AUTENTICIDADE - QUERENDO UM DESQUERER - EXALAÇÃO AMOROSA - INSISTÊNCIA - UTÓPICA UTOPIA - ETARISMO
AUTENTICIDADE
Sou tão autêntico quando o vinho,
Venho da uva,
Mas, uva, branco ou tinto,
Ainda suave ou seco.
Nada disto, nem tudo isto,
Me define.
Não sou nada indefinido,
Sou busca.
Talvez, seja exatamente a busca,
Mas, não é a busca que busco.
O encontro das buscas,
São os caminhos.
Ao perceber, os detalhes do caminho,
Me acho.
Cada detalhe imperceptível,
São justamente o detalhe da não busca,
Que se transforma no fundamental.
As imperfeições dos degraus,
Força a mudança dos passos.
Quando, os passos, em caminhos iguais,
Precisam ser diferentes,
Rompemos as inércias do viver.
Anesino Sandice
QUERENDO UM DESQUERER
Por simples "querência", cristã,
Não quero a morte do bozo,
Ainda que pelos mesmos motivos cristãos,
Quero o bozo incirculável,
Aqui, minha unidade se fragmenta.
A constituição cidadã, rejeita,
Sim, "REJEITA", a prisão perpétua,
Se não ficou evitando minha fragmentação,
Imagine, quero que o bozo pague,
Quero que o bozo, e pague preso,
Por cada um dos seus múltiplos crimes.
Como? Sou, assim como a constituição,
Contrário à prisão perpétua, somem,
Vinte anos para cada morte,
Quinhentas mil mortes evitáveis, "covid",
Ninguém, nem mesmo imorrível,
Vive dez mil anos,
Um fragmento de mim,
Não será saciado.
Nem mesmo vou pontuar os demais,
Já que apenas em um,
Minha fragmentação me fragmenta.
Mas, pensem, yanomami,
Mas, pensem, cartão de vacina,
Mas, pensem, golpe de Estado,
Mas, pensem, indução ao crime coletivo.
Vou parar de induzir, por não querer induzir.
Anesino Sandice
EXALAÇÃO AMOROSA
Exala dos meus poros,
Um amor, ainda não dimensionado,
Este amor, que transborda d'alma,
Por não se conter no peito.
Um amor, de café,
Se for às Minas,
Ganhará o leite,
Quem sabe, em doce,
Ou uma doce geleia,
Para "untar" o pão francês.
Mas, lá nos Estados amazônicos,
A pupunha, "um coquinho"
Cozido na pressão,
Ganhará o status de pão,
Untado por manteiga, "búfala", ou açaí.
No nordeste, o "cuscuz",
Ainda lá, a tapioca ou beiju,
Neste imenso nordeste,
O aipim, macaxeira ou mandioca,
Darão "sustância", ao matinal desjejum.
Já, meu gaúcho Estado,
Sofre as consequências de um mundaréu,
Um mundaréu de chuvas,
Chuvas estas, que vêem,
Encima de outras chuvas,
Antes que o solo seque.
No meu querido Estado gaúcho,
Terra de bons amigos,
Terra do Leonel,
Lá, um mundaréu de chuvas,
Chuvas, antes do chão secar,
Um mundaréu de chuvas,
Antes do Guaíba baixar.
Este quadro imensurável,
Trás imensuráveis dores,
Imensuráveis dores,
Que faz inadivertido meus gestos de amar.
Mas, amo, então, as ações de ajuda,
Amo então, quem arregaça as mangas,
E mesmo sem ter, divide o que não tem.
Amo poder ajudar,
Amo ainda mais,
Quem não tem,
Mas, doa o que não tem,
Mesmo que o que se tem,
Seja, só estender a mão.
Nisinha Vamos
INSISTÊNCIA
Numa manhã,
Que como todas as manhãs,
O Sol brilhava, mesmo quê,
Meus mortais olhos,
Não furem, a barreira de nuvens,
Ainda assim, lá sobre as nuvens,
Brilha, intermitente, o Sol.
Mesmo quando meus olhos mortais,
Não vêem, fato que não dá sacratossidade,
Nem aos meus olhos, quanto mais ao Sol,
Sagrado ou não, visto ou não,
É exatamente o tal intermitente brilho do Sol,
Que permite a vida.
Mas, do tal milagre da vida,
Até a confecção do pão,
Não há, nem mesmo, em falar:
Em tentativas e erros,
Talvez, de acidental esquecimento.
É exatamente de acidentais esquecimentos,
Que se faz a ciência, qual chamamos de evolução.
Evoluímos, e como evoluímos,
Parte desta evolução, devemos a religião?
Sim, e não, o medo de punição,
Por uma força superior,
Fez a humanidade mais dócil, inegável,
Só que a docilidade da humanidade,
A fez refém dos espertalhões da fé,
Este, primeiro por comodidade,
Depois, por complacência e,
Atualmente por espertalhismos,
Espertalhismos, estes, aliado à política,
Danam, por fazer "danar" as perspectivas humanas.
Sem perspectivas humanas,
A humanidade tange à barbárie do nazi -fascismo,
Mas, como este nazi-fascismo,
Vem aliada às espertalhices dos espertalhões, dos espertalhões,
Ganha uma áurea de sacrassidade.
Morre de fome a humanidade, por fome,
Morre de fome a humanidade, por alagamentos.
Entre desastres naturais, e desastres políticos,
Capitaneados pelos apoiadores do capetão.
Morre as perspectivas de uma humanidade humana.
Santo SemFé
UTÓPICA UTOPIA
Tudo que tenho são sonhos,
Se meus sonhos trouxessem viagens,
Viajaria até os meus sonhos.
Meus sonhos, nestes sonhos,
Ganharam concretude,
"Perderiam a fluidez de um sonho",
Perderiam a temporiedade da vida,
Perderiam a propriedade do eu.
Os sonhos, não meus,
Os sonhos, não restritos a minha existência.
Assim, meus sonhos, "concreto",
Saberia, da impossibilidade da ganância com a paz
Assim, os sonhos já não meus,
Não precisaria abolir as falas sobre um deus,
Mas, o deus, para não ser abolido das conversas,
Perderia a ingenuidade da impossibilidade possível.
Pois, os ensinamentos descritos na bíblia,
Não se contraporiam sua escritos bíblicos,
Os seguidores do deus,
Aquele deus, que teria criado o homem e a terra,
Não seria utilizado para defender a posse da terra
Pois, é justamente a posse da terra,
Que garante a ignorância e,
A ignorante e arrogante cobiça.
Pois, é justamente a posse da terra,
Que garante a ignorância e,
A ignorante e arrogante cobiça,
Base da avareza que destrói o sonho do pão.
Sonho do pão em todas as mesas.
Santo SemFé
ETARISMO
Estou velho, isto dizem os meus cabelos.
Por estar velho, sofre as consequências,
"Do condor", tudo dói,
Doi as costas, as pernas,
Dói, também os braços,
Só não dói a cabeça,
Cabeça vazia não dói,
O que dá dor de cabeça,
É a consciência das consequências.
Cabeça vazia, não tem percepção dos fatos.
Os janeiros que vivi,
Já teve epidemia de dengue,
Isto, mais de uma vez.
Os janeiros que vivi,
Já teve temporais,
Temporais, que pelos mesmo motivos,
Trouxeram mortes, "descaso",
Os descasos, que trouxeram mortes,
Vem exatamente da questão da terra.
Os brancos vindos da Europa,
Ganharam terras, já os afrodescendentes,
Importados a força da mãe África,
Tiveram como recompensa,
O direito à prisão, por vadiagem.
Anesino Sandice
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