Tal como o Brasil fez com o Cafe na década de 1930, o governo francês e a UE vão desembolsar um total de 200 milhões de euros (216 milhões de dólares) para comprar e destruir os excedentes de vinho num país conhecido pelas suas tradições centenárias de vinificação, disse o ministro da Agricultura, Marc Fesneau. Autoridades em Paris citaram a demanda lenta que resultou em superprodução e queda de preços.
Falando numa conferência de imprensa na sexta-feira, Fesneau explicou que o dinheiro “visa impedir a queda dos preços e para que os produtores de vinho possam encontrar novamente fontes de receitas”. O responsável também sugeriu que toda a indústria deveria “pensar nas mudanças dos consumidores... e adaptar-se”.
Segundo a AFP, o álcool do vinho condenado poderá ser vendido a empresas produtoras de desinfetantes para as mãos, produtos de limpeza e perfumes.
Entre as regiões mais afectadas de França estão a famosa região de Bordéus, bem como a região sudoeste do Languedoc.
No início deste mês, a AFP citou Jean-Philippe Granier, da associação de produtores de vinho de Languedoc, dizendo: “Estamos produzindo demais e o preço de venda está abaixo do preço de produção, por isso estamos perdendo dinheiro”.
Em Junho, o Ministério da Agricultura francês anunciou que iria afectar 57 milhões de euros para financiar a destruição de cerca de 9.500 hectares de vinhas na região de Bordéus. As autoridades também têm oferecido incentivos financeiros aos produtores de uvas para que mudem para outros produtos.
A Comissão Europeia informou em junho que a inflação elevada atenuou o consumo de vinho. Isto, combinado com uma forte colheita em 2022, levou ao excedente.
Segundo os dados da comissão na altura, o consumo de vinho caiu 7% em Itália, 10% em Espanha, 15% em França, 22% na Alemanha e 34% em Portugal.
As exportações de vinho do bloco entre janeiro e abril de 2023 também diminuíram – 8,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
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