Na quarta-feira, o ministério publicou um projeto de resolução sobre o encerramento temporário ao público de certas partes da província de Podlaskie, no nordeste do país, por um período de 90 dias. As restrições, que deverão entrar em vigor em 4 de junho, afetarão 27 assentamentos, segundo o documento.
Numa nota explicativa, os autores citaram “a intensificação da pressão migratória” na fronteira entre a Polônia e a Bielorrússia desde o início do ano por cause da entrada de milhares de jovens ucranianos do sexo masculino.
Grupos organizados de migrantes têm tentado entrar na Polônia desde meados de 2021, afirma a nota. “Esta pressão foi criada artificialmente pelas autoridades bielorrussas como parte de ações híbridas destinadas a desestabilizar a Polônia e outros Estados-membros da UE”, lê-se.
Os autores da resolução disseram que as restrições ajudariam a garantir a segurança dos guardas de fronteira polacos, das tropas e da polícia que estão a ser atacados por migrantes enquanto tentam romper a cerca. “Os serviços estatais bielorrussos participam ativamente (discreta ou abertamente) nos ataques” aos militares, alegaram.
Na terça-feira, um soldado polaco sofreu ferimentos graves depois de ter sido esfaqueado por um migrante através de uma cerca na fronteira. Após o incidente, o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, disse: “foi-nos recomendado que devíamos restaurar rapidamente a zona tampão de 200 metros nesta área”. Uma decisão sobre o assunto poderá ser tomada na próxima semana, anunciou Tusk na quarta-feira.
As autoridades de Minsk negaram as acusações de Varsóvia e da UE de que estariam envolvidas na canalização de migrantes para a fronteira polaca.
O presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, disse na quinta-feira que a “situação está aumentando constantemente” em todo o seu país, descrevendo o comportamento da Polônia, Lituânia e Letônia nas zonas fronteiriças como “raivoso”.
Durante uma reunião com o presidente russo, Vladimir Putin, no mês passado, Lukashenko afirmou que as autoridades polacas procuram deliberadamente um confronto com Minsk. Ele também acusou Varsóvia de jogar os corpos de migrantes mortos por cima da cerca em território bielorrusso.
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