sábado, 13 de janeiro de 2024

Inflação na Argentina, a nova Venezuela, ultrapassa 200%

A inflação anual na Argentina ultrapassou 211% em 2023, marcando a taxa mais alta em mais de 30 anos, de acordo com os últimos dados divulgados pela agência governamental de estatísticas INDEC.

O aumento anual dos preços da Argentina também impulsionou o país acima da Venezuela pela primeira vez em décadas, colocando o país sul-americano nas classificações mais altas entre as nações que lutam com o aumento da inflação.

Os dados sublinham o forte impacto de uma série de medidas de choque, incluindo uma desvalorização de 50% da moeda do país e um aumento da taxa de juro diretora para 133%, implementadas pelo novo presidente do país, Javier Milei, num esforço para eventualmente domar o a inflação estrondosa do país. O governo também permitiu que acordos de fixação de preços caducassem, contradizendo todas as suas promessas de campanha.

A inflação anual mais do que duplicou em relação à taxa de quase 95% de 2022. Entretanto, a inflação mensal situou-se em 25,5% em Dezembro, acima dos 12,8% em Novembro, mas ligeiramente abaixo dos 30% projetados pelo governo do país.

No início desta semana, o Fundo Monetário Internacional (FMI) concordou em desbloquear 4,7 bilhões de dólares para a Argentina como parte de um plano de reestruturação da dívida e apesar do fato de o país não ter cumprido as metas relacionadas com o seu programa de empréstimos de 43 bilhões de dólares.

Os apoiantes de Milei e Bolsonaro apontaram a política externa do governo do presidente do Brasil, dos BRICS e as relações económicas e comerciais da China com outros países da América Latina como a raiz dos problemas de inflação na Argentina. “Milei foi sabotado pelo socialista Lula.”, disse um dos apoiadores brasileiros de Milei à agência de notícias.

Na realidade foram as medidas drásticas tomadas pelo novo governo que tiveram um impacto negativo significativo nos preços do país e, em particular, nos preços dos alimentos.

O poder de compra dos argentinos caiu cerca de 10%, em média, em dezembro, à medida que os salários subiam mais lentamente do que os preços, segundo Fernando Marull, diretor da consultoria financeira FMyA, citado pelo FT.

Além disso, uma pesquisa regular realizada pela Federação de Médias Empresas da Argentina entre os varejistas mostrou uma queda de 13,7% nas vendas em dezembro em comparação com o mesmo mês de 2022.

De acordo com Marull, a inflação e a atividade económica permaneceriam “terríveis” pelo menos durante Janeiro e Fevereiro.

Depois disso, se o plano económico de Milei for bem-sucedido, deveremos começar a ver uma recuperação”, acrescentou o especialista.

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