"Para meu amigo, Pirata"
Para minha geração, estou falando especificamente da parte excluída de uma sociedade, aquela, formada basicamente por migrantes, ou seja, de crianças cujos pais ignoravam a necessidade do estudo profissionalizante, esta enorme parcela de jovens, incluindo este cronista, sonhava num posto de ajudante numa fábrica qualquer e, sair dali, com uma profissão reconhecida e registrada na carteira profissional. Este sonho desapareceu, assim como desapareceram as indústrias.
A juventude de hoje esbarra em duas realidades adversas, a primeira é marcada pela venda da ideia da saída, "única saída", ser a formação universitária, a outra, é que esta formação universitária, ser a garantia da abertura do mercado de trabalho.
Infelizmente nem uma das duas é verdade, primeiro, a universidade pública, é simplesmente barrada aos jovens das periferias, sobrando a estes, o pagamento de uma mensalidade, que simplesmente é impagável pelo montante das rendas familiares. A amenização desta realidade, veio com a chegada das gestões progressistas, "seria esta uma das razões para o golpe, e a consequente eleição do inominável"?
A outra, "desverdade" é a garantia de emprego, "olha, que nem falei dos rendimentos proporcionados por este emprego inexistente", num cenário de desindustrialização, com a consequente importância de "tudo" de empresas yanques, em países em que não há organização dos trabalhadores. Em síntese, não há perspectivas simples.
Assim o jovem, que em sua grande maioria, não tem acesso aos bancos universitários, é capturado para ser o "chão de fábrica do crime", mas na mídia patrocinada, que defende as ideias da extrema direita, este jovem, é o comando do crime organizado, piada.
No entanto, o crime organizado não é nenhuma falácia, a drenagem dos orçamentos públicos para as nesmas elites, que por ser "donas" do estado, fogem da tributação. Ainda que "legalizada", esta drensgem dos orçamentos públicos, é o verdadeiro crime organizado desta sociedade da extrema direita.
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