segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

No dia Internacional das Pessoas com Deficiência, PARAPAN é esquecido. Nós lembramos!


Paralimpíadas Escolares 2023, no CT Paralímpico em São Paulo. Foto: Alê Carvalho/CPB
O ano em que o Brasil se despediu dos Jogos Parapan-Americanos de Santiago com o maior desempenho de todos os tempos, foi também o ano em que mais se invisibilizou o espetáculo. E não poderia mesmo ser diferente num dia como 03/12, propicio para lembrar conquistas desse tipo.

Em 1992, a Organização das Nações Unidas – ONU proclamou o 3 de dezembro como o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência. O objetivo da ONU é que todos os países membros comemorem a data, gerando conscientização, compromisso e ações que promovam os direitos das pessoas com deficiência.

Aqui temos pelo menos 23 motivos para que o Parapan de Santiago 2023 fosse comemorado também no dia Internacional das Pessoas com Deficiência

Foram 343 medalhas no total, com 156 ouros, 98 pratas e 89 bronzes. A campanha na capital chilena superou a registrada nos Jogos de Lima, quando o Brasil subiu 308 vezes ao pódio, com 124 medalhas de ouro, 99 de prata e 85 de bronze. Desde o Parapan do Rio 2007, o Brasil termina no topo do quadro de medalhas. 

Não faltaram motivos para a missão brasileira na capital chilena entrar para a história do esporte brasileiro. Abaixo, resumimos em vinte e três os motivos marcantes da melhor campanha do país em Jogos Parapan-Americanos:

1. Todos no pódio

O desempenho brasileiro nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago foi histórico por diversos motivos, como a melhor campanha em todas as edições e conquistas inéditas. E um dado foi muito importante para que isso acontecesse: o Brasil subiu ao pódio em todas as 17 modalidades em que esteve presente na competição na capital chilena.

Por pelo menos uma vez, o país foi representado no pódio independentemente da modalidade que tenha sido disputada. Fosse no badminton, halterofilismo, natação ou qualquer outro esporte, ao menos um atleta brasileiro ocupou um dos três lugares do pódio pelo menos em uma ocasião em Santiago.

2. Nova geração

Atleta mais jovem da delegação brasileira, a paranaense Kauana Beckenkamp, de apenas 14 anos, foi medalha de prata no badminton, classe SL3. Ao lado dos nadadores paulistanos Alessandra Oliveira, que ficou com um ouro, e Victor Santos, o Vitinho, com um ouro, duas pratas e um bronze, foram nomes que surgiram como nova geração e que demonstraram que têm potencial para terem grandes resultados na história do paradesporto brasileiro no futuro.

Já no tênis de mesa, a carioca Sophia Kelmer, 15, subiu ao pódio três vezes (dois bronzes nas duplas e uma prata no individual) e também foi outra atleta jovem a ter bom desempenho logo na sua estreia em Parapan adulto.

3. Natação soberana

A delegação brasileira de natação bateu o recorde de medalhas nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, com ampla vantagem sobre os demais países. O Brasil encerrou a campanha nas piscinas na capital chilena com 67 medalhas de ouro, 30 de prata e 23 de bronze, um total de 120 pódios. Em segundo lugar, a Colômbia conquistou 64 medalhas no total, sendo 20 de ouro, 23 de prata e 21 de bronze.

O nadador carioca Douglas Matera, 30, subiu oito vezes no lugar mais alto do pódio em oito ocasiões. O atleta da classe S12 (baixa visão) conquistou oito medalhas nos ganhas 100m borboleta, 100m costas, 100m livre na S12; os 200m medley na SM13; os 50m livres e 400m livres na S13. Além disso, nos revezamentos 4x100m medley misto 49 pontos e 4x100m livre misto a medalha também veio dourada. A potiguar Cecília Araújo, 25, também conquistou oito medalhas pela classe S8 — foram quatro ouros, três pratas e um bronze.

4. Douglas Matera

O nadador carioca Douglas Matera, aos 30 anos, foi um dos grande destaques individuais da competição realizada na capital chilena. Foram simplesmente oito medalhas de ouro em oito provas disputadas. Um aproveitamento de 100%. O nadador subiu ao lugar mais alto do pódio nas seguintes provas: 100m borboleta S13, 100m costas S13, 100m livre S13, 200m medley SM13, 50m livre S13, 400m livre S13, 4x100m medley misto 49 pontos e 4x100m livre misto.

O oitavo ouro aconteceu nos 200m medley da classe SM13 (baixa visão), quando terminou na primeira posição com tempo de 2min24s19, batendo o recorde parapan-americano da classe S12 (baixa visão), de 2min26s95, que pertencia ao colombiano Daniel Giraldo, conquistado no dia 13 de novembro de 2011, em Guadalajara, no México.

“A gente sempre busca dar o nosso melhor, nem sempre se traduz em medalha, nem sempre se traduz em melhor tempo, mas aqui acabou se traduzindo em medalha. Esse ano foi muito desgastante e eu vejo isso como resultado favorável do esforço e da dedicação. Nem sempre as coisas acontecem, mas dessa vez aconteceu, e agora é momento de refletir, de agradecer tudo que deu certo, tudo o que não deu ao longo do caminho e a oportunidade de aprender e crescer e aproveitar para perceber que a gente está em um momento único, o Parapan só acontece de quatro em quatro anos, não sei se vou estar aqui no próximo, então eu estou aproveitando ao máximo cada momento”, disse após a sua última prova o atleta que nasceu com retinose pigmentar, uma mutação genética hereditária, que causa perda gradual de visão.

5. Recorde diário

O terceiro dia de competições dos Jogos Parapan-Americanos Santiago 2023, na segunda-feira, 20 de novembro, foi o período com mais conquistas de medalhas dos atletas brasileiros em solo chileno e na história da competição. Foram com 51 pódios: 22 de ouro, 17 de prata e 12 de bronze conquistados pelo país em único dia. O recorde anterior, de 46, havia sido estabelecido dois dias antes, no sábado, 18, estreia do Brasil no Parapan.

Naquele dia, o Brasil ganhou 19 medalhas na natação, sendo: nove ouros. O tênis de mesa foi outra modalidade que contribuiu bastante para que o recorde fosse atingido. Em um dia de finais nas chaves de duplas, os mesatenistas brasileiros conquistaram 16 medalhas: sete de ouro, cinco de prata e quatro de bronze. Além disso, o Brasil ainda pôde comemorar outra marca expressiva no mesmo dia: mais de 100 pódios na competição.

6. Recorde de ouros

O Brasil fechou a participação nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago com a melhor participação de sua história e teve a sua campanha mais vitoriosa. Foram 156 ouros, um recorde de pódios dourados dentre todas as suas participações. Em relação aos Jogos de Lima, em 2019, a delegação brasileira subiu ao lugar mais alto do pódio 124 vezes. A natação foi a modalidade que mais ficou no lugar mais alto do pódio: 67 vezes.

A medalha que estabeleceu o novo recorde de ouros para a delegação brasileira veio no taekwondo, com Silvana Fernandes, campeã na categoria até 57kg. Na decisão, a atleta paraibana, venceu a mexicana Elsa Koyama por 38 a 1 para ficar com o bicampeonato parapan-americano.

“É uma honra, não só representar o Brasil, mas escrever uma grande história – para o país, para a nossa Seleção de taekwondo e mostrar a nossa força. No último Parapan, foi minha estreia. Eu mudei de esporte: do atletismo para o taekwondo e, em Lima, eu me descobri. A sensação de estar aqui novamente, sendo bicampeã, mostra que estou no caminho certo. Se Deus quiser, a medalha dourada vem [nos Jogos Paralímpicos] em Paris”, comemorou Silvana, medalhista de bronze nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, em 2021.

7. Recordes mundiais

No atletismo, o paulista Samuel Conceição, 24, estabeleceu o novo recorde mundial dos 400m da classe T20 (deficiência intelectual). Com o tempo de 46s48, o velocista que teve diagnosticada a deficiência intelectual ainda na escola superou em quase 40 centésimos a antiga melhor marca (46s86), que pertencia ao também brasileiro Daniel Tavares e que também disputou a prova e terminou em sexto.

“Nunca imaginei que pudesse bater o recorde do Daniel (Tavares). Sempre treino com ele e esse é um sonho que está sendo realizado. É muita felicidade, não consigo nem descrever o que estou sentindo”, destacou Samuel, que é o atual campeão mundial da prova e está disputando seu primeiro Parapan.

Outro recorde mundial em Santiago foi da também paulista Beth Gomes no lançamento do disco na classe F53. A atleta de 58 anos marcou 17,80m, superando a marca que ela mesma havia estabelecido há pouco mais de quatro meses. Apesar de estabelecer a nova marca mundial, superando os 17,12m que registrou em Paris, em 2023, Beth não ficou com a medalha de ouro. Como apenas duas atletas competiram, a prova não ofereceu premiações.

8. Medalhas por hora

Nos oito dias valendo medalha na competição, o Brasil conquistou 343 medalhas em aproximadamente 102 horas, o que representou uma média de aproximadamente de pouco mais de três medalhas por hora — 3,36/h. A primeira medalha foi da nadadora mineira Patrícia Santos, que trouxe o ouro para o Brasil. O último medalhista foi o ciclista paulista Lauro Chaman no começo da tarde deste domingo, 26.

9. Escolinhas Esportivas do CPB

Atletas brasileiros que representaram o Brasil nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago estarão também nas Paralimpíadas Escolares, maior evento esportivo do mundo para crianças e jovens com deficiência em idade escolar, nesta semana, no CT Paralímpico. Entre os destaques das Paralimpíadas Escolares está a nadadora Alessandra Oliveira, 15, que iniciou sua trajetória na natação por meio da Escola Paralímpica de Esportes do Comitê e foi ouro nos 100m peito da classe SB4 (comprometimento físico-motor) no Parapan de Santiago. A atleta também já passou por outros projetos da base do CPB, como as próprias Paralimpíadas Escolares e o Festival Paralímpico. Nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, ela nadou os 100m peito em 2min10s54, estabelecendo o novo recorde da competição.

O nadador paulista Victor dos Santos, o Vitinho, também sairá da capital chilena diretamente para as Paralimpíadas Escolares. Campeão parapan-americano nos 100m costas da classe S9, o nadador, a exemplo de Alessandra, vai representar São Paulo nesta semana.

10. Vagas em Paris

Brasil conquistou nove vagas diretas para os Jogos Paralímpicos de Paris 2024 em Santiago. Além da vaga em equipes BC1/BC2 na bocha, conquistada pelo trio formado pelo cearense Maciel Santo, pela pernambucana Andreza Oliveira e pelo potiguar Iuri Tauan, o país garantiu mais oito classificações para os Jogos do ano que vem: seis vagas no tênis de mesa, uma no tiro esportivo com o paulista Alexandre Galgani na prova R4 – misto 10m carabina de ar em pé SH2 e uma com o arqueiro Eugênio Franco, atleta mais velho da delegação brasileira, no tiro com arco composto da classe WH1 (atletas com deficiências graves em três ou quatro membros).

11. 50ª medalha em missões

O nadador pernambucano Phelipe Rodrigues finalizou os Jogos Parapan-Americanos com a conquista de cinco medalhas, sendo quatro outros e um bronze. Com os pódios em Santiago, o atleta da classe S10, de 33 anos, deixou um importante legado para as gerações seguintes: a expressiva marca de 50 medalhas conquistadas em competições internacionais, como Mundiais, Jogos Paralímpicos e Parapans. Phelipe Rodrigues chegou a Santiago com 45 medalhas ganhas em competições anteriores.

12. Maior delegação da história

O Brasil levou a Santiago a sua maior delegação de todas as edições dos Jogos Parapan-Americanos. Os 324 atletas (190 homens e 134 mulheres, de 23 estados e do Distrito Federal) que viajaram ao Chile para representar o país fizeram história durante a competição: liderança absoluta no quadro de medalhas pela quinta vez consecutiva, com recorde de medalhas de ouro e no quadro geral de medalhas. No total, foram 343 medalhas, sendo 156 de ouro, 98 de prata e 89 de bronze, superando os Jogos de Lima, em 2019, com 380 pódios.

13. Para entrar na história

Em Santiago, o Brasil fez a melhor campanha da história em ao menos quatro modalidades: judô, natação, tênis de mesa e taekwondo. No judô, foram 13 medalhas conquistadas: seis ouros, quatro pratas e três bronzes. Na natação, 67 medalhas de ouro, 30 de prata e 23 de bronze, um total de 120 pódios. No tênis de mesa, o Brasil ganhou 38 medalhas: 13 de ouro, 13 de prata e 12 de bronze. Enquanto no taekwondo, a delegação brasileira conquistou 16 medalhas, sendo quatro de ouro, três de prata e nove de bronze.

14. Duas vitórias que valeram uma

A maranhense Rayane Soares foi medalha de ouro nos 100m feminino, classe T13 (baixa visão), mas, para ficar com a primeira colocação, precisou disputar a prova duas vezes para garantir o lugar mais alto do pódio. Tudo porque, na primeira disputa, vencida por ela, a prova foi anulada porque algumas competidoras pensaram ter ouvido o comando referente à queimada de algum atleta na largada.

Diante do impasse, a final dos 100m foi anulada e Rayane precisou disputa-la novamente no dia seguinte. Mas ela confirmou o seu favoritismo e cruzou a linha de chegada mais uma vez em primeiro. Duas vitórias que valeram por um ouro.

15. Pátrias das chuteiras

Pelo menos no Parapan de Santiago, o Brasil mostrou que continua sendo o país do futebol. Na final do futebol de cegos, o Brasil encarou a Colômbia pelo ouro. Com um gol de Ricardinho no primeiro tempo, a Seleção Brasileira venceu por 1 a 0 e garantiu mais um título Parapan-americano: o quinto do país.

No futebol PC (paralisados cerebrais), o Brasil também conseguiu a medalha de ouro, após vencer a Argentina por 1 a 0. Ubirajara foi expulso aos 10 minutos da partida, que terminou empatada em 0 a 0 e foi para a prorrogação. Cesar marcou o gol do título, nos acréscimos da primeira etapa do tempo extra. A Seleção Brasileira também garantiu o pentacampeonato parapan-americano na modalidade.

16. 30ª medalha

A nadadora pernambucana Carol Santiago, da classe S12 (baixa visão), conquistou sua 30ª medalha em missões durante os Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023. No Movimento Paralímpico desde 2018, a campeã paralímpica e mundial, 38, atingiu 33 pódios com a campanha em Santiago, somando Mundiais (19 medalhas), Jogos Paralímpicos (cinco) e Parapans (nove atualmente).

17. Marca de 1.500 medalhas

Em Santiago, o Brasil escreveu inúmeros capítulos na história dos Jogos Parapan-Americanos. Entre eles, está a conquista da 1.500ª medalha brasileira em todas as edições da competição. O feito coube à nadadora paraense Lucilene Sousa, que ficou com a medalha de bronze nos 50m livre da classe S12 (baixa visão). Ela conquistou o terceiro lugar no pódio e registrou um tempo de 28s62. O ouro ficou com a pernambucana Carol Santiago, com tempo de 27s18, e a prata foi para a norte-americana Grace Nuhfer, com tempo de 27s90. 

“Fiquei muito feliz, apesar de que eu esperava mais, mas eu saio contente e realizada com a minha medalha individual e agora é treinar mais”, disse Lucilene Sousa, 24, que nasceu com atrofia no nervo ótico, o que resultou em baixa visão

18. Só dá eles

No atletismo, o Brasil também foi soberano, conquistando 83 medalhas (34 de ouro, 27 de prata e 22 de bronze), enquanto a Colômbia, em segundo lugar, ficou com 46 medalhas no total. Uma das ajudas ao Brasil atingir a marca veio da velocista Jerusa Geber, que conquistou ouro em Santiago, sendo bicampeã nos 100m da categoria T11 (deficiência plena da visão). Ela também ganhou nos 200m.

Com o tempo de 10s34, o paraibano Petrúcio Ferreira faturou o ouro nos 100m da classe T47 (deficiência nos membros superiores) e estabeleceu o novo recorde da competição: 10s34 – a antiga marca era de 10s39. O velocista campeão paralímpico e mundial manteve a hegemonia de quase oito anos na prova. Desde os Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015, Petrúcio vence esta disputa em grandes competições internacionais contra atletas da sua classe.

O paulista Alessandro da Silva, 39, conquistou a medalha de ouro no arremesso de peso F11 nos Jogos Parapan-Americanos. Ele atingiu um feito histórico com o resultado, pois sagrou-se bi-tricampeão parapan-americano, subindo no lugar mais alto do pódio em três edições consecutivas em duas provas: arremesso de peso e lançamento de disco.

O mineiro Claudiney Batista, 45, conquistou o bicampeonato nos Jogos de Santiago, no arremesse de disco da classe F56. No total, o atleta tem quatro medalhas em mundiais de sua categoria, dois ouros e duas pratas, divididas nos arremessos de disco e de dardo.

19. Medalha inédita nos coletivos

Entre as medalhas conquistadas pelo Brasil está o bronze no rúgbi em cadeira de rodas, que também entrou para a história. A Seleção Brasileira da modalidade ganhou, em Santiago, a sua primeira medalha em Parapans ao vencer a Colômbia, por 57 a 52. A conquista inédita em esportes coletivos veio depois de derrotas em disputas de bronze nos Jogos de Toronto, em 2015, e Lima, em 2019.

Além da medalha, o Brasil ganhou a chance de disputar o qualificatório da Nova Zelândia, no ano que vem, em busca da vaga para os Jogos Paralímpicos de Paris.

20. Porta-Bandeira e pódios

A paulista Mariana D’Andrea subiu duas vezes ao pódio dos Jogos de Santiago, no Chile. A brasileira conquistou o bicampeonato individual no halterofilismo e estabeleceu o novo recorde das Américas, ao levantar 141 kg. Atual líder do ranking mundial, ela conta ainda na carreira com as conquistas dos títulos dos Jogos de Tóquio 2020 e o primeiro ouro da história do Brasil em um Campeonato Mundial de halterofilismo. A atleta, que tem nanismo, obteve o bronze na disputa em equipes com o paulista Bruno Carra e o potiguar João Maria França.

Mariana D’Andrea participou de sua primeira competição internacional após a morte do pai, Carmine D’Andrea, vítima de um infarto em agosto deste ano. A halterofilista levantou 141 kg e bateu o recorde das Américas, que já pertencia a ela própria. Em julho do ano passado, Mariana levantara 140 kg no Open das Américas, disputado nos EUA.

“Essa conquista foi muito especial para mim porque é a primeira competição após a morte do meu pai. Ele sempre me incentivou muito. Então, essa é minha forma de homenageá-lo. Treinei bastante para estar aqui e dar o meu melhor porque sei que ele está muito orgulhoso lá de cima”, disse a paulista, 25, que tem nanismo e é a primeira atleta do Brasil a ser campeã paralímpica e mundial no halterofilismo.

Ao lado do lançador e arremessador mineiro Claudiney Batista, ela ainda foi porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura dos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, no dia 17 de novembro.

21. Pódios duplos marcantes

A natação brasileira proporcionou disputas emocionantes e marcantes, com dobradinhas marcaram a disputa dos Jogos Parapan-Americanos de Santiago. Os irmãos cariocas Douglas e Thomaz Matera dividiram o pódio por quatro vezes: nos 50m e 100m livre, 100m borboleta, além dos 400m livre. O mais novo, Douglas, 30, ficou com o ouro nas quatro disputas. Já o mais velho e exemplo do caçula, Thomaz, 34, levou a prata nos 50m livre e o bronze nos 100m livre, 100m borboleta e 400m livre.

As gêmeas paranaenses Beatriz e Débora Carneiro, de 25 anos, dividiram o pódio por três vezes durante os Jogos. Nos 200m medley, classe S14, Débora ganhou prata e Beatriz ficou com o bronze. Já nos 100m peito S14, Beatriz conquistou o ouro e Débora, a prata. O outro pódio que marcou a disputa entre as irmãs veio dos 200m livre S14. Beatriz levou a prata, enquanto a irmã ficou com a medalha de bronze.

Nos 50m livre S6, as mineiras Mayara Petzold e Laila Abate também subiram ao pódio juntas. Laila ficou com o ouro, e Mayara fechou a prova na terceira colocação, garantindo a medalha de bronze. Já a fluminense Lídia Vieira e a mineira Patricia Pereira fizeram dobradinha nos 50m livre S4. Lídia venceu a prova, seguida pela compatriota.

O atletismo também reservou um momento especial entre os brasileiros. Nos 100m rasos T37, o fluminense Ricardo Mendonça ocupou o lugar mais alto do pódio, e o paulista Christian da Costa fechou a dobradinha na segunda colocação, ficando com a medalha de prata.

22. Estreantes notáveis

Dentre os jovens talentos, os que mais se destacaram foram os nadadores Victor dos Santos, o Vitinho, e Alessandra Oliveira, ambos com 15 anos. O paulista estabeleceu o novo recorde parapan-americano nos 100m costas da classe S9 (comprometimento físico-motor) e ficou com o ouro. Já Alessandra conquistou o ouro nos 100m peito da classe SB4 (limitação físico-motora), com a marca de 2min10s54.

23. A mais nova x o mais experiente

Os Jogos Parapan-Americanos de Santiago reservaram ao Brasil um momento especial, um verdadeiro encontro de gerações. De um lado, a paranaense Kauana Beckenkamp, de apenas 14 anos, atleta do badminton e a mais jovem da delegação brasileira, saboreava pela primeira vez a emoção de participar da competição. Ela voltou para casa com a medalha de prata no peito, conquistada na classe SL3.

Do outro, o experiente arqueiro Eugênio Franco, cearense de 63 anos, cravava o seu nome como o atleta brasileiro mais velho da delegação brasileira a conquistar uma medalha. Franco levou o ouro no tiro com arco composto da classe WH1 (atletas com deficiências graves em três ou quatro membros) e, de quebra, garantiu vaga nos Jogos Paralímpicos de Paris, em 2024.

Patrocínio

As Loterias Caixa e a Braskem são as patrocinadoras oficiais do atletismo.

As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial do futebol de cegos, basquete em cadeira de rodas, rúgbi em cadeira de rodas, natação, halterofilismo, judô e badminton.

Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível 

Os atletas Petrúcio Ferreira, Cecília Araújo, Debora Borges, Beatriz Borges, Claudiney Batista, Alessandro Silva, Samuel Oliveira, Phelipe Rodrigues, Douglas Matera, Jerusa Geber, Mariana D’Andrea, Patrícia Pereira dos Santos e Beth Gomes  são integrantes do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que beneficia 91 atletas.

Time São Paulo

Os atletas Mariana D’Andrea, Jerusa Geber, Alessandro Silva, Lúdia Vieria, Laila Abate, Phelipe Rodrigues, Rayane Soares, Cecília Araújo e Beth Gomes são integrantes do Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que beneficia 106 atletas de 14 modalidades.


Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Braisleiro (imp@cpb.org.br)

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