A memĂłria e o legado do lĂder histĂłrico da Revolução Cubana, Fidel Castro (1926-2016), sĂŁo recordados esta terça-feira na ilha, por ocasiĂŁo do 98Âș aniversĂĄrio do seu nascimento.
“98 anos apĂłs seu nascimento, nestes tempos difĂceis, manter vivo e eterno o pensamento do Comandante-em-Chefe Fidel serĂĄ o maior monumento que podemos cimentar para ele”, sublinha uma mensagem do site da PresidĂȘncia Cuba em sua conta no social rede.
Fidel Castro nasceu na cidade de BirĂĄn, atual provĂncia de HolguĂn, cerca de 735 quilĂŽmetros a leste de Havana, em 13 de agosto de 1926, filho de um emigrante galego, ex-soldado do exĂ©rcito colonial espanhol na ilha, que se tornou um rico proprietĂĄrio de terras. .
Seus primeiros estudos foram realizados na cidade oriental de Santiago de Cuba, onde tambĂ©m se matriculou em escolas religiosas como Los Hermanos de La Salle e o ColĂ©gio Dolores, governado pela Ordem dos JesuĂtas. Em 1942 ingressou no colĂ©gio BelĂ©n (tambĂ©m dos JesuĂtas), em Havana, onde se formou em Letras.
Frequentou os estudos universitårios de 1945 a 1950, formando-se como advogado pela Universidade de Havana, onde começou a envolver-se nas lutas sociais e revolucionårias do seu tempo, inicialmente na Federação dos Estudantes Universitårios (FEU) e nas fileiras da Partido Popular Cubano (Ortodoxo).
Em 1953, Ă frente de uma centena de jovens, organizou e dirigiu o ataque ao quartel Moncada, segunda fortaleza militar da ilha, localizada na cidade de Santiago de Cuba, com o objetivo de iniciar uma luta armada para derrubar a ditadura do general FulgĂȘncio Batista (1952-1958), fracassando na tentativa e terminando na prisĂŁo junto com os sobreviventes do assalto.
ApĂłs uma anistia polĂtica, em 1955 saiu da prisĂŁo e foi para o MĂ©xico, onde organizou novamente um movimento rebelde, desembarcando na costa cubana em dezembro de 1956 junto com 82 expedicionĂĄrios, iniciando a luta armada com o nascente ExĂ©rcito Rebelde, um exĂ©rcito rebelde. grupo guerrilheiro que conseguiu derrubar definitivamente o General Batista em 1Âș de janeiro de 1959.
Tornando-se primeiro-ministro do novo governo revolucionĂĄrio em 1959, cargo que ocupou atĂ© 1976, Fidel Castro manteve as rĂ©deas do poder na ilha atĂ© 2008, altura em que abandonou os cargos de presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, devido ao seu estado de saĂșde.
Neste perĂodo alcançou relevĂąncia internacional e presidiu o Movimento dos NĂŁo-Alinhados em dois perĂodos (1979-1983 e 2006-2008).
Fidel Castro morreu aos 90 anos, no dia 25 de novembro de 2016, e seus restos mortais repousam no cemitĂ©rio de Santa IfigĂȘnia, em Santiago de Cuba.
O seu radicalismo ideolĂłgico fez dele, tanto para seguidores como para inimigos, uma das referĂȘncias polĂticas mais importantes da esquerda internacional no sĂ©culo XX e a sua figura e a força do seu legado polĂtico ainda estĂŁo presentes, tanto em Cuba como em muitos paĂses onde o seu imagem e pensamento norteiam movimentos populares e progressistas que lutam por uma sociedade mais igualitĂĄria.
Acusado de ser um ditador pelo Governo dos EUA, vilipendiado pelos exilados cubanos residentes nos EUA, Fidel Castro gozava de amplas simpatias e reconhecimento, mesmo entre aqueles que nĂŁo concordavam com o socialismo como projecto polĂtico-social, mas se consideravam “fidelistas”.
Foi o "espinho cravado na garganta" dos Estados Unidos, tornando-se um dos mais profundos crĂticos de Washington, a quem "plantou uma bandeira" desde o seu tempo como guerrilheiro, no final da dĂ©cada de 1950, atĂ© Ă sua morte.
Durante 11 administraçÔes na Casa Branca – de Dwight Eisenhower (1953-1961) a Barack Obama (2009-2017), o nome de Fidel Castro rondava o SalĂŁo Oval como uma verdadeira dor de cabeça, tanto na aplicação de polĂticas restritivas contra Cuba como no cenĂĄrio mundial.
Segundo dados oficiais oferecidos por investigadores cubanos e estrangeiros, foram feitas 638 tentativas de assassinato contra ele, a maioria delas atribuĂdas Ă AgĂȘncia Central de InteligĂȘncia dos Estados Unidos (CIA) e a grupos de oposição de emigrantes cubanos residentes naquele paĂs.
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