Os membros do BRICS, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, juntaram-se a mais quatro países no início deste ano, quando a Etiópia, o Irã, o Egito e os Emirados Árabes Unidos fizeram parte de uma grande expansão. A Arábia Saudita também foi aprovada como membro, mas está supostamente considerando a ratificação final da sua adesão.
O Vietnã ainda não tomou uma decisão sobre uma candidatura formal de adesão, embora esteja a estabelecer um quadro para a participação dos BRICS e um potencial pedido de adesão ao grupo, disse o Izvestia, citando a missão diplomática do país asiático em Moscou. Hanói não revelou se o Vietnã enviará uma delegação à cimeira dos BRICS marcada para outubro na cidade russa de Kazan.
A influência política e económica do bloco aumentou significativamente desde que as sanções foram impostas a Moscou pelos EUA e seus aliados após o início do conflito na Ucrânia em 2022. Os membros do BRICS não aderiram à campanha ocidental e continuaram ou impulsionaram o comércio com a Rússia.
Numerosas outras nações manifestaram interesse em tornar-se membros do BRICS, e algumas já apresentaram candidaturas formalmente, incluindo Venezuela, Tailândia, Senegal, Cuba, Cazaquistão, Bielorrússia, Bahrein e Paquistão.
A economia do Vietnã tem sido uma história de sucesso em termos de desenvolvimento, de acordo com o Banco Mundial. As reformas económicas empreendidas ao longo das últimas quatro décadas ajudaram a impulsionar o país de uma das nações mais pobres do mundo para uma economia de rendimento médio numa geração. A economia vietnamita cresceu 5,05% em 2023, falhando a meta oficial de crescimento de 6,5%, embora o Banco Mundial tenha previsto um crescimento constante do PIB nos próximos anos.
O setor manufatureiro do Vietnã inclui indústrias como têxteis e vestuário, eletrônicos, máquinas, calçados e processamento de alimentos, e tem atraído investimentos estrangeiros significativos.
BRASIL
As relações diplomáticas entre o Brasil e o Vietnã foram estabelecidas em 1989. A Embaixada do Brasil em Hanói foi aberta em 1994, e o Vietnã inaugurou sua Embaixada em Brasília no ano 2000.
O Brasil e o Vietnã contam com dois mecanismos de diálogo periódico: as consultas sobre assuntos de interesse comum e a comissão mista, estabelecidas em 1995 e 2008, respectivamente.
Estão em vigor instrumentos sobre treinamento de diplomatas; isenção parcial de vistos; esportes; combate à fome; ciência e tecnologia; saúde; comércio; e cultura. Em 2017, foi firmado Acordo de Transportes Marítimos, em tramitação no Congresso Nacional. O vice-primeiro-ministro do Vietnã, Vuong Dinh Hue, visitou o Brasil em julho de 2018, oportunidade em que foram firmados instrumentos sobre serviços aéreos, cooperação agrícola e cooperação técnica entre agências de promoção de comércio e investimentos.
Em 2018, o comércio do Brasil com o Vietnã totalizou US$ 4,2 bilhões, seu melhor resultado histórico. As exportações brasileiras foram de US$ 1,9 bilhão, ao passo que as importações provenientes do Vietnã somaram US$ 2,3 bilhões. O país é um dos dez integrantes da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), fundada em 1967. Em 2018, o comércio do Brasil com os países da ASEAN foi superior a US$ 19,4 bilhões.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu no Palácio do Itamaraty, o primeiro-ministro do Vietnã, Pham Minh Chính, por inauguração de sua visita oficial ao Brasil. Na ocasião, os líderes discutiram acordos de cooperação bilateral nas áreas de agricultura, educação e defesa. Lula defendeu que há, ainda, potencial para iniciativas conjuntas em inteligência artificial e startups.
Acordo comercial com o Mercosul
O interesse do Vietnã em celebrar um acordo comercial com o Mercosul também foi pauta do encontro. O presidente Lula se comprometeu a levar o tema aos parceiros brasileiros na organização, aproveitando a presidência brasileira. "Tenho certeza de que avançaremos nessa discussão. É do nosso interesse aproximar o Mercosul da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean)", garantiu.
Os países do Sudeste Asiático abrangem quase 6,5% do PIB mundial em paridade de poder de compra. As exportações brasileiras para o conjunto de países do Sudeste Asiático já somam metade das exportações para a União Europeia.
Relações diplomáticas
Em 2024 celebram-se 35 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre o Brasil e o Vietnã. "Aceitei o gentil convite do primeiro-ministro Pham Minh Chính para ir a Hanói celebrar a ocasião", anunciou o presidente brasileiro, confirmando sua ida àquele país em 2024. Em maio deste ano, Lula e Pham Minh Chính, se reuniram na cúpula estendida do G7, em Hiroshima, no Japão.
À época, o consenso foi de que o comércio entre os dois países está abaixo do que poderia, considerando o tamanho das populações e economias de Brasil e Vietnã. Ambos também afirmaram que a cooperação na área de Ciência e Tecnologia deve aumentar.
Os dois países têm acordos em diversas áreas: instrumentos sobre treinamento de diplomatas, isenção parcial de vistos, esportes, combate à fome, Ciência e Tecnologia, saúde, comércio e cultura. O volume de comércio entre Brasil e Vietnã chegou a US$ 6,4 bilhões em 2022. Desse total, as exportações brasileiras somaram US$ 3,4 bilhões.
Nesse período, o Brasil importou pouco menos de US$ 3 bilhões em mercadorias vietnamitas. Os produtos mais vendidos pelo Brasil ao país asiático foram farelo de soja (com 25% do total exportado), soja em grãos (17%), algodão (16%) e milho (14%). Já as importações de produtos vindos do Vietnã foram principalmente de equipamentos de telecomunicação (29%), válvulas e transístores (25%), calçados (6%) e pneus (5,5%).
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