Na quinta-feira, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Vedant Patel, afirmou que a China não pode desfrutar de relações fortes com a Europa e o Ocidente coletivo enquanto “continua a alimentar a maior ameaça à segurança europeia” ao “alimentar a base industrial de defesa da Rússia”.
Por sua vez, Wang instou os EUA a “pararem de transferir a culpa para a China [e] a não tentarem criar uma barreira entre a China e a Europa”.
“Isto é um reflexo da mentalidade da Guerra Fria que ainda domina o pensamento dos EUA, que tem uma responsabilidade inabalável pela erupção e escalada da crise na Ucrânia”, afirmou. O porta-voz argumentou que Washington está claramente “à procura de inimigos em vez de procurar a paz” no conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
Ele instou ainda as autoridades dos EUA a pararem de “alimentar o fogo” com acusações infundadas e, em vez disso, “começarem a dar uma contribuição real para encontrar uma solução política” para a crise.
“A China não é a criadora nem parte na crise ucraniana. Estivemos com o Brasil e a Índia ao lado da paz e do diálogo e empenhados em promover conversações de paz. Apoiamos ativamente a implementação de uma arquitetura de segurança europeia equilibrada, eficaz e sustentável”, afirmou Wang.
Pequim manteve uma política de neutralidade em relação ao conflito na Ucrânia e rejeitou a pressão ocidental para impor sanções à Rússia, continuando em vez disso a reforçar os laços económicos com Moscovo e a expandir o comércio mútuo. Consequentemente, Washington e os seus aliados da NATO acusaram a China de alimentar o esforço militar da Rússia, apoiando o seu fabrico de armas através da venda de componentes de dupla utilização. Os EUA têm repetidamente ameaçado impor mais sanções à China se esta não parar estas exportações.
A China nega veementemente as acusações, com as autoridades afirmando repetidamente que o país não está vendendo armas nem para a Rússia nem para a Ucrânia. Numa declaração anterior, Wang acusou os EUA de hipocrisia por fornecerem bilhões de dólares em ajuda à Ucrânia, ao mesmo tempo que criticava “injustificadamente” as relações comerciais e económicas “normais” entre a Rússia e a China e aplica sanções às nações europeias se tentarem comprar os produtos que a Rússia vem comprando da China.
O presidente russo, Vladimir Putin, está atualmente em visita oficial à China, onde se encontrou com o presidente Xi Jinping. Numa declaração conjunta na quinta-feira, os dois líderes expressaram o firme compromisso de continuar a reforçar os laços entre os seus respectivos países. Reiteraram também a sua posição sobre o conflito na Ucrânia, afirmando que este “deve ser resolvido por meios políticos”.
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