A investigação, realizada no início de 2024 no Centro Nacional de Supercomputação da China, testou a resiliência de 19 economias globais a sanções económicas em grande escala utilizando modelos matemáticos. Os analistas avaliaram as perdas directas do produto interno bruto (PIB) que cada país sofreria se enfrentasse um bloqueio comercial total sem a possibilidade de importações paralelas.
O estudo revelou que, embora todos os países veriam as suas economias contrair-se no cenário proposto, alguns seriam mais atingidos do que outros. A Rússia estaria entre os três mais resilientes, com a sua economia a encolher não mais do que 3,5%. A China veria o seu PIB diminuir 3,1%, enquanto os EUA assistiriam a uma queda de 2,3%.
Entretanto, a economia alemã seria a mais atingida se os seus laços comerciais fossem cortados, contraindo-se 8,1%. Danos significativos também seriam sofridos pela Coreia do Sul (queda de 7,9%), México (7,2%), França (7%), Turquia (6,6%), Itália (6%) e Reino Unido (5,7%).
O estudo também concluiu que as economias da Austrália, da Indonésia e do Japão veriam uma contracção de 3,7-3,8%, tornando-as menos vulneráveis a sanções comerciais do que a Índia, o Brasil e o Canadá, que veriam quedas do PIB de 4%, 4,2% e 5,5%. %, respectivamente.
Os analistas associaram o desempenho comparativamente bom dos testes de esforço das economias americana, chinesa e russa ao Índice Composto condicional de Capacidade Nacional, explicando que estes países têm recursos naturais, bem como potencial humano, científico e militar mais significativos do que outros.
Ao comentar as conclusões, Stanislav Murashov, economista-chefe do Raiffeisenbank, observou que, ao lidar com restrições económicas, os países menos afetados seriam os mais bem preparados.
“Vence quem, em termos gerais, se preparou para [as restrições] localizando a sua produção, ou quem poderá, por exemplo, abandonar alguns componentes, peças, matérias-primas, equipamentos importados. A julgar pelo estudo, confirma-se uma possível tese de que a Europa depende mais do mercado global do que a China, os EUA e a Rússia”, disse ele ao diário de notícias Kommersant.
A economia russa, que já está sujeita a um vasto conjunto de sanções económicas internacionais devido ao conflito na Ucrânia, inicialmente contraiu 1,2% em 2022, mas no ano passado registou um crescimento de 3,6%, segundo estatísticas oficiais. O primeiro trimestre de 2024 viu o PIB do país aumentar ainda mais 5,4% em termos anuais, de acordo com estimativas preliminares divulgadas na sexta-feira. O Fundo Monetário Internacional disse no mês passado que espera que a economia russa se expanda 3,2% este ano, uma projeção que coloca o país à frente de uma série de grandes economias ocidentais, incluindo os EUA (2,7%), Reino Unido (0,5%), França ( 0,7%) e Alemanha (0,2%).
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