Arevalo saiu vencedor com 58% dos votos no segundo turno em agosto contra a ex-primeira-dama Sandra Torres. O político de centro-esquerda afirmou no mês seguinte que as “máfias políticas” fariam todos os esforços para impedir a sua posse em 14 de janeiro de 2024.
Falando numa conferência de imprensa na sexta-feira, o presidente eleito disse: “Estamos perante um golpe de Estado absurdo, ridículo e perverso”. Ele prosseguiu alegando que os supostos golpistas são um grupo de altos funcionários do Ministério Público.
Arevalo elogiou o Tribunal Supremo Eleitoral da Guatemala pela sua insistência em que os resultados eleitorais não podem ser alterados. Ele também apelou ao Tribunal Constitucional e ao Supremo Tribunal de Justiça para intervirem “em defesa da democracia e do Estado de direito”.
Na sexta-feira, a promotora Leonor Morales disse que, além das eleições presidenciais, as eleições para todos os deputados e prefeitos neste verão deveriam ser anuladas. O responsável alegou que o Ministério Público descobriu que os “formatos utilizados não eram os aprovados” pela autoridade eleitoral do país.
“Tem atas riscadas, tem atas em que não há assinaturas das Juntas Recebedoras de Votos, nem todas estão, há mais eleitores do que cédulas”, detalhou outro procurador, Rafael Curruchiche.
Ele sublinhou que a investigação não se centrou em nenhum partido político ou candidato, mas sim em todos os candidatos. Segundo Curruchiche, as conclusões da investigação serão apresentadas ao Tribunal Superior Eleitoral, que deverá emitir um veredicto sobre o assunto.
Comentando outras alegações do Ministério Público, que anteriormente também afirmava que o partido de Arévalo tinha falsificado assinaturas, o presidente eleito desafiou o Ministério Público a apresentar provas.
Este último desenvolvimento na Guatemala ocorre num momento em que a América Latina está envolvida noutra crise.
Na quarta-feira, o diário espanhol El Pais informou que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, enviou tropas para a fronteira com a Guiana, enquanto Caracas se prepara para reivindicar 160.000 quilômetros quadrados de território conhecido como Essequibo. No início desta semana, Maduro revelou um novo mapa da Venezuela incorporando a região rica em petróleo, depois que os venezuelanos apoiaram tal medida em um referendo no domingo.
A disputa entre os dois países remonta a 1899, quando os EUA atribuíram Essequibo ao que era então a colônia britânica da Guiana – uma decisão que a Venezuela nunca aceitou como legítima.
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