Desde lá, eu parava nas bancas para ver as manchetes. Depois do segundo ano do curso primário, virei visitador frequente de uma biblioteca, mesmo que tivesse de ir até ela andando, não havia transporte público.
Fiquei fora da escola, desde o final dos anos sessenta, mas, continuei um "rato de biblioteca", voltei a estudar nos anos noventa, quarenta anos de idade, casado, pai, trabalhando o dia inteiro, morando na mesma vila, tralhando na Av Paulista, estudando no Ipiranga. Nenhuma das minhas visitas às bibliotecas, tiveram a preocupação científica, algo que passava a ser obrigatório, imaginem a situação, eu tinha certeza absoluta das informações colocadas nos trabalhos escolares, mas, não tinha a devida referência. Nesta época, descobrimos a não validação de citações da internet.
Se, lá nos anos noventa, meu almoço era lanche, enquanto andava em direção da biblioteca da faculdade de saúde pública, para validar cientificamente as informações com as quais eu fundamentava meus comentários.
Imaginem os sustos com os quais nos deparamos a conhecer as verdades dos tiozões do ZAP, as informações de plantonistas da sede da "tal operação farsa-jato" neste período histórico do nosso país, as provas judiciárias, foram substituídas pelas convicções do promotor da PowerPoint, todas validadas pelo juizeco inventor provas, hoje, um ex-senador em atividade. As ciências foram trocadas pelo achismos.
Foi exatamente neste período que ouvi alguém falando de uma convicção "fundamentada" da ineficácia das vacinas, por uma pessoa, que um dia quis argumentar sobre a "terra plana".
Durante o processo eleitoral de 2022, um verdadeiro oceano de informações em grupos de zap, nestes grupos as confirmações das visibilidade das urnas eletrônicas, com perícias feitas por peritos militares, eram abundantes, bem como a versão que dava ao "ART 142" da constituição o poder moderador ao exército, não as forças armadas, ainda bem, pois, se este poder fosse dado a aeronáutica, o golpe teria acontecido.
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