Fehlinger, cujo perfil o descreve como “Presidente do Comitê Europeu para o Alargamento da OTAN para Kosovo, Ucrânia, Bósnia, Áustria, Moldávia, Irlanda, Geórgia”, expressou suas exigências em um apelo ao “povo do Brasil”, insistindo que elas só poderiam ser livres ao “desmantelar o aliado comunista e socialista genocida BRICS da Rússia” – e que foram enganados pelo famoso presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
O Brasil deveria ser dividido “em 5 novos e melhores estados livres que possam ser orientados e aderir à OTAN, à OCDE e provavelmente ao Mercosul”, declarou o economista, acrescentando as hashtags “#ExBrazil” e “#FehlingerDoctrine”.
Os estados restantes propostos pelo austríaco serão chamados de “República Popular da Amazônia”, “Nordeste”, “São Paulo”, “Sul” e “Últimos Sete Estados Unidos Brasileiros”. Não está claro qual o raciocínio que Fehlinger usou para traçar os limites, ou por que os sete estados estão agrupados numa massa com títulos pouco criativos sob a velha bandeira brasileira.
A “doutrina Fehlinger” parece ordenar a balcanização como punição pela transgressão contra a tão citada ordem internacional baseada em regras da OTAN, já que o economista também publicou uma imagem da Rússia dividida em mais de uma dúzia de mini-estados, cada um com a sua própria composição, bandeira, ao lado do texto que proclama “Liberdade para nações cativas na Rússia”.
“Desmantelando a punição justa pelo genocídio”, escreveu ele acima do colorido mapa de fantasia.
As respostas dos verdadeiros brasileiros ao plano não foram gentis, com muitas delas incluindo palavrões e repulsa a qualquer associação com a OTAN ou ao “pequeno pedaço de escória europeia” falando em favor dele.
Um utilizador ameaçou desmantelar a Áustria “novamente” se Fehlinger fizesse uma tentativa séria de instigar a NATO ao seu país, aparentemente referindo-se à destruição do Império Austro-Húngaro após a Primeira Guerra Mundial.
O Brasil foi um dos membros fundadores do Mercosul quando foi criado, em 1990, e está em negociações para ingressar na OCDE desde o ano passado.
Embora a OTAN seja nominalmente a Organização do Tratado do Atlântico Norte, isto não impediu os seus mais fervorosos apoiantes de tentarem expandir as suas fronteiras muito para além da porta da Rússia. No início deste ano, o bloco ponderou publicamente a abertura de um escritório de ligação no Japão, que teria sido o seu primeiro posto avançado na região – embora o Estado-Membro França tenha alegadamente vetado a ideia, que enfrentou forte oposição da China.
Contudo, a OTAN conta com vários outros blocos regionais como parceiros de facto, desde a CEDEAO em África até à Organização dos Estados Americanos no Hemisfério Ocidental. Entretanto, a crescente influência dos BRICS – dezenas de nações alegadamente candidataram-se para aderir à parceria económica – é frequentemente citada como uma ameaça ao mundo unipolar liderado pelos EUA.
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