Se há uma lição da escolarização, já havia acontecido antes e que foi e, é totalmente descartável, é a angelicalidade da tal princesa Isabel e sua lei áurea.
Confesso, é impossível refletir sobre o "des"acontecido, se buscar alguma fundamentação teórica, ainda que para contestar tal fundamentação. Sabem um dos conselhos de (Maquiavel, "em o Príncipe"), que as bondades devem ser feitas a conta-gotas, e as maldades de uma única vez, na prática as gestões públicas passam três anos arrecadando tributos, "cometendo maldades, para fingir agir no último espalhando pequenas "benéfices, verdadeiros pirulitos para as crianças" chamadas eleitores.
Fiquemos, infelizmente, na questão da tal lei áurea, antes dela, houveram diversas leis, que até poderíamos imaginar boas intenções nelas, que na prática? A lei que proibiu o comércio de escravizados, além de impulsionar o tráfico, ainda causou "diversos assassinatos coletivos", quando a comercialização era descoberta, "será que há algum paralelo com a recente tentativa de radicalizar a criminalização das drogas", a lei do ventre livre, separou as mães de suas crias, ao nascer, negando aos fetos, inclusive a lamentação, a lei do sexagenário, jogou nas ruas os escravizados, que ousaram chegar aos sessenta anos. Tudo isto, já tinha sido coroado, em sua maldade, no estatuto da terra de 1850, que proibiu a posse de terras aos escravizados, como política de enfrentamento aos quilombos, ou seja, a coroação destas maldades, não foi a perversa lei, que os defensores da exploração, atribuem bondades, as elites exploratórias.
A lei áurea, como cerimônia de coroação das maldades, simplesmente despejou ao próprio azar, "não havia nenhuma perspectiva de sorte", a população sequestrada a força da África, que produziu as riquezas, que enriqueceram as elites daqui, de além-mar, inclusive, as elites que exploravam as elites de além-mar, já que os ouros em pedras preciosas desta colônia, foram muitas vezes parar em Londres e Amsterdã.
Além, do fato desta farsa, não ter alterado uma única vírgula do estatuto da terra, a cultura da criminalização aos escravizados perpétua até o séc XXI, espalhando e fazendo impregnar rótulos como vagabundos e criminosos a toda e qualquer pessoa que não tenha a pela branca.
A perversidade daquela lei, não só condena a exclusão, condena iniciativas legais de reparação mínima, como leis de cotas, nega radicalmente o direito dos afrodescendentes ao lazer, a religiosidade histórica, ao direito de identidade cultural e, muitas vezes, até o direito a humanidade, "vide palavras do ex-despresidente".
Felizmente, daqui a seis meses e uma semana, este povo, desafiando todo o mar de perversidades, terá uma data a comemorar, por enquanto, só a data.
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