A sexta fase das eleições para o Lok Sabha (Parlamento nacional da Índia), celebrada este sábado, abrangeu 58 círculos eleitorais do país sul-asiático, oito dos quais em Bengala Ocidental.
O Partido Comunista da Índia (Marxista) – CPI(M) denunciou a existência de «irregularidades em grande escala», indica o Newsclick. Situações como intimidação de eleitores, impedimento do exercício do direito de voto, votações falsas ou expulsão de elementos da oposição foram relatadas pelo partido num estado que governou durante décadas.
Em Bankura, Purulia e Jhargram, elementos da Polícia e da guarda do estado foram acusados de estarem sobe o serviço do partido Trinamool Congress (TMC), que governa atualmente em Bengala Ocidental, impedindo os eleitores da Frente de Esquerda de se dirigirem aos locais de voto.
No círculo de Tamluk, foi relatada uma situação «sem controle», depois de funcionários do TMC terem expulsado representantes do PCI(M) das mesas de voto. Ali, a candidata comunista Sayan Banerjee disse que teve um dia bastante agitado, andando de um lado para o outro e falando com observadores do processo, de modo a tentar garantir que os membros do PCI(M) podiam participar na jornada eleitoral.
Ainda em Tamluk, registaram-se confrontos entre funcionários do TMC e do partido de Modi (BJP), dos quais resultaram pelo menos três feridos. Um cenário semelhante – mas com consequências mais graves – foi registado em Mahishadal, onde um dirigente do TMC foi atacado e morto à machadada alegadamente por pessoas ligadas ao BJP.
Nos círculos de Ghatal, Bankura e Jhargram, várias estradas foram cortadas, refere a fonte, com o intuito de dificultar a resposta das equipas de observadores e da Comissão Eleitoral nos locais onde foram denunciados problemas.
O PCI(M) denuncia uma «fraude eleitoral generalizada» em Bengala Ocidental na sexta fase das eleições legislativas. Recorde-se que as eleições para o Parlamento nacional da Índia são realizadas em sete fases, de 26 de Abril a 1 de Junho, com o anúncio dos resultados previsto para 4 do mês que vem.
Mohammed Salim, secretário estadual do PCI(M), afirmou que o «carácter sagrado» do processo eleitoral foi «comprometido». Os apelos que fez à Comissão Eleitoral para que garantisse o exercício do direito ao voto «sem intimidações ou interferências» foram em vão, indica o Newsclick.
Numa conferência de imprensa que deu em Calcutá, Salim disse que «o voto pertence ao povo, não ao governo. A Comissão Eleitoral deve tomar medidas para garantir que as pessoas possam votar livremente».
Salim denunciou a infiltração de elementos criminosos em determinadas zonas eleitorais, nas quais as «tentativas de fraude foram evidentes desde o início». Disse ainda que foram apresentadas reclamações «cabine a cabine» e destacou o mau funcionamento das máquinas de voto electrónicas e tentativas de manipular o processo eleitoral em vários locais.
O dirigente comunista referiu-se igualmente a situações como assassinatos e corrupção, num contexto de «fraude eleitoral generalizada», e disse não saber se elas estão a ser investigadas, quer pelas forças de segurança a nível central, quer pela polícia estadual.
Outras situações que apontou foram a ocorrência de grandes ajuntamentos nas imediações dos locais de voto, contrários aos procedimentos de segurança nestas circunstâncias, e distúrbios em vários pontos do estado.
Para evitar que este cenário se repita e que a última fase das eleições, dia 1 de Junho, decorre de forma «justa e pacífica», Mohammed Salim exigiu à Comissão Eleitoral que tome medidas de imediato e que responda às muitas queixas interpostas pelo PCI(M) relativas ao acto eleitoral no passado dia 25.
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