A medida ocorreu na sequência de um ataque a faca em um festival de rua na cidade de Solingen na semana passada, no qual três pessoas foram mortas e outras oito ficaram feridas. A polícia prendeu um sírio de 26 anos pelo incidente, pelo qual o Estado Islâmico (IS, anteriormente ISIS) supostamente assumiu a responsabilidade, sem fornecer evidências.
O primeiro grupo de 28 afegãos, todos criminosos condenados, foi deportado em um voo fretado da Qatar Airways com destino a Cabul na sexta-feira, disse a revista Spiegel, citando fontes de segurança.
“Esses eram cidadãos afegãos, todos criminosos condenados que não tinham direito de permanecer na Alemanha e contra os quais ordens de deportação foram emitidas”, disse o porta-voz do chanceler Olaf Scholz, Steffen Hebestreit, ao veículo.
A operação de deportação foi resultado de dois meses de “negociações secretas” com o mediador Qatar, já que Berlim não tem laços diplomáticos com o governo interino liderado pelo Talibã no Afeganistão, de acordo com o relatório. Hebestreit confirmou ao canal que a Alemanha havia “pedido apoio a parceiros regionais importantes para facilitar as deportações”, sem fornecer detalhes.
“O Governo Federal está comprometido em realizar tais deportações. Os interesses de segurança da Alemanha claramente superam seu interesse em proteger criminosos e indivíduos perigosos”, disse Hebestreit.
Berlim suspendeu as deportações para o Afeganistão governado pelo Talibã em 2021, por preocupações com direitos humanos. Também proibiu expulsões para a Síria, pois esse país não é considerado seguro, devido à sua longa guerra civil.
Em junho, depois que um policial foi morto por um afegão na cidade de Mannheim, o chanceler Scholz disse ao parlamento do país que era a favor da deportação de migrantes que cometem crimes violentos para seus países de origem, incluindo o Afeganistão e a Síria.
Após os ataques recentes, a coalizão governante de Scholz sofreu pressão crescente dos partidos de oposição, que acusaram o governo de negligenciar o problema por anos.
A maior economia da UE continua sendo o principal destino para migrantes sem documentos. No ano passado, a Alemanha viu um aumento na imigração, com o número de pessoas solicitando asilo aumentando em 51% em comparação ao ano anterior. O maior grupo de requerentes de asilo, cerca de um terço, veio da Síria. Turquia ficou em segundo, seguido pelo Afeganistão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário