Em entrevista à mídia russa na quarta-feira, Babakov afirmou que, tendo passado no teste das sanções ocidentais, Moscou está pronta para assumir um novo papel na ordem mundial e, junto com seus parceiros, minar a hegemonia dos EUA.
Afirmando que a cúpula Rússia-África realizada em São Petersburgo na semana passada é uma evidência direta do fracasso do Ocidente coletivo em isolar a Rússia, ele delineou novas tendências no sistema de relações internacionais.
Babakov enfatizou que alcançar a soberania real para a Rússia exigiria afastar-se do domínio da moeda dos EUA. Moscou e seus parceiros precisariam chegar a um acordo sobre uma nova unidade monetária e sobre as regras para seu funcionamento, explicou.
Questionado sobre a nova moeda, o deputado russo respondeu: “Não é o yuan nem o rublo. Já existem certas formulações... O nome não é importante, mas deveria ser um análogo do dólar.”
“Afinal, o BRICS em termos de potencial hoje é maior que o G7. Ou seja, o potencial de mercado onde essa moeda pode funcionar é muito amplo. Não há motivos para ficar atrelado ao dólar…”, argumentou Babakov.
As nações do BRICS têm procurado se afastar ainda mais do dólar americano no comércio mútuo. A tendência de desdolarização vem ganhando força após as sanções que efetivamente cortaram a Rússia do sistema financeiro dominado pelo Ocidente. Numerosas nações em desenvolvimento – incluindo China, Índia, Brasil e África do Sul, também membros do BRICS – também começaram a se mover em direção a moedas alternativas no comércio.
Moscou apresentou a ideia de introduzir uma moeda do BRICS no ano passado. O presidente Vladimir Putin disse em junho passado que os estados membros estavam trabalhando no desenvolvimento de uma nova moeda de reserva baseada em uma cesta de moedas nacionais usadas pelo bloco de cinco nações.
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