quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Empreendedor Ou Emperdedor? Eis a Questão!



SAIBA A DIFERENÇA ENTRE EMPREENDEDOR E EMPERDEDOR ACREDITE!

É MUITO IMPORTANTE PARA VOCÊ SOBREVIVER NA CRISE!

Atualmente, aquele pessoal de sempre, aquele bando de pilantras contratado pelo tal mercado para transformar uma boa análise econômica em propaganda do interesse de especuladores, têm se esmerado em convencer os brasileiros de que a economia vem ganhando uma dinâmica virtuosa do ponto de vista Capitalista.

É gente que escreve em jornais de grande circulação, aparece na tv, fala nas rádios e sempre diz a mesma coisa que o outro pilantra está dizendo. É assim que essa quadrilha vai construindo um discurso uníssono de sucesso, quando a realidade é bem diferente, depauperada. Esse grupo de marginais também se presta em fazer o contrário; mostrando como é ruim para um país quando acumula bilhões em reservas, paga a sua dívida externa, mais que triplica seu mercado consumidor e mantém um nível de pleno emprego.


Caso a economia esteja indo para o buraco maquiam a análise usando um tal de "soft landing", quando está num buraco muito profundo, comemoram o fato de que neste ano caiu menos do que nos cinco anteriores e assim vai... Claro, tudo ao gosto dos patrões! O cardápio varia de acordo com a necessidade, e o dólar em R$ 1,65 é muito baixo atrapalhando as exportações ou o ideal para vitalizar o mercado interno. Já o mesmo dólar em R$ 4,65 é uma maravilha para as exportações ou só de imaginá-lo ultrapassando a R$ 2,65 é um desastre completo.


Eu poderia passar anos exemplificando as peripécias destas gargantas do mercado, mas vou atacar logo a proposta desse artigo, que é o esforço para transformar o fruto de uma economia combalida em resultado de sucesso das políticas públicas neoliberais.

Ora pois que, hoje, neste exato momento, você vai dar um “Google” e logo assomara a sua tela alguém deles transformando catador de lixo, vendedor de bugiganga, motoboy e mesmo engenheiro – marido de aluguel ou professor uberizado, em empreendedor. Tudo bem-vindo nesse bom tempo devido à boa “flexibilização” das relações do trabalho e outras medidas de “austeridade” que, graças ao bom deux, os últimos dois governos têm tomado para levar a cabo a “recuperação” segura da economia, um smooth takeoff, como diriam...
Bem, acontece que essa falência na vida de 11 milhões de desempregados, 5 milhões de desalentados e de mais de 12 milhões de trabalhadores sem direitos, jamais levara alguém ao empreendedorismo. Seria como dizer que o incêndio é o primeiro passo para a construção de sua nova casa.

É isso? A inundação acontecendo e o sujeito contabilizando alegremente a cada aparelho doméstico que afunda, como uma nova geladeira ou fogão ou televisão que fará parte do mobiliário de seu novo lar?

Não! A verdade é que o fulano está metido dentro da água, até o pescoço, tentando salvar pelo menos o liquidificador!

TA AÍ UM EMPREENDEDOR! Diriam eles... - UM EMPREENDEDOR PORRETA! POIS, SE NÃO MORRER AFOGADO OU INFECTADO POR ALGUMA BACTÉRIA, SAÍRA DESTA CATÁSTROFE COM O SEU LIQUIDIFICADOR!


Assim é que estes Pilantras têm comemorado a epidemia do tal espírito do empreendedorismo que tem se espalhado pelo país nos últimos anos.

Acontece que Empreendedorismo nada tem a ver com o desesperado do leão da montanha procurando uma saída pela direita. Muito pelo contrário!

Basta compreender o significado da própria palavra... Dá um Google aí e você vai encontrar a seguinte definição para o verbo Empreender: Decidir realizar (tarefa difícil e trabalhosa).

O mais importante é que o axioma traz a palavra “decidir”, ou seja, não se trata de fazer a tarefa, no caso do empreendedorismo a essência está em: decidir fazer. O que nos leva a entender melhor o que significa - tomar uma decisão. O mesmo método de busca nos diz que. “na administração, a tomada de decisão é o processo cognitivo pelo qual se escolhe um plano de ação dentre vários outros (baseados em variados cenários, ambientes, análises e fatores) para uma situação-problema.” 

Mais especificamente, temos que ter consciente o fato de que, para empreender, o sujeito tem que ter autonomia e alternativas para fazer a sua escolha. Eu empreendi na minha vida. Em determinada altura do campeonato, enchi o saco do mundo corporativo, e decidi abrir a minha própria empresa. Eu poderia ter continuado na carreira e atingido postos mais elevados na alta administração, se estivesse disposto a jogar o jogo, mas não estava...


Então, não é empreendedor aquele que perdeu o seu emprego e hoje, velho demais para o mercado e ainda cheio de vigor e experiência, aventura suas economias na roleta russa de uma economia capenga. Nem o filho, que deixa de estudar e compra uma moto para fazer um dinheiro para ajudar em casa, ou uma mãe que faz coxinhas ou penteia cabelos porque a grana está curta em seu lar. Esse pessoal, de modo geral, está salvando o liquidificador.

Mais ainda pior é que a maioria vai se afogar ou morrer doente com a peste bubônica.

As bocas do mercado não fazem matérias que apresentam o cara do UBER, cujo veículo foi roubado e não tinha seguro, o motoqueiro aleijado, sofrendo, sem qualquer cobertura médica, a lojinha praticamente dando o estoque antes de fechar ou a família comendo a tonelada de bolinhos que não vendeu... Isto não interessa! Mas, infelizmente, essa é sim a realidade de milhares que se encobre sob o manto da conquista do pipoqueiro que virou dono do cinema. Um épico apresentado e reprisado em todos os telejornais e comentado em todas as rádios e analisado a exaustão em artigos de jornais na internet.

Então, a verdade é que estamos vivendo num país de emperdedores. Embora se consultar o termo em espanhol as goelas do mercado dirão: “El emperdedor es el que se conforma; el desempleado quejoso, pero que no mejora su entorno; que no toma riesgos o los toma cuando otros lo hicieron antes”. Ou seja, a pilantragem define o emperdedor, em bom castelhano, como sendo, no fundo, aquele que não vai atrás da ladainha deles e faz exatamente o que os empreendores, que mandam no mercado, fazem: Puxa o freio de mão e não bota a mão em cumbuca, quando sabe que vai perder.
Não tenho dúvida que também aqui e no mundo todo, o Emperdedor se apresenta com a mesma definição da língua falada nas boas terras de Castela. Afinal, quando se trata de conformar a realidade, devemos usar esses entendimentos assim... Como um fenômeno que, na semântica diacrônica destes “intelectuais”, tem tal significado mercadológico e, portanto, religiosamente universal. Contudo, eu estou propondo o termo em português. Ademais, uso o vocábulo construído a partir da realidade cotidiana. Até porque o prefixo “Em”, ensina o Google, nos remete a “introdução”, um movimento para dentro. O que conota a palavra com o sentido de “afundar-se ainda mais na lama”.


Então, esta expressão – Emperdedor – com o sentido de: aquele que se atira mais para dentro da perda, é a nomenclatura que melhor representa a situação dos ditos “empreendedores” no Brasil.

Segundo a Global Entrepreneurship Monitor – GEM, o Brasil é reconhecido como um país de empreendedores. A taxa gira em torno de 35%, visto que, em média, 1 a cada 3 brasileiros, entre 18 e 64 anos, tem ou está montando um negócio. As micro e pequenas empresas (MPEs) correspondem a 93% do total de empresas ativas no país (EMPRESÔMETRO, 2016).

Claro, a GEM não questiona a razão de o sujeito ter se atirado dentro da água...
– O SUJEITO TÁ NA ÁGUA?
–  SIM! 
– ENTÃO, É NADADOR! TALKEY?

Eles contam até defuntos, boiando, ou aqueles que estão em processo avançado de afogamento, dando o último suspiro. 

O que vale mesmo é estar dentro da água, ainda que nela tenha sido jogado à força. Nada de ter no critério aquela baboseira de “escolher um plano de ação dentre vários outros...” 
Lembra? Isso é coisa de dicionário.
Por outro lado, o IBGE revela que 80% das micro e pequenas empresas desaparecem antes de completarem 01 ano e daqueles que sobrevivem em torno de 60% fecham com menos de 5 anos. Sendo assim, não é difícil imaginar o que de fato acontece com o sujeito que mete suas economias no empreendedorismo tupiniquim.

Bem... Acredito que agora, sabendo a diferença entre empreender e emperder, você não se deixe levar facilmente pelo desespero, acreditando que não tenha uma alternativa melhor do que se atirar na água durante a inundação. Talvez, seja mais prudente esperar com calma sobre o telhado, já que sua vida e até as suas economias valem bem mais que o liquidificador da black Friday.

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