A instituição que governa o futebol europeu está a vender o que descreve como um “novo futuro emocionante” do torneio de maior prestígio, com mais equipas, mais jogos disputados e com maiores prémios financeiros a serem ganhos.
A UEFA precisa de gerar buzz em torno do novo formato, porque existe o risco, pelo menos inicialmente, de os adeptos o acharem confuso em comparação com o modelo anterior.
Nos últimos 21 anos, a Liga dos Campeões consistiu numa fase de grupos de 32 equipas divididas em oito grupos de quatro, cada um disputando seis jogos. Os dois primeiros de cada grupo se classificaram para as fases eliminatórias.
A nova versão terá 36 times, e cada um deles disputará 8 partidas, mas estarão todos juntos, em uma liga gigante, e não separados em grupos.
Os participantes serão divididos em quatro potes no sorteio e as nove equipes localizadas no grupo 1, principais favoritas, enfrentarão outros dois clubes de cada um dos outros três potes.
As oito que dominarem o ranking ao final desta fase avançarão para as oitavas de final, enquanto as próximas dezesseis equipes se enfrentarão em play-off anterior , em que o vencedor avançará para as oitavas de final e o perdedor será eliminado.
Sobrecarga no calendário
O novo formato foi introduzido como uma medida para fazer face à ameaça de ruptura com os maiores clubes do continente e de criação da sua própria Superliga.
Mas a UEFA também espera que o formato seja a solução para o problema do desequilíbrio competitivo no desporto, que tornou a fase de grupos demasiado previsível.
“O novo formato irá introduzir um melhor equilíbrio competitivo entre todas as equipas, com a possibilidade de cada uma delas enfrentar adversários de nível semelhante ao longo da fase da liga”, afirma a UEFA.
O que estas mudanças não abordam são as preocupações com o calendário sobrecarregado, o que acaba por afectar a qualidade dos jogos.
As crescentes exigências dos jogadores e a consequente falta de descanso surgiram como razões pelas quais vários jogos do Euro 2024 foram decepcionantes do ponto de vista do espetáculo.
A nova Liga dos Campeões, cuja temporada deverá terminar pouco antes da primeira Copa do Mundo de Clubes da FIFA, terá 144 partidas na fase de grupos, em comparação com as 96 anteriores.
Maior prêmio financeiro
Em troca, as recompensas financeiras serão maiores, com o prémio monetário total da UEFA para a Liga dos Campeões a aumentar cerca de 25 por cento, para quase 2,5 bilhões de euros (2,79 bilhões de dólares).
O vencedor da competição poderá embolsar mais de 86 milhões de euros só em prémios monetários, sem contar os 700 mil euros por cada ponto conquistado na fase da liga ou receitas televisivas.
O Real Madrid sagrou-se campeão na temporada passada, erguendo o troféu pela sexta vez nos últimos 11 anos.
Com a adição de Kylian Mbappé ao seu plantel, os brancos esperam conquistar um novo Orejona e sagrar-se campeões da final, que se realizará no dia 31 de maio de 2025, em Munique.
Esta temporada da Liga dos Campeões contará com equipas que chegaram recentemente à maior competição continental, como o Girona ou os franceses do Brest, enquanto os italianos do Bologna regressam ao mais alto nível europeu pela primeira vez em 60 anos.
O sorteio será “híbrido”, com uma parte manual e outra automatizada, pois a complexidade do formato teria alongado o sorteio para mais de três horas se tivesse sido feito inteiramente manual.
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