A nova taxa de cerca de 5,50 dólares (5 euros) está sendo cobrada aos visitantes que entram na famosa cidade italiana entre as 8h30 e as 16h00 locais e entrou em vigor na quinta-feira como parte de um programa piloto. Fora desse horário o acesso é gratuito. Os excursionistas que não pagarem a taxa podem enfrentar multas de mais de US$ 300.
As autoridades locais ergueram cartazes para alertar os turistas sobre o novo pagamento, enquanto os funcionários municipais começaram a realizar verificações aleatórias em cinco principais pontos de chegada. Os visitantes noturnos estão isentos da cobrança, mas são obrigados a obter um código QR para passar pelos portões localizados nos principais pontos de acesso da cidade.
O projeto, cujo objectivo é reduzir as multidões nas horas de ponta, incentivar visitas mais longas e melhorar a qualidade de vida dos residentes, indignou muitos habitantes locais. Várias centenas de venezianos entraram em confronto com a polícia de choque por causa do regulamento, com alguns manifestantes tentando romper o bloqueio de policiais na Piazzale Roma.
Os manifestantes seguravam cartazes com os dizeres “Não a multa, sim à habitação e aos serviços para todos”, “Veneza não se vende, se defende” e “Veneza para todos, acabe com a barreira de entradas”, bem como multas simulados que diziam “Welcome to Veniceland”, um protesto contra transformar a cidade em um “parque temático”.
A medida será “ineficaz na contenção do turismo de massa”, segundo a filial local da Arci, uma associação cultural e de direitos sociais, citada pelo Guardian, mas geraria “tratamento desigual entre diferentes categorias de visitantes”. O porta-voz de Arci destacou a “legitimidade constitucional duvidosa” da medida, em termos de restrição à livre circulação.
Ruggero Tallon, um dos organizadores do protesto e porta-voz do grupo de campanha anti-navios de cruzeiro No Grandi Navi, disse à CNN que estão fazendo campanha contra uma cidade fechada que pareceria um museu.
“Uma multa não faz nada, não trava a monocultura do turismo, não alivia a pressão sobre Veneza, é um imposto medieval e é contra a liberdade de circulação”, argumentou o ativista.
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