quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Boulos no Super Batepapo - Live

 

O programa SBP recebeu o pré-candidato a prefeitura de São Paulo pelo Psol - Guilherme Boulos - para um Super Batepapo sobre a situação atual e a jornada para mudá-la para melhor.
Veja na nossa pagina.

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Empreendedor Ou Emperdedor? Eis a Questão!



SAIBA A DIFERENÇA ENTRE EMPREENDEDOR E EMPERDEDOR ACREDITE!

É MUITO IMPORTANTE PARA VOCÊ SOBREVIVER NA CRISE!

Atualmente, aquele pessoal de sempre, aquele bando de pilantras contratado pelo tal mercado para transformar uma boa análise econômica em propaganda do interesse de especuladores, têm se esmerado em convencer os brasileiros de que a economia vem ganhando uma dinâmica virtuosa do ponto de vista Capitalista.

É gente que escreve em jornais de grande circulação, aparece na tv, fala nas rádios e sempre diz a mesma coisa que o outro pilantra está dizendo. É assim que essa quadrilha vai construindo um discurso uníssono de sucesso, quando a realidade é bem diferente, depauperada. Esse grupo de marginais também se presta em fazer o contrário; mostrando como é ruim para um país quando acumula bilhões em reservas, paga a sua dívida externa, mais que triplica seu mercado consumidor e mantém um nível de pleno emprego.


Caso a economia esteja indo para o buraco maquiam a análise usando um tal de "soft landing", quando está num buraco muito profundo, comemoram o fato de que neste ano caiu menos do que nos cinco anteriores e assim vai... Claro, tudo ao gosto dos patrões! O cardápio varia de acordo com a necessidade, e o dólar em R$ 1,65 é muito baixo atrapalhando as exportações ou o ideal para vitalizar o mercado interno. Já o mesmo dólar em R$ 4,65 é uma maravilha para as exportações ou só de imaginá-lo ultrapassando a R$ 2,65 é um desastre completo.


Eu poderia passar anos exemplificando as peripécias destas gargantas do mercado, mas vou atacar logo a proposta desse artigo, que é o esforço para transformar o fruto de uma economia combalida em resultado de sucesso das políticas públicas neoliberais.

Ora pois que, hoje, neste exato momento, você vai dar um “Google” e logo assomara a sua tela alguém deles transformando catador de lixo, vendedor de bugiganga, motoboy e mesmo engenheiro – marido de aluguel ou professor uberizado, em empreendedor. Tudo bem-vindo nesse bom tempo devido à boa “flexibilização” das relações do trabalho e outras medidas de “austeridade” que, graças ao bom deux, os últimos dois governos têm tomado para levar a cabo a “recuperação” segura da economia, um smooth takeoff, como diriam...
Bem, acontece que essa falência na vida de 11 milhões de desempregados, 5 milhões de desalentados e de mais de 12 milhões de trabalhadores sem direitos, jamais levara alguém ao empreendedorismo. Seria como dizer que o incêndio é o primeiro passo para a construção de sua nova casa.

É isso? A inundação acontecendo e o sujeito contabilizando alegremente a cada aparelho doméstico que afunda, como uma nova geladeira ou fogão ou televisão que fará parte do mobiliário de seu novo lar?

Não! A verdade é que o fulano está metido dentro da água, até o pescoço, tentando salvar pelo menos o liquidificador!

TA AÍ UM EMPREENDEDOR! Diriam eles... - UM EMPREENDEDOR PORRETA! POIS, SE NÃO MORRER AFOGADO OU INFECTADO POR ALGUMA BACTÉRIA, SAÍRA DESTA CATÁSTROFE COM O SEU LIQUIDIFICADOR!


Assim é que estes Pilantras têm comemorado a epidemia do tal espírito do empreendedorismo que tem se espalhado pelo país nos últimos anos.

Acontece que Empreendedorismo nada tem a ver com o desesperado do leão da montanha procurando uma saída pela direita. Muito pelo contrário!

Basta compreender o significado da própria palavra... Dá um Google aí e você vai encontrar a seguinte definição para o verbo Empreender: Decidir realizar (tarefa difícil e trabalhosa).

O mais importante é que o axioma traz a palavra “decidir”, ou seja, não se trata de fazer a tarefa, no caso do empreendedorismo a essência está em: decidir fazer. O que nos leva a entender melhor o que significa - tomar uma decisão. O mesmo método de busca nos diz que. “na administração, a tomada de decisão é o processo cognitivo pelo qual se escolhe um plano de ação dentre vários outros (baseados em variados cenários, ambientes, análises e fatores) para uma situação-problema.” 

Mais especificamente, temos que ter consciente o fato de que, para empreender, o sujeito tem que ter autonomia e alternativas para fazer a sua escolha. Eu empreendi na minha vida. Em determinada altura do campeonato, enchi o saco do mundo corporativo, e decidi abrir a minha própria empresa. Eu poderia ter continuado na carreira e atingido postos mais elevados na alta administração, se estivesse disposto a jogar o jogo, mas não estava...


Então, não é empreendedor aquele que perdeu o seu emprego e hoje, velho demais para o mercado e ainda cheio de vigor e experiência, aventura suas economias na roleta russa de uma economia capenga. Nem o filho, que deixa de estudar e compra uma moto para fazer um dinheiro para ajudar em casa, ou uma mãe que faz coxinhas ou penteia cabelos porque a grana está curta em seu lar. Esse pessoal, de modo geral, está salvando o liquidificador.

Mais ainda pior é que a maioria vai se afogar ou morrer doente com a peste bubônica.

As bocas do mercado não fazem matérias que apresentam o cara do UBER, cujo veículo foi roubado e não tinha seguro, o motoqueiro aleijado, sofrendo, sem qualquer cobertura médica, a lojinha praticamente dando o estoque antes de fechar ou a família comendo a tonelada de bolinhos que não vendeu... Isto não interessa! Mas, infelizmente, essa é sim a realidade de milhares que se encobre sob o manto da conquista do pipoqueiro que virou dono do cinema. Um épico apresentado e reprisado em todos os telejornais e comentado em todas as rádios e analisado a exaustão em artigos de jornais na internet.

Então, a verdade é que estamos vivendo num país de emperdedores. Embora se consultar o termo em espanhol as goelas do mercado dirão: “El emperdedor es el que se conforma; el desempleado quejoso, pero que no mejora su entorno; que no toma riesgos o los toma cuando otros lo hicieron antes”. Ou seja, a pilantragem define o emperdedor, em bom castelhano, como sendo, no fundo, aquele que não vai atrás da ladainha deles e faz exatamente o que os empreendores, que mandam no mercado, fazem: Puxa o freio de mão e não bota a mão em cumbuca, quando sabe que vai perder.
Não tenho dúvida que também aqui e no mundo todo, o Emperdedor se apresenta com a mesma definição da língua falada nas boas terras de Castela. Afinal, quando se trata de conformar a realidade, devemos usar esses entendimentos assim... Como um fenômeno que, na semântica diacrônica destes “intelectuais”, tem tal significado mercadológico e, portanto, religiosamente universal. Contudo, eu estou propondo o termo em português. Ademais, uso o vocábulo construído a partir da realidade cotidiana. Até porque o prefixo “Em”, ensina o Google, nos remete a “introdução”, um movimento para dentro. O que conota a palavra com o sentido de “afundar-se ainda mais na lama”.


Então, esta expressão – Emperdedor – com o sentido de: aquele que se atira mais para dentro da perda, é a nomenclatura que melhor representa a situação dos ditos “empreendedores” no Brasil.

Segundo a Global Entrepreneurship Monitor – GEM, o Brasil é reconhecido como um país de empreendedores. A taxa gira em torno de 35%, visto que, em média, 1 a cada 3 brasileiros, entre 18 e 64 anos, tem ou está montando um negócio. As micro e pequenas empresas (MPEs) correspondem a 93% do total de empresas ativas no país (EMPRESÔMETRO, 2016).

Claro, a GEM não questiona a razão de o sujeito ter se atirado dentro da água...
– O SUJEITO TÁ NA ÁGUA?
–  SIM! 
– ENTÃO, É NADADOR! TALKEY?

Eles contam até defuntos, boiando, ou aqueles que estão em processo avançado de afogamento, dando o último suspiro. 

O que vale mesmo é estar dentro da água, ainda que nela tenha sido jogado à força. Nada de ter no critério aquela baboseira de “escolher um plano de ação dentre vários outros...” 
Lembra? Isso é coisa de dicionário.
Por outro lado, o IBGE revela que 80% das micro e pequenas empresas desaparecem antes de completarem 01 ano e daqueles que sobrevivem em torno de 60% fecham com menos de 5 anos. Sendo assim, não é difícil imaginar o que de fato acontece com o sujeito que mete suas economias no empreendedorismo tupiniquim.

Bem... Acredito que agora, sabendo a diferença entre empreender e emperder, você não se deixe levar facilmente pelo desespero, acreditando que não tenha uma alternativa melhor do que se atirar na água durante a inundação. Talvez, seja mais prudente esperar com calma sobre o telhado, já que sua vida e até as suas economias valem bem mais que o liquidificador da black Friday.

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

A ESQUERDA CANCELADA. REDUCIONISMO ECONÔMICO OU IDENTITÁRIO?




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RAÇA X CLASSE II (OU SEJAMOS REALISTAS E ALMEJEMOS O IMPOSSÍVEL)

Aqui, Prof. Benedito Carlos dos Santos, continua a análise começada no seu artigo "REED X SOCIALISTAS? PRECISAMOS ILUMINAR O DEBATE POLÍTICO-IDENTITÁRIO" mostrando Reed, um professor emérito que cancelou sua palestra uma iniciativa a crescente ala esquerda do Partido Democrata – que apoiou Bernie Sanders.


No dia 18/08/2020 uma matéria do Globo, traduzida a partir do “New York Times”, relatava que Adolph Reed, intelectual negro marxista norte-americano, teve sua palestra cancelada na Universidade da Pensilvânia, universidade na qual é professor emérito.
A reportagem dizia ainda que membros dos Socialistas Democráticos da América, ala esquerdas em ascensão do Partido Democrata realizou articulações para “cancelar” o scholar. A razão seria a ênfase dada pelo professor, um velho combatente da causa socialista nos EUA – foi um dos fundadores em 1996 do praticamente extinto Partido Trabalhista dos Estados Unidos – na questão social em detrimento à questão de raça e sua crítica às lideranças negras por não vislumbrarem uma verdadeira “política de classes”, preocupados que estão em ocupar “os espaços” dentro do “Sistema”.
             

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Como foi dito no artigo anterior, Reed critica também as políticas do Partido Democrata, não poupando Clinton e nem mesmo Barak Obama, a quem ele acusa de neoliberaL.

Na verdade a iniciativa pelo “cancelamento” partiu de um grupo denominado Afrosocialists and Socialists of Color Caucus (AFROSOC), que acusa Reed de “reducionismo econômico”, ignorando, na visão desses críticos, os aspectos transformadores da luta identitária dos afroamericanos.


DSA AfroSocialist and Socialists of Color Caucus - Home | Facebook

Bom, vamos por partes:

1 -  Lendo o Professor Reed, fica clara a sua preocupação, como marxista egresso das lutas políticas dos anos de 1960 e 1970, de ressaltar a importância de uma aliança de classes inter-étnica, capaz de enfrentar a opressão capitalista e imperialismo norte-americano. Nada disso é novo. Velhos esquerdistas da América batalharam por isso, desde os socialistas e comunistas nas primeiras décadas do século XX, até a Nova Esquerda da década de 1960

2 - Essa análise (que sobrepõe a questão de classe à de raça), contudo, não agrada muito alguns setores progressistas dos EUA.
Como disse no artigo anterior, o “Red Scare”, impulsionado pelo espírito macarthista da Guerra Fria, deitou raízes profundas no país e até hoje assusta uma parte da esquerda norte-americana. Pautas étnico-identitárias, feministas, LGBTQI são até – e coloque-se muito “ATÉ” nisso – admitidas. E às vezes parcialmente incorporadas por alguns conservadores. Mas quando a discussão passa por mudanças na economia, na crítica ao imperialismo e na aliança de classes acima das diferenças de gênero, etnia ou orientação sexual, parece que a esquerda e a direita se unem! Com acusações de parte a parte!A direita acusando a esquerda de dividir o país e os grupos de esquerda digladiando-se se é mais importante discutir questões de raça e de gênero ou questões “meramente econômicas”. Por que não discutir ambas, oras?



3- Entendo um pouco a preocupação de alguns grupos ditos identitários. No passado essas pautas foram recusadas por parte da esquerda tradicional e militantes dos movimentos negros, feministas e de defesas dos gays foram acusados, de fascistas a diversionistas. O que muitas vezes era mera desculpa para manter dentro da própria esquerda atitudes machistas, homofóbicas e racistas.

Entenda quem são os antifas, que Trump acusa de orquestrar os protestos nos  EUA | Blog da Sandra Cohen | G1

(https://g1.globo.com/mundo/blog/sandra-cohen/post/2020/06/01/entenda-quem-sao-os-antifas-que-trump-acusa-de-orquestrar-os-protestos-nos-eua.ghtml)

     

Talvez, veja bem, talvez, o Professor Reed subestime o papel transformador de movimentos como o da afirmação da diversidade étnica. Dentro desses movimentos há de tudo um pouco. Angela Davis, com a argúcia de sempre, afirmou recentemente que não adianta nada diversidade e inclusão sem mudanças radicais na sociedade. E ela tem razão, é claro! Inclusão para criar gerentes capitalistas negros que ajudem a explorar os trabalhadores? Presidentes negros que implantem políticas neoliberais? Ou como vimos no Brasil, presidentes negros de fundações que depreciam os negros e afrontam seus ícones? Mas, vale a pena criar mais sulcos estigmatizando setores do próprio campo progressista? 
DSA AfroSocialist and Socialists of Color Caucus - Home | Facebook

5- Não, não se trata de esperar a revolução para resolver todos os problemas. Esse discurso já foi feito antes por gente que não fez a revolução e também não acabou com a opressão dos grupos marginalizados. Daí insistimos que é uma falsa dicotomia que, tanto lá como cá, divide o movimento progressista e fortalece os Trumps e Bolsonaros da vida. 

6- Por último: proibir alguém, que mesmo com discordâncias estratégicas, está no mesmo campo progressista, apenas torna urgente discutir essa tal “cultura do cancelamento”. Não estamos falando de fascistas, com os quais não se deve dialogar mesmo. Até por que eles não querem. Estamos falando de setores que atuam no mesmo campo da esquerda. Cancelar alguém do mesmo espectro ideológico nos remete às amargas disputas no passado entre stalinistas e trotskistas, entre outras pugnas amargas, que muitas vezes culminava com trocas de acusações infames, calúnias abjetas e... Cancelamento. As vezes até pela força. A História está cheia desses exemplos. A direita frequentemente não aprende anda com essa velha companheira – a História. A esquerda deveria ser diferente. A direita quer apenas que nada mude. O campo progressista onde estão, ou deveriam estar, os que querem mudar o mundo, deveria ser diferente. Ou estamos, para citar uma das máximas das barricadas de 1968, pedindo o impossível? 

Se for o caso devemos ser realmente realistas, e como diziam os jovens de Paris na época, almejar o impossível.

domingo, 6 de setembro de 2020

Negra escravidão, branca poesia.


Edição de 14 de maio de 1888 \/ O CachoeiranoAcervo Fundação Biblioteca Nacional - Brasil
Amanda Rossi e Juliana Gragnani


O domingo de 13 de maio de 1888 amanheceu ensolarado no Rio de Janeiro, a capital do Império do Brasil. Era um dia de festa. A escravidão chegava ao fim por meio de uma lei votada no Senado e assinada pela princesa Isabel.

O Brasil era o último país da América a acabar com a escravidão. Ao longo de mais de três séculos, foi o maior destino de tráfico de africanos no mundo, quase cinco milhões de pessoas. Grande parte dos descendentes daqueles que chegaram também fora escravizada.

Na imagem é possível ver a princesa Isabel. À sua esquerda, um pouco abaixo, estaria Machado de Assis.


“Todos saímos à rua. Todos respiravam felicidade, tudo era delírio. Verdadeiramente, foi o único dia de delírio público que me lembra ter visto”, recordou cinco anos depois o escritor Machado de Assis, que participou das comemorações do fim da escravidão, no Rio.

Outro escritor afro-descendente, Lima Barreto, completava 7 anos naquele 13 de maio e celebrou o aniversário no meio da multidão. Décadas depois, se lembraria: “Jamais na minha vida vi tanta alegria. Era geral, era total. E os dias que se seguiram, dias de folganças e satisfação, deram-me uma visão da vida inteiramente (de) festa e harmonia”.

A lei assinada pela princesa - e apelidada de Lei Áurea - vinha tarde. Todos os países da América já tinham abolido a escravidão. O primeiro, foi o Haiti, 95 anos antes, em 1793. A maioria demorou para seguir o pioneiro, e fez suas abolições entre os anos 1830 e 1860. Os Estados Unidos, em 1865. Cuba, a penúltima a abolir a escravidão, o fez dois anos antes do Brasil.

Em nenhum outro país, contudo, a escravidão teve a dimensão brasileira. Enquanto 389 mil africanos desembarcaram nos Estados Unidos, no Brasil foram 4,9 milhões - 45% de toda a população que deixou a África como escrava. No caminho, cerca de 670 mil morreram. O gigantismo da escravidão no Brasil dificultou o seu fim - ela estava impregnada na vida nacional.


Isso não significa, no entanto, que o 13 de maio não deva ser lembrado, diz Oliveira: “A abolição foi fruto de uma pressão social. A gente precisa recontar essa história, dos heróis e heroínas que lutaram pelo fim da escravidão”. Sem esquecer que, 130 anos depois da abolição, a desigualdade persiste.

“Durante esses 130 anos somos maioria no país - 54% da população é afro-brasileira. Mas não somos 54% no Congresso Nacional, nos ministérios, nos tribunais, nas universidades, nas grandes empresas privadas. Isso precisa mudar”, completa Oliveira.

E se os abolicionistas vissem o Brasil hoje, 130 anos depois? “Acho que eles entrariam em campanha, fariam um movimento de novo. Inclusive com as mesmas bandeiras que eles tinham (de promoção de oportunidades para os negros), que não foram implementadas”, opina Alonso.




Castro Alves, nascido na cidade de Muritiba, na Bahia, em 14 de março de 1847, um dos artistas viram na arte uma forma de expressar a revolta pelos problemas sociais pelos quais o país passava. Por isso, os atos de tortura da escravidão estavam sempre na sua escrita.  No Rio de Janeiro, Castro Alves se formou no curso de Direito e conheceu Machado de Assis, que o ajudou a crescer nos mundo literário. Ainda na cidade, ele precisou amputar o pé esquerdo após ser baleado com um tiro de espingarda. 


Patrono da cadeira nº 7 da Academia Brasileira de Letras, Castro Alves morreu em Salvador, em 6 de julho de 1871, aos 24 anos, ao ser diagnosticado com tuberculose.


O programa Super Bate-Papo debate a questão da escravidão levando em conta que a data de Maio é relevante para a historia do negro no Brasil, bem como para o movimento que oficializa a Abolição, porém mantendo a perspectiva de que é uma narrativa de faceta institucional e branca. Castro Alves, o Poeta dos escravos, está inserido nessa narrativa o que não o desmerece como grande Poeta e pioneiro no movimento abolicionista. Portanto, o Super bate papo se faz na ordem de homenagem critica.

terça-feira, 1 de setembro de 2020

Analisando as ultimas notícias sobre o coronavírus (Primeira quinzena de setembro)



Por: Professor e Biólogo Ricardo Santoro


 Desde a descoberta do vírus que causa o COVID-19, o ciclo diário de notícias tem sido inundado com atualizações sobre como o patógeno se espalha, o que o bichinho faz ao corpo e quais soluções podem finalmente pôr fim à pandemia.

Mas manter-se atualizado com as últimas notícias sobre o coronavírus pode ser um desafio. Para ajudar a mantê-lo informado, nós do Super Bate-Papo, com a orientação indispensável e essencial do professor Santoro compilamos uma pequena lista de notícias de destaque mundial da semana - essas são as que realmente chamaram nossa atenção.

Reinfecções confirmadas


Os pesquisadores relataram o primeiro caso confirmado de reinfecção de COVID-19 em um homem em Hong Kong. A notícia saiu inicialmente em 24 de agosto em um comunicado à imprensa da Universidade de Hong Kong, e o estudo formal foi publicado em 25 de agosto na revista Clinical Infectious Diseases. Mas não entre em pânico - um especialista chamou o caso de "um exemplo clássico de como a imunidade deve funcionar".


O paciente de 33 anos foi diagnosticado pela primeira vez com COVID-19 em 26 de março e apresentava sintomas leves na época, incluindo tosse e febre. O homem recebeu alta do hospital no dia 14 de abril, depois de testar negativo para o vírus duas vezes, mas ele testou positivo novamente durante uma triagem no aeroporto em 15 de agosto. O vírus que infectou o homem pela segunda vez carregava várias diferenças genéticas com o primeiro , sugerindo que o homem havia sido infectado por uma nova variante do vírus que sofreu uma mutação sutil ao longo do tempo, como acontece com todos os vírus. Mas o homem não mostrou sintomas de doença na segunda vez, sugerindo que seu corpo retinha alguma imunidade contra o patógeno.


"Embora este seja um bom exemplo de como a infecção primária pode prevenir a infecção subsequente de doenças, mais estudos são necessários para compreender a gama de resultados da reinfecção", Akiko Iwasaki, professora de imunobiologia e biologia molecular, celular e do desenvolvimento na Yale School of Medicine, escreveu no Twitter.


Desde que essa notícia foi divulgada, mais dois casos de reinfecção foram confirmados na Europa e um nos EUA, informou o New York Times. Como no caso de Hong Kong, os dois casos europeus mostraram sintomas mais leves ou nenhum sintoma durante a segunda infecção; no entanto, o paciente americano desenvolveu sintomas graves e os cientistas estão investigando várias teorias sobre o porquê. Ainda não sabemos com que frequência ocorre a reinfecção, com que frequência as pessoas desenvolvem sintomas graves na segunda vez ou o que essas tendências significam para o desenvolvimento de vacinas - essas informações só virão de pesquisas futuras.

Até o momento, o Brasil não possui casos confirmados de reinfecção por Covid-19. Todos os casos suspeitos de reinfecção pela doença foram investigados e descartados pelas equipes de vigilância epidemiológica dos estados e municípios.
Até 26 de agosto, o Ministério da Saúde distribuiu 14,2 milhões de testes para diagnósticos da Covid-19, sendo 6,2 milhões de RT-PCR (biologia molecular) e 8 milhões de testes rápidos (sorologia). A média diária de exames realizados passou de 1.148 em março para 22.943 em agosto. 
Até o dia 22 de agosto, foram realizados 4.797.948 milhões de exames de RT-PCR para Covid-19, sendo que 2.652.551 na rede nacional de laboratórios de saúde pública e 2.145.397 nos principais laboratórios privados do país. Sobre os testes sorológicos, segundo dados do sistema e-SUS Notifica, foram realizados no país um total de 6.637.134 exames.

CDC muda suas diretrizes de teste



Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) mudaram abruptamente sua orientação de teste COVID-19, afirmando que aqueles que entraram em contato com uma pessoa infectada não necessariamente precisam de um teste se não estiverem em um alto risco grupo ou apresentando sintomas da doença.

Antes da mudança, o CDC recomendou que todos os contatos próximos de pessoas com teste positivo para COVID-19 também fossem testados, visto que sabemos que o vírus pode se espalhar antes que as pessoas apresentem sintomas, e que o teste de contatos próximos ajuda a manter os surtos sob controle. O secretário adjunto de Saúde do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS) dos Estados Unidos, Dr. Brett Giroir, disse à CNN que as novas diretrizes têm como objetivo encorajar os testes a serem usados ​​"apropriadamente" e não reduzir o número de testes dados em geral. Mas as autoridades de saúde pública dizem que a orientação conflita diretamente com as evidências científicas.

"Essas recomendações de teste não fazem sentido científico, a menos que haja planos para exigir o isolamento de todos os contatos conhecidos do COVID-19", disse Krys Johnson, professor assistente de instrução no Departamento de Epidemiologia e Bioestatística da Temple University na Pensilvânia. Especialmente com a reabertura de escolas e universidades, os EUA deveriam testar mais pessoas assintomáticas para o vírus, e não menos, disse ela.

Em resposta ao clamor de funcionários de saúde pública, o Diretor do CDC, Dr. Robert Redfield, esclareceu a nova orientação em 27 de agosto, dizendo que "o teste pode ser considerado para todos os contatos próximos de pacientes COVID-19 confirmados ou prováveis", mas deve ser priorizado para os sintomáticos pessoas, pessoas com fatores de risco para infecção grave e pessoas com alto risco de exposição. No entanto, no momento desta declaração verbal, a orientação oficial no site do CDC permanecia inalterada.

Autorização para plasma



Na semana passada, destacamos a notícia de que a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA não autorizaria o uso de plasma sanguíneo para tratar pacientes com COVID-19 sem mais dados de ensaios clínicos. 

Esta semana, o FDA emitiu uma autorização de uso de emergência para o tratamento sem quaisquer dados adicionais em mãos.  A autorização de uso de emergência permite que os médicos administrem um tratamento médico não aprovado "quando não há alternativas adequadas, aprovadas e disponíveis" e os pacientes não precisam ser inscritos em um ensaio clínico para receber a terapia, de acordo com o site da FDA. Mas especialistas em doenças infecciosas e ridades de saúde pública argumentam que a terapia de plasma convalescente - que usa plasma rico em anticorpos de pessoas que se recuperaram de uma doença - não ganhou este selo de aprovação.

Para demonstrar que o plasma ajuda os pacientes com COVID-19 a se recuperar, os cientistas devem conduzir ensaios clínicos randomizados (ECRs), nos quais os participantes recebem plasma ou o tratamento padrão aleatoriamente; os resultados podem então ser comparados entre os dois grupos sem viés. Os ECRs de plasma têm se mostrado difíceis de organizar, visto que o suprimento de plasma elegível e o número de pessoas doentes com COVID-19 variam de região para região.

Com muitos ECRs para plasma ainda em andamento, a autorização do tratamento pode tornar o recrutamento de pacientes para esses ensaios ainda mais difícil. Embora os pacientes em um ECR recebam aleatoriamente plasma ou o tratamento padrão, os pacientes tratados sob a autorização de emergência não estariam sujeitos a essa randomização; a garantia de plasma fora de um ECR poderia tornar a participação nos testes uma venda difícil.

Se os ECRs forem prejudicados, será mais difícil coletar evidências sólidas de que a terapia com plasma funciona.

Ricardo Santoro, Biólogo e pesquisador envolvido com questões epidemiológicas foi entrevistado pelo programa SBP na rádio Cantareira sobre o assunto e deu respostas adicionais e dicas de como combater o vírus em áreas pobres do Brasil. 
Clique no link abaixo para ouvir sua entrevista.

Vale a pena aproveitar esse Super Batepapo

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