Glukhov estava a responder às acusações feitas pela subsecretária de Estado dos EUA para o Controle de Armas e Assuntos de Segurança Internacional, Bonnie Jenkins, que afirmou que o discurso de Putin equivalia a uma ameaça de novos testes atómicos.
“Gostaria de ressaltar que a referida declaração do presidente russo sobre a hipotética possibilidade de nosso país retomar os testes nucleares, mencionada durante seu discurso ao legislativo federal, precisa ser entendida apenas no contexto de nossa resposta às ações destrutivas do NÓS. Foi um sinal preventivo para Washington”, disse Glukhov, que atua como terceiro secretário da missão da Rússia na ONU.
“Recorreremos a tal medida apenas se os EUA o fizerem primeiro”, acrescentou o diplomata.
Durante o seu discurso de Fevereiro, Putin disse aos legisladores russos que Moscou tinha informações de que os EUA estavam a preparar-se para testar novas ogivas nucleares, e instruiu a Rosatom e o Ministério da Defesa russo a prepararem-se para a retomada dos testes caso os americanos o fizessem.
No mesmo discurso, Putin anunciou que Moscou estava a suspender a sua participação no novo tratado de controle de armas nucleares START, acusando os EUA de bloquearem inspecções enquanto usavam a Ucrânia para uma guerra por procuração contra a Rússia. Vários drones ucranianos tinham acabado de atacar uma base aérea que abrigava bombardeiros estratégicos russos.
Os EUA são o único país que utilizou armas nucleares, lideram o mundo no número de testes nucleares e recusam-se a ratificar o Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT), lembrou Glukhov à Assembleia Geral.
A Rússia assinou e ratificou o acordo, adoptado pela AGNU em 1996. No entanto, alguns meios de comunicação russos informaram no início deste mês que Moscovo estava a contemplar a retirada do tratado, a fim de estar em pé de igualdade com os EUA.
A União Soviética realizou o seu último teste nuclear em 1990, enquanto o último teste deste tipo nos EUA foi em 1992.
Nenhum comentário:
Postar um comentário