentando, embora de uma base mais baixa e não tão alta quanto alguns anos atrás”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário