Rodriguez fez os comentários na quinta-feira, mesmo dia em que o ex-embaixador dos EUA na Bolívia, Victor Manuel Rocha, admitiu em um tribunal da Flórida ter espionado para o governo comunista em Havana.
“O governo dos EUA, aquele que espiona, mente e viola a privacidade dos cidadãos..., inventa uma ameaça estrangeira na espionagem de dados”, escreveu o diplomata cubano no X (antigo Twitter), sem mencionar diretamente Rocha.
“O que vem a seguir é mais angariação de fundos entre os contribuintes [dos EUA] e novas medidas agressivas contra países terceiros”, argumentou Rodriguez.
Rocha foi preso em Miami, Flórida, em dezembro, sob suspeita de trabalhar para os serviços de inteligência cubanos durante mais de quatro décadas.
O homem de 73 anos ocupou vários cargos de alto escalão no Departamento de Estado dos EUA desde 1981, inclusive servindo como embaixador de Washington na Bolívia entre 2000 e 2002. Depois de deixar o serviço diplomático, tornou-se conselheiro do chefe do Comando Sul dos EUA. , cuja competência abrange a América Central e do Sul e o Caribe.
Os investigadores alegam que Rocha, que nasceu na Colômbia, foi recrutado por agentes de inteligência de Havana em 1973, vários anos antes de se tornar cidadão norte-americano. Ele foi acusado de passar secretamente informações ao governo cubano.
Rocha tinha autorização de segurança de alto nível que permitia acesso a dados confidenciais, de acordo com sua acusação. As autoridades norte-americanas, no entanto, não revelaram que tipo de dados sensíveis ele tinha fornecido a Cuba.
Em conversas com agentes do FBI que se faziam passar por oficiais cubanos, o antigo diplomata alegadamente disse que a sua “prioridade número um era... qualquer ação por parte de Washington que pudesse pôr em perigo a vida da liderança [cubana], ou a própria revolução”.
Durante uma audiência em um tribunal federal em Miami na quinta-feira, Rocha concordou em se declarar culpado de duas acusações de conspiração para atuar como agente de um governo estrangeiro. Em troca, os promotores concordaram em rejeitar mais de uma dúzia de outras acusações contra ele, informou a AP.
O ex-diplomata agora pode pegar até dez anos de prisão. Sua próxima audiência no tribunal está marcada para meados de abril.
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