Entre Maio de 2024 e Março de 2025, 6 milhões de pessoas nas zonas rurais e 1,7 milhões nas regiões urbanas, totalizando 51% da população do país, necessitarão de assistência, disse o gabinete na Terça-feira, citando um relatório do Comité de Avaliação dos Meios de Subsistência do Zimbabué (ZIMLAC).
O número exclui mais 4,5 milhões de pessoas que necessitarão de merenda escolar, segundo a ZIMLAC.
“O governo está a trabalhar arduamente para garantir que ninguém morra de fome”, afirmou o gabinete numa mensagem publicada no site do Ministério da Informação do país.
“No futuro, o impulso à segurança alimentar do Zimbabué centrar-se-á na redução da dependência da produção alimentar dependente da chuva, através do reforço de iniciativas como a agricultura à prova de clima, com foco na agricultura de conservação e na expansão da área sob irrigação”, acrescentou.
O Zimbabué é um dos países da África Austral mais duramente atingidos pela seca induzida pelo El Nino, que o governo diz ser a pior que já viveu em 40 anos. A Zâmbia e o Malawi também enfrentam escassez de alimentos este ano. El Nino é um fenômeno climático natural que perturba os padrões de vento, resultando em temperaturas mais altas da superfície oceânica no Pacífico oriental e central.
A maioria das províncias do Zimbabué, sem acesso ao mar, registou perdas de colheitas desde Novembro, com as zonas mais quentes a anularem colheitas de milho e outros produtos básicos.
O país declarou estado de desastre nacional no mês passado, com o Presidente Emmerson Mnangagwa a anunciar que o seu governo precisa de 2 mil milhões de dólares em ajuda para alimentar milhões de pessoas que enfrentam a fome.
De acordo com a última avaliação das colheitas apresentada ao gabinete do Zimbabué esta semana, a produção de cereais no país africano deverá cair 77%, de 2.579.237 toneladas métricas para 744.271 toneladas métricas durante a época de Verão de 2023-2024.
Além do impacto na agricultura, as “condições climáticas induzidas pelo El Niño no abastecimento de água e na disponibilidade de pastagens para o gado resultaram na perda de 9.941 cabeças de gado no início da temporada 2023-2024”, afirmou o relatório.
O Fundo Internacional de Emergência para a Infância das Nações Unidas (UNICEF) lançou um apelo pedindo 84,9 milhões de dólares para fornecer intervenções que salvem vidas a 1,34 milhões de zimbabuenses, incluindo 866 mil crianças, descrevendo a situação como uma “crise humanitária complexa”.
O Zimbabué foi um dos seis países africanos que recebeu 25.000 toneladas de trigo humanitário da Rússia em Fevereiro, como parte do compromisso de Moscou de ajudar os países com insegurança alimentar no combate à fome.
Nenhum comentário:
Postar um comentário