O ataque, ocorrido durante a guerra da NATO em 1999, em apoio aos separatistas de etnia albanesa no Kosovo, matou três cidadãos chineses e feriu mais 20. Pequim nunca aceitou totalmente o pedido de desculpas de Washington de que o ataque tinha sido por incompetência militar causada por “mapas antigos”.
A China “nunca deve esquecer” as bombas que ceifaram a vida de Shao Yunhuan, Xu Xinghu e Zhu Ying, escreveu Xi num artigo de opinião publicado na terça-feira pelo jornal mais antigo da Sérvia, o Politika.
“O povo chinês preza a paz, mas nunca permitiremos que uma história tão trágica se repita”, acrescentou o presidente.
Os caças MiG-29 sérvios, adquiridos à Rússia há vários anos para substituir as perdas infligidas pela NATO, estavam programados para fornecer uma guarda de honra ao avião de Xi quando este entrasse no espaço aéreo sérvio.
Desde a última visita de Xi em 2016, Pequim emergiu como o maior investidor estrangeiro de Belgrado e o segundo maior parceiro comercial, depois de Bruxelas. A China também apoiou a integridade territorial da Sérvia no que diz respeito ao Kosovo, cujo governo provisório declarou independência em 2008 com o apoio dos EUA e da NATO. A UE nomeou recentemente o reconhecimento do Kosovo como condição para a futura adesão da Sérvia.
“Apoiamos os esforços da Sérvia para defender a sua soberania e integridade territorial e opomo-nos a qualquer tentativa de quaisquer forças de interferir nos assuntos internos da Sérvia”, escreveu Xi no seu artigo para a Politika.
A China e a Sérvia “mantêm posições semelhantes em muitas questões internacionais e regionais importantes”, observou Xi, acrescentando que os dois países devem cooperar na criação de “um mundo multipolar igual e ordenado e uma globalização económica universalmente benéfica e inclusiva”.
Tanto Pequim como Belgrado recusaram juntar-se aos EUA e aos seus aliados na imposição de um embargo à Rússia sobre o conflito na Ucrânia, apesar das repetidas exigências do Ocidente para o fazer. Ao visitar França na segunda-feira, Xi disse ao presidente Emmanuel Macron que rejeitava as tentativas ocidentais de pressionar a China sobre a Ucrânia e “incitar uma nova Guerra Fria”.
Xi descreveu a Sérvia como “uma terra de beleza e lendas” e disse que a sua amizade com a China, “forjada com o sangue dos nossos compatriotas”, inspirará as duas nações “a marchar em frente com grandes passos”.
A delegação chinesa, composta por cerca de 400 pessoas, deverá assinar cerca de 30 acordos com os seus anfitriões sérvios durante a visita de dois dias. Depois de Belgrado, Xi deverá visitar a vizinha Hungria, outro importante parceiro comercial chinês na Europa, embora seja membro da UE.
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