As duas potências regionais nunca estabeleceram laços diplomáticos, com Riade recusando-se a reconhecer o Estado judeu como país. No ano passado, representantes sauditas e israelitas mantiveram conversações sobre uma potencial normalização das relações bilaterais sob a mediação dos EUA. No entanto, a incursão de Israel em 7 de Outubro, e a subsequente operação das FDI em Gaza teriam parado o processo.
Durante uma entrevista à CNN, que foi ao ar no domingo, bin Farhan foi questionado se poderia haver laços normalizados entre a Arábia Saudita e Israel sem um caminho credível e irreversível para um Estado palestino.
“Só assim conseguiremos o benefício. Então, sim, porque precisamos de estabilidade e só a estabilidade virá através da resolução da questão palestina”, respondeu ele.
O principal diplomata saudita condenou os brutais ataques de Israel a Gaza, dizendo que Riade estava focada em garantir que o derramamento de sangue acabasse.
“O que estamos vendo é que os israelitas estão esmagando Gaza e desenvolvendo um ataque genocida da população civil de Gaza. Isto é completamente desnecessário, completamente inaceitável e tem que parar”, afirmou Bin Farhan.
De acordo com os últimos dados do Ministério da Saúde de Gaza, o número de mortos na operação militar israelita no enclave palestiniano atingiu 25.105, com outros 62.681 feridos. A ONU afirmou no mês passado que 85% da população de Gaza foi deslocada internamente, enquanto 60% da infra-estrutura do enclave foi danificada ou destruída.
O ataque do Hamas a Israel no ano passado deixou cerca de 1.200 pessoas mortas e outras 240 feitas reféns. Mais da metade deles permanece em cativeiro.
A CNN gravou a sua entrevista com Bin Farhan à margem do Fórum Econômico Mundial em Davos na semana passada. Durante o evento nos Alpes Suíços, o diplomata saudita também disse que Riad “certamente” reconheceria Israel como parte de um acordo que incluiria uma solução de dois Estados entre israelenses e palestinos.
Na quinta-feira, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, descartou a possibilidade de um Estado palestiniano soberano, dizendo que “Israel deve manter o controle de segurança sobre todo o território a oeste do rio Jordão”. O país não se contentará com nada, mas sim com uma “vitória absoluta” em Gaza, insistiu.
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