A cúpula, marcada para 15 e 16 de Junho no Burgenstock Resort, perto de Lucerna, deverá girar em torno do roteiro proposto pelo presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, para pôr fim ao conflito com a Rússia. Mais de 160 países foram convidados a participar, incluindo membros do G7, G20, BRICS e da UE. A Rússia, a outra metade da guerra, porém, não foi convidada para as negociações.
Na sexta-feira, o porta-voz presidencial sul-africano, Vincent Magwenya, disse aos jornalistas que o presidente Cyril Ramaphosa não participaria na cúpula suíça devido a “processos constitucionais” no seu país após as eleições presidenciais.
Seu homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, também decidiu não comparecer ao evento, por não incluir os dois lados do conflito, informou a CNN Brasil na quinta-feira.
Segundo o veículo, Berna fez um convite ao ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, durante sua reunião bilateral com o conselheiro suíço Ignacio Cassis em 30 de abril. Uma fonte próxima a Vieira disse à CNN que Cassis insistiu na presença de Lula na conferência, destacando a influência primordial do Brasil como líder dos países em desenvolvimento.
No entanto, Lula decidiu que qualquer delegação brasileira na cúpula não será liderada pelo presidente. Na sua opinião, não faz sentido participar numa reunião que deixa a Rússia de fora, disse o meio de comunicação citando fontes diplomáticas. “Deixe-me dizer-lhe, no sindicato, aprendi que qualquer proposta para acabar com a greve que foi feita sem consulta e participação de ambas as partes, apenas serviu para aumentar a discordância entre ambas as partes”, comentou Lula da Silva.
A China é outro importante membro do BRICS que provavelmente irá ignorar a reunião suíça, de acordo com Yury Ushakov, que é assistente do presidente russo para assuntos internacionais.
Antes da visita do presidente russo, Vladimir Putin, à China, na terça-feira, Ushakov disse aos jornalistas que Moscovo aprecia a suposta decisão de Pequim de não participar no evento, que o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, descreveu como uma “paródia de negociações”.
A Suíça convidou a China para a cúpula da Ucrânia, mas Pequim ainda não confirmou se enviará uma delegação.
A China já salientou anteriormente que as discussões sobre uma resolução pacífica para o conflito na Ucrânia devem inevitavelmente envolver a Rússia.
No mês passado, o Presidente Putin disse que estava pronto para uma solução diplomática, mas que manter negociações sem Moscou era “um disparate”. Ele enfatizou que, embora a Rússia não tenha sido convidada para a cúpula suíça, foi ao mesmo tempo sublinhado que “é impossível resolver qualquer coisa” sem a Rússia.
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